UM NAVEGADOR SOLITÁRIO por Francisco Hegidio Amante

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


O grande pregador português, Padre Antônio Vieira, certa vez, fugindo de seus memoráveis “Sermões”, criou uma máxima que nos mostram que realmente existem essas pessoas: “Há homens que são como as velas, sacrificam-se, queimando-se, para dar luz aos outros!”
E é exactamente o que se pode dizer desse “Navegador Solitário”, atravessando o Oceano Atlântico em seu “Hermingway”, e chegando aqui em Florianópolis, com escala apenas em Cabo Verde. Refiro-me a Genuíno Madruga, um açoriano que, a semelhança de seus antepassados, que migraram para nossas terras, e deixaram uma valiosa herança cultuada até os nossos dias.
Mas Genuíno não veio para ficar. Seus objetivos são mais ousados, pois está a atravessar o mundo, como fez outro grande português há séculos, o navegador Fernão de Magalhães.
Estivemos presentes na sua chegada na marina do Iate Clube Veleiros da Ilha, exatamente às 15,00 horas d último dia 10 de outubro, numa festiva recepção, digna dos maiores heróis. Muitas pessoas prestigiaram a cerimônia, como a representante do Senhor Governador do Estado, o Cônsul Honorário de Portugal em Santa Catarina, familiares de Genuíno que aqui residem, representantes da imprensa, açorianos e componentes das representações locais da Casa dos Açores, um Grupo de Escoteiros do Mar da Ilha dos Guarás e um grande número de pessoas que sabiam da trajetória do navegador.
Antes, porém, ao adentrar na Baía Sul, na altura de Ponte Hercílio Luz, o Hermingway foi abordado por uma embarcação procedente da de São José, cidade limítrofe de Florianópolis, trazendo a bordo o Senhor Secretário da Cultura, dando as boas vindas e entregando à Genuíno um bandeira de seu município e a do Estado de Santa Catarina.
Os familiares de Genuíno ali presentes residem no vizinho Estado do Rio Grande do Sul, a viajaram cerca de seiscentos quilômetros para homenagear seu querido parente.
A estada de Genuíno em Florianópolis será revestida de merecidas homenagens. Por outro lado, o navegador terá a oportunidade de dissertar acerca de sua aventura no mar, as descobertas, as dificuldades, a solidão do Atlântico e, sobretudo, explicar os seus objetivos e os próximos passos de sua heróica viagem.
Finalmente, é preciso destacar que esta é a segunda viagem de Genuíno. A primeira realizou com absoluto êxito no ano de 2000, permanecendo no mar por cerca de dois anos.
Finalmente, é preciso assinalar que o Jornal Tribuna das Ilhas tem apresentado matérias semanalmente acerca dessa viagem, que com certeza farão parte dos anais da história da navegação portuguesa, ao lado dos grandes descobridores que há séculos singraram os mares e dignificando a coragem e a destreza do povo lusitano. Para os Açores, esse nativo do Pico escreverá com letras douradas, uma página importantíssima, na história desse povo pujante, de quem temos orgulho de descender.


Texto gentilmente cedido por Francisco Hegídio Amante

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