Já actuaram uma mão cheia de vezes, mas foi no concerto a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro que o Tribuna das Ilhas deu conta de que a sonoridade era diferente. Original até.
Fomos ao encontro dos Funfarra Banda Larga e, no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. São eles: Miguel Machete “Pietá”(voz, percussão) ; Christopher Pham “Cris” (guitarra), Emmanuel Arand “Manu” (bateria), Cláudia Oliveira (voz e percussão), Pedro Gaspar “Fausto” (guitarra, viola da terra e voz); Victor “Tobias” (baixo).
“Já há algum tempo que tínhamos vontade de formar uma banda, mas nunca houve oportunidade porque estávamos sempre a fazer outras coisas. Cada um de nós já teve ligações à música e esteve envolvido em bandas, mas ainda demorámos algum tempo até que nos juntássemos” – explica Miguel Machete.
Os Funfarra começaram a ensaiar em Abrir deste ano de 2007, sobretudo porque “havia a vontade de tentar fazer uma coisa diferente, porque no Faial não havia uma banda de música ligeira. Havia o vazio e a nossa vontade e foi só juntar esses dois ingredientes”.
A primeira actuação dos Funfarra Banda Larga aconteceu na freguesia dos Cedros e, desde aí tem actuado com alguma frequência não só no Faial como no Pico e na Graciosa.
Instados a pronunciar-se sobre qual o espírito com que pisam os palcos, os membros dos Funfarra, com olhar cúmplice, dizem “levamos sempre muita energia, queremos que as pessoas que assistem se divirtam”.
Os Funfarra tocam essencialmente originais. Também executam covers, até porque ainda não tiveram tempo de preparar um concerto inteiro só com originais. “Queremos trabalhar só com originais e estamos a trabalhar nesse sentido.”
As letras dos sete originais que este grupo tem foram todas escritas por Miguel Machete, “as músicas versam temas diversos. Tentamos juntar diversas sonoridades e criar a nossa própria sonoridade... chamar-lhe-ia música de fusão...tentamos experimentar melodias, instrumentos e harmonias diversas, se bem que a nossa base sejam a bateria e as violas. No futuro queríamos incrementar os instrumentos de sopro dentro da banda, vamos a ver como isto corre” – frisam.
Esta banda pretende, sobretudo, inovar, mas “queremos criar um estilo mais ou menos próprio seja difícil, mas a tentativa é criar uma corrente nova de música ligeira quer no Faial, que nos Açores. Queremos também divertirmo-nos, porque isso é essencial, e a brincar falar de coisas sérias.”
Sobre a reacção do público os Funfarra dizem que “o pessoal já começa a cantarolar algumas das nossas músicas e penso que gostam”.
Os ensaios dos Funfarra estão a ser feitos no ex-armazém da empresa Dutras que, gentilmente, lhes cedeu o espaço. Christopher diz que “faz falta um espaço para as bandas ensaiarem. Nem digo um espaço equipado, mas um espaço para se poder praticar e com as condições mínimas.”
Outro dos objectivos desta banda é gravar um CD, mas “primeiro queremos ter mais originais para não gravarmos cds com covers. Se calhar, lá para o final do ano gravamos uma maquete como forma de divulgar os nossos trabalhos.”
“Longe” é um pop rock à açoriana como diz Miguel Machete, e é “dedicado ao imigrante insatisfeito”; “Fala do homem vulgar”, é um blues à moda dos Açores, “O tango da Neblina” tem expressões e palavras tipicamente açoriana. Temos ainda “Correr”, que é uma espécie de música circense... “Sabem lá”, que critica a ilha quando cá vem; “Como dantes” é uma espécie de funkie/reggea e “Ternura” que é um poema de David Mourão Ferreira, com música dos Funfarra. Na forja, de acordo com os membros daquela banda, estão quatro novas músicas.
Em Caixa:
O Encontro
Ano de 2007. Faial, uma das ilhas dos Açores. Cada um de nós veio aqui parar porque este é um bom sítio para o fazer. Mas parar é também um verbo que nos caus(ou)a algum incómodo... Pensámos (cada um para si e mais tarde uns para os outros): “mas estamos à espera de quê?” Em terra de tremores, num panorama musical meio apagado no que toca à música ligeira, à banda de garagem e ao projecto “aprés travail”, por que não provocar alguns abanões? Assim se juntaram dois tipos de Lisboa (acidentalmente nascidos na metrópole de coisa nenhuma), um outro que diz ser Belga, apesar de ter nascido na Alemanha, mais um que também é Belga mas nasceu na Suiça (de apelido Kim Pham, vá-se lá perceber os desígnios dos andarilhos humanos), uma mulher de Gaia (não é do Porto pá, é de Gaia) e um verdadeiro Faialense (embora os anos já tenham oferecido umas costelas aos outros) que andou por terras americanas do Norte e chegou à conclusão que aquilo lá é bom (mas para os que lá estão). Cada um tem a sua história “musical”: passaram por tunas (well...), bandas de black metal (3 ensaios, sublinha-se), rockalhada com fartura, música celta e popular Portuguesa, mas chegados ao dia F, disseram, “na na”, que se F(unfarre) isto tudo, vamos mas é partir para a con-fusão ou nas palavras do Tobias, para a “salada”.
O nome
Houve deles que acharam que “Enviado Especial” ou mesmo “Presidente da Junta” é que era, mas após meses de tentativas chegámos aos “Funfarra – Banda Larga”. Porquê? Porque estávamos acima de tudo cansados. Precisávamos de energia para fazer músicas e não para divagar sobre nomes que tudo quisessem dizer sobre nós e o que esperávamos/esperamos vir a fazer (como é o caso óbvio de “Presidente da Junta”, em que ninguém quis acreditar). Como a nossa música passa pelo salutar, célebre e regional “pinchar”, fazemos questão de que o nosso encontro seja uma farra e temos vontade de experimentar instrumentos, sonoridades, harmonias, melodias, sensações e outras coisas de semelhante calibre, “Funfarra – Banda Larga”, pareceu-nos bem.
Fomos ao encontro dos Funfarra Banda Larga e, no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. São eles: Miguel Machete “Pietá”(voz, percussão) ; Christopher Pham “Cris” (guitarra), Emmanuel Arand “Manu” (bateria), Cláudia Oliveira (voz e percussão), Pedro Gaspar “Fausto” (guitarra, viola da terra e voz); Victor “Tobias” (baixo).
“Já há algum tempo que tínhamos vontade de formar uma banda, mas nunca houve oportunidade porque estávamos sempre a fazer outras coisas. Cada um de nós já teve ligações à música e esteve envolvido em bandas, mas ainda demorámos algum tempo até que nos juntássemos” – explica Miguel Machete.
Os Funfarra começaram a ensaiar em Abrir deste ano de 2007, sobretudo porque “havia a vontade de tentar fazer uma coisa diferente, porque no Faial não havia uma banda de música ligeira. Havia o vazio e a nossa vontade e foi só juntar esses dois ingredientes”.
A primeira actuação dos Funfarra Banda Larga aconteceu na freguesia dos Cedros e, desde aí tem actuado com alguma frequência não só no Faial como no Pico e na Graciosa.
Instados a pronunciar-se sobre qual o espírito com que pisam os palcos, os membros dos Funfarra, com olhar cúmplice, dizem “levamos sempre muita energia, queremos que as pessoas que assistem se divirtam”.
Os Funfarra tocam essencialmente originais. Também executam covers, até porque ainda não tiveram tempo de preparar um concerto inteiro só com originais. “Queremos trabalhar só com originais e estamos a trabalhar nesse sentido.”
As letras dos sete originais que este grupo tem foram todas escritas por Miguel Machete, “as músicas versam temas diversos. Tentamos juntar diversas sonoridades e criar a nossa própria sonoridade... chamar-lhe-ia música de fusão...tentamos experimentar melodias, instrumentos e harmonias diversas, se bem que a nossa base sejam a bateria e as violas. No futuro queríamos incrementar os instrumentos de sopro dentro da banda, vamos a ver como isto corre” – frisam.
Esta banda pretende, sobretudo, inovar, mas “queremos criar um estilo mais ou menos próprio seja difícil, mas a tentativa é criar uma corrente nova de música ligeira quer no Faial, que nos Açores. Queremos também divertirmo-nos, porque isso é essencial, e a brincar falar de coisas sérias.”
Sobre a reacção do público os Funfarra dizem que “o pessoal já começa a cantarolar algumas das nossas músicas e penso que gostam”.
Os ensaios dos Funfarra estão a ser feitos no ex-armazém da empresa Dutras que, gentilmente, lhes cedeu o espaço. Christopher diz que “faz falta um espaço para as bandas ensaiarem. Nem digo um espaço equipado, mas um espaço para se poder praticar e com as condições mínimas.”
Outro dos objectivos desta banda é gravar um CD, mas “primeiro queremos ter mais originais para não gravarmos cds com covers. Se calhar, lá para o final do ano gravamos uma maquete como forma de divulgar os nossos trabalhos.”
“Longe” é um pop rock à açoriana como diz Miguel Machete, e é “dedicado ao imigrante insatisfeito”; “Fala do homem vulgar”, é um blues à moda dos Açores, “O tango da Neblina” tem expressões e palavras tipicamente açoriana. Temos ainda “Correr”, que é uma espécie de música circense... “Sabem lá”, que critica a ilha quando cá vem; “Como dantes” é uma espécie de funkie/reggea e “Ternura” que é um poema de David Mourão Ferreira, com música dos Funfarra. Na forja, de acordo com os membros daquela banda, estão quatro novas músicas.
Em Caixa:
O Encontro
Ano de 2007. Faial, uma das ilhas dos Açores. Cada um de nós veio aqui parar porque este é um bom sítio para o fazer. Mas parar é também um verbo que nos caus(ou)a algum incómodo... Pensámos (cada um para si e mais tarde uns para os outros): “mas estamos à espera de quê?” Em terra de tremores, num panorama musical meio apagado no que toca à música ligeira, à banda de garagem e ao projecto “aprés travail”, por que não provocar alguns abanões? Assim se juntaram dois tipos de Lisboa (acidentalmente nascidos na metrópole de coisa nenhuma), um outro que diz ser Belga, apesar de ter nascido na Alemanha, mais um que também é Belga mas nasceu na Suiça (de apelido Kim Pham, vá-se lá perceber os desígnios dos andarilhos humanos), uma mulher de Gaia (não é do Porto pá, é de Gaia) e um verdadeiro Faialense (embora os anos já tenham oferecido umas costelas aos outros) que andou por terras americanas do Norte e chegou à conclusão que aquilo lá é bom (mas para os que lá estão). Cada um tem a sua história “musical”: passaram por tunas (well...), bandas de black metal (3 ensaios, sublinha-se), rockalhada com fartura, música celta e popular Portuguesa, mas chegados ao dia F, disseram, “na na”, que se F(unfarre) isto tudo, vamos mas é partir para a con-fusão ou nas palavras do Tobias, para a “salada”.
O nome
Houve deles que acharam que “Enviado Especial” ou mesmo “Presidente da Junta” é que era, mas após meses de tentativas chegámos aos “Funfarra – Banda Larga”. Porquê? Porque estávamos acima de tudo cansados. Precisávamos de energia para fazer músicas e não para divagar sobre nomes que tudo quisessem dizer sobre nós e o que esperávamos/esperamos vir a fazer (como é o caso óbvio de “Presidente da Junta”, em que ninguém quis acreditar). Como a nossa música passa pelo salutar, célebre e regional “pinchar”, fazemos questão de que o nosso encontro seja uma farra e temos vontade de experimentar instrumentos, sonoridades, harmonias, melodias, sensações e outras coisas de semelhante calibre, “Funfarra – Banda Larga”, pareceu-nos bem.
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