Boas Festas

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008


Cáritas do Faial à procura de novos colaboradores

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


A época do Natal é uma época em que se apela à solidariedade, à partilha, à paz e ao amor. A Caritas da Ilha do Faial montou uma tenda na Praça da República onde tem roupas em exposição para doar.
Todos os interessados podem lá ir buscar roupas ou deixar o seu contributo para aquela instituição particular de solidariedade social, que, de acordo com a sua assistente social, Tânia Goulart, está à procura de novos colaboradores.



“Espaço Solidário”, assim se chama o projecto que a Caritas da Ilha do Faial está a levar a cabo integrado nas comemorações do programa Dezembro em Festa, uma iniciativa da Câmara Municipal da Horta.
Este espaço, de acordo com Tânia Goulart, assistente social a desempenhar funções na Caritas, tem como objectivos “já que estamos num espaço central e acessível a toda gente queremos doar roupa. Temos imensa, e precisamos escoá-la a título gratuito, basta para isso que venham cá e levem. Isto tudo porque nós temos muita roupa arrumada e não temos lugar para arrumar mais sem que se estrague. Outro objectivo passa por angariar brinquedos, livros infantis e roupa de criança para perto dos dias de Natal fazer uma distribuição por crianças carenciadas da nossa ilha. O terceiro objectivo passa por dinamizar e angariar voluntários.”
“É pretensão deste núcleo da Caritas formar um banco de voluntariado diversificado para que depois consoante as actividades que vamos desenvolver, possamos ter pessoas com e sem formação em várias áreas” – explica ao Tribuna das Ilhas, Tânia Goulart.
A Caritas da Ilha do Faial conta ainda com os serviços de uma monitora de inserção social, a Sara Costa, e até à data trabalhava só como um banco de roupa. Com a entrada da assistente social e da monitora, há a vontade de se imprimir novas dinâmicas à Caritas e “queremos não só dar as coisas, mas sim dotar as pessoas de competências para que possam ser autónomas” – sublinha a assistente social.
A sede da Caritas da Ilha do Faial está situada na antiga Casa do Gaiato, e é aí que se vão desenvolver ateliers vários, como costura, cozida, informática, entre outros, com o intuito de desenvolver as potências das pessoas.
Instada a pronunciar-se sobre a relação da população do Faial com a Caritas, Tânia Goulart disse à nossa reportagem que “acho que somos acarinhados pela população, nós ouvimos as pessoas e temos atenção aos seus problemas. De uma forma ou de outra tentamos resolver os seus problemas e, quando não podemos, até porque estamos direccionados para um público em risco de exclusão social, encaminhamos as pessoas para as entidades competentes.”
“Nós recebemos pedidos de ajuda em vários sentidos. Este ano promovemos, pela primeira vez, um programa de banco alimentar e tivemos muita adesão. Geralmente quem nos procura são pessoas com fracas habilitações literárias, violência doméstica, toxicodependências, idosos isolados, agregados monoparentais e pobreza” – explica Tânia Goulart que afirma que “nós trabalhamos com aquilo que o Faial nos oferece”.


Banda Gerações de volta ao panorama musical

São sete os elementos que compõe a Banda Gerações que surgiu no panorama musical faialense em 2002. Amanhã, e depois de uma reestruturação nomeadamente com a entrada de novos membros, preparam-se para dar início a uma nova etapa da sua carreira.
Fernando Rodrigues falou ao Tribuna das Ilhas dos novos projectos e da banda que promete animar as noites do Faial.


Tribuna das Ilhas - Quando surgiu a banda Gerações?
Fernando Rodrigues - A “banda Gerações” surgiu ao público em 2002 tendo sido apadrinhada pelo artista açoriano Carlos Alberto Moniz nas Festas da Conceição, mais propriamente no dia do meu aniversário 23 de Agosto.

T.I. - Como tem sido o percurso da banda?
F.R. - O nosso percurso tem sido o considerado normal tendo em conta as nossas especificidades de ilhéus.
Actuamos no triângulo com mais facilidade do que fora dele, uma vez que para nos deslocarmos o orçamento torna-se avultado.
Temos sido muito requisitados para a nossa ilha vizinha (Pico), não deixando de frisar a organização feita pela Câmara Municipal da Calheta na Ilha de São Jorge do “Topo Rock”.
Na nossa ilha do Faial temos actuado na maior festa, que é a Semana do Mar promovida e organizada pela Câmara Municipal da Horta, e no ano de 2007 também a convite da mesma fizemos a passagem de ano no Largo do Infante.
No ano de 2007 fomos a banda convidada para fazer a animação do Carnaval composto por 2 bailes e uma matinée na Sociedade do Amor da Pátria.
Durante este ano actuamos também na ilha das Flores.

T.I. - Amanhã, dia 20, vão estar no Pico depois de uma reformulação. Que alterações sofreu a banda?
F.R. - Como em todos os projectos este sem excepção atingiu um desgaste que no meu entender teve que ser repensado.
Surgiu então uma banda com alguns novos elementos, mantendo-se a base inicial, mas com um reportório mais arrojado, com alguns elementos familiares e alguns amigos que já andavam nas lides musicais.

T.I. -Quem são os elementos novos?
F.R. - A vocalista da banda passa a ser a minha filha Renata Rodrigues, que tem feito em paralelo um percurso a solo. Temos ainda o baixista Victor (Tobias) André, conhecido por tocar com o Luís Bettencourt e outras bandas, o baterista César Oliveira pertencente também à família e conhecido no nosso meio musical tendo pertencido à Orquestra da CMH como músico e dirigente da mesma, e o teclas Júlio Rosa também ele conhecido por ter pertencido à Banda “Gente Nova”.

T.I. -Quais os objectivos da banda Gerações?
F.R. - Os objectivos da banda “Gerações” primeiramente é um convívio salutar entre amigos, é em nosso entender uma reunião de pessoas que gostam de tocar, fazer música e de a levar junto daqueles que também apreciam, estes “músicos” consideram-se exigentes consigo próprios porque isto passa por um sacrifício tendo mesmo de deixar de lado outros projectos para poder atingir os níveis que se propõe, tudo isto acarreta muitas horas de trabalho, tendo como objectivo elevar a fasquia do nível musical praticado no triângulo.

T.I. - Que tipo de músicas tocam?
F.R. - Essa sempre foi uma pergunta difícil de responder porque, como banda de couvers, tocamos os mais diversos temas. Como o próprio nome identifica “Gerações” abrange várias classes etárias e gostos musicais, mas podemos salientar que o nosso gosto vai desde músicas dos anos 70 como por exemplo “Ray Charles” até aos dias de hoje passando pelo Pop britânico dos anos 90.

T.I. - Tem na manga a edição de algum álbum?
F.R. - No momento encontramo-nos a trabalhar em couvers, uma vez que o nosso reportório foi todo reformulado o que nos impossibilitou de ter disponibilidade para trabalhar em originais, que pensamos vir a realizar a médio prazo.

T.I. - Tem muito concertos programados?
F.R. - Temos sido solicitados para actuações no triângulo, o que revela o desejo de nos verem actuar.
Fomos também convidados para estar presentes nas portas do Mar em São Miguel para acompanhar a nossa vocalista Renata Rodrigues, o que não foi possível por motivos de disponibilidade de agenda dos nossos músicos.
No dia 20 deste mês estaremos no bar “Dark” na Madalena do Pico para apresentar o nosso novo projecto, que aproveitamos a oportunidade para convidar os leitores a estarem presentes.
Durante o próximo ano de 2009, temos um convite para nos deslocarmos ao estrangeiro, o que neste momento já nos encontramos a preparar a logística inerente.

T.I. - A banda “Gerações” é composta por quantos elementos?
F.R. - A Banda “Gerações”, é composta por 7 elementos sendo eles:
- Renata Rodrigues/vocalista
-Fernando Rodrigues/saxofonista
-Rui Rodrigues/guitarrista
-Miguel Rodrigues/trompetista
-César Oliveira/baterista
-Victor André/baixista
-Júlio Rosa/teclas

T.I. -Como se processa a vossa requisição?

F.R. - Encontra-se em construção a nossa página podendo ser consultada via net, o nosso site é www.youtube.com/bandageracoes , podendo facultar ainda os nossos contactos de telemóveis: Rui Rodrigues – 96 6505892; Fernando Rodrigues – 96 7149480.

Nascido do Magma…

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


“Desgrenhado e semi-nu um grupo de crianças, coberto de pó e caliça, chorava, convulsivamente, ao derredor de uma mulher, ainda jovem, que, petrificada, olhar esgazeado, perdido na imensidão do nada, sentada sobre uma soleira de basalto, comprimia, no seu colo e contra o peito, uma criança de uns cinco anos, inerte, sem vida, rosto e corpo ensanguentados, fazendo lembrar, na angústia do quadro envolvente, a Pietá de Miguel Ângelo”.


“Nascido do Magma” é assim que se intitula a mais recente obra de Ruben Rodrigues, professor, jornalista, escritor… enfim… um homem das letras da nossa praça.
Como o mesmo diz na nota sobre o livro impressa na contra-capa, “a dureza do quotidiano, pautada por uma luta insana pela sobrevivência, não permitia mais devaneios do que aqueles que aconteciam por altura das vindimas, da matança de porco, da festa da padroeira ou do Espírito Santo…”
“Nascido do Magma” é a base da nossa vida, foi do magma que veio do fundo do mar que se formou a ilha, a ilha que acomodou todas as nossas gentes” – explica-nos o autor aquando uma sua visita à nossa redacção.
De acordo com Ruben Rodrigues este é um romance, com uma pitada de ficção e também de algumas memórias, “é no fundo a minha visão do que tem sido um povo arquipelágico nomeadamente das ilhas do Faial e do Pico”.
Esta obra demorou cerca de um ano e meia a ser preparada e foi “como que uma fuga e uma tentativa de tentar encontrar alguns momentos de repouso, sem nunca esquecer o motivo pelo qual vivo a minha angústia”.
O autor tem entre mãos mais duas obras: “Ilha do Faial – Século XX”, com nótulas históricas sobre as suas principais crises sísmicas e “O Professor”, um livro de ficção e memórias.
Sobre o primeiro diz ao Tribuna das Ilhas que “está praticamente concluído e é de referência histórica. É um recolher de notas que estão dispersas pela comunicação social sobre o assunto e que tem ainda entrevistas a emigrantes do tempo do vulcão, entre outras coisas.”
“O Professor” “será baseado na minha experiência de professor de ensino primário e mostrará algum do meu calcorrear pelos meandros do ensino.”
A obra agora editada pretende ainda ser um instrumento de ajuda a todos aqueles que se dedicam à investigação e que nem sempre têm como obter informações sobre as consequências económicas e sociais resultantes destas crises.
A edição do livro, cuja impressão foi feita pela empresa “O Telegrapho”, foi feita a totais expensas do autor, “entendi que se quero escrever um livro ou tenho que ter capacidade económica para o lançar e não ter que ter constrangimentos em pedir apoios… entendo que a cultura não tem que ser vivia à base de subsídios. Optei ainda por não fazer uma cerimónia de lançamento porque de certo modo é um convite a que comprem o livro mesmo sem quererem... foi pura e simplesmente posto à venda numa montra”.

O autor: Ruben Rodrigues nasceu a 16 de Novembro de 1934 na cidade da Horta. Frequentou a Escola do magistério Primário do mesmo burgo, tendo exercido no Faial, Pico e Terceira. Em 1996, a residir na Madalena do Pico, passou a integrar os quadros da Fundação Calouste Gulbenkian.
Na década de 7 foi eleito, por uma maioria do Conselho Municipal, vereador do Município da Madalena. Após a Revolução dos Cravos integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Horta e mais tarde, inteirou um Conselho Municipal. Em 1993, encabeçando, como independente, a lista do Partido Socialista, foi eleito Presidente da Assembleia Municipal.
Foi co-fundador e primeiro presidente da direcção do CRP Madalena do Pico. Na Horta assumiu o cargo de presidente da direcção do Angústias Atlético Clube durante quatro anos.
No jornalismo colaborou no “O Dever”; “Correio da Horta”, “Açores”, “Bom Combate”, “O Telegrafo”, “Rádio Clube d’Angra”, “RDP-Açores”, “RTP –Açores”. Exerceu o cargo de director do matutino “O Telegrafo” e do vespertino “Correio da Horta”.
Foi distinguido pelo Município da Horta com o diploma pelo seu papel na promoção de um jornalismo de defesa intransigente dos direitos do Faial. No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, foi-lhe conferido, pelo presidente da República, Jorge Sampaio, o Grau de Oficial da Ordem de Mérito.

Peter Café Sport no Porto


O "Peter Café Sport" da Horta está a partir de agora presente na cidade do Porto, no Cais da Ribeira.
Os portuenses e aqueles que por lá passarem já podem desfrutar do característico Gin do Peter sem ter que ir à Horta.
O projecto na cidade do Porto é uma iniciativa da empresária Mafalda Rangel, que esteve a viver nos Açores.
"De casa de câmbios a posta-restante, de clube de iatistas a agência de informações, de atracção turística a sala de visitas internacional, "Peter" não é um simples café, mas uma instituição de renome mundial".
O tempo passa e, de momento, o bar está presente também e na Expo'98, em Lisboa e em Oeiras.

Aprovado Programa do X Governo Regional


Foi apresentado na sessão plenária deste mês de Dezembro, que decorreu esta semana na cidade da Horta, o Programa do X Governo Regional.
O presidente do Governo diz que este programa “tem, sobretudo, um desígnio, que é o de continuar a fazer crescer a economia dos Açores, continuar a qualificar o nosso tecido empresarial privado, continuar a transmitir recursos, potencialidades e estímulos à iniciativa dos cidadãos e das empresas, valorizar o nosso capital humano, ganhar, numa palavra síntese, sustentabilidade para o desenvolvimento dos Açores”.
Carlos César frisou que a diversidade territorial suscita desafios ao nível da coesão, obrigando, por exemplo, a majorar apoios em ilhas mais pequenas, de modo a conferir importância adequada à actividade comercial que nelas se desenvolva.
“Por isso, este mandato do Governo será marcado por essa modulação, por essa capacidade de adaptação, em cada ilha, para nós atingirmos uma média de desenvolvimento e de crescimento que seja comum e que suscite uma maior harmonização no desenvolvimento”, acrescentou.
Para o presidente do Governo “o Programa é uma afirmação dos conteúdos com que o partido que ganhou as eleições se apresenta agora para o exercício do governo e esses conteúdos não podem ser diferentes daqueles com que se apresentou perante os eleitores”.
Disse Carlos César que quer ajudar todos a recuperar das dificuldades actuais que nos chegam; “é a de conferirmos sustentabilidade à Autonomia Política Regional, com mais democracia e mais oportunidades, maior coesão territorial e social interna, com uma boa administração, com uma sustentação competencial estável e uma situação financeira sólida, com cidadãos activos, empreendedores, profissionalizados, competitivos e realizados; é a ambição de auferirmos um sistema educativo com melhores resultados e dispormos de políticas inclusivas e de solidariedade mais eficazes para os jovens, como para os grupos mais frágeis e de risco; é a de darmos mais segurança às pessoas com uma protecção civil eficaz; a de assegurarmos maior produtividade, conhecimento, tecnologia, qualidade e competitividade nas economias do mar, da agricultura, do turismo e dos serviços em que temos vantagens, e nas ilhas onde as temos, incrementando igualmente os sectores de exportação; a de termos uma colaboração frutuosa com os órgãos da República e com as autarquias locais açorianas; e a ambição de agirmos numa dimensão política para o exterior mais útil à nossa afirmação e ao nosso desenvolvimento multidimensional.”
André Bradford, por seu turno, interveio durante esta sessão plenária para dizer que o Executivo vai promover “uma articulação mais eficaz dos esforços que a Região desenvolve e dos interesses que defende no plano europeu como à escala mundial”, com vista a melhor potenciar os efeitos políticos e económicos dessa acção. Para Bradford, o próximo quadriénio será marcado por uma “projecção consolidada da Região no plano externo”, resultante, em grande medida, do reconhecimento dos Açores como Região Europeia do Ano, em 2010, e da Presidência da Conferência das Regiões Ultraperiféricas, que os Açores assumirão em 2012.

Governos do PS deixam parte da Região "para trás"
O PSD/Açores denunciou, por seu turno, que uma parte da Região "está a ficar para trás", dado que as ilhas de coesão "nunca foram alvo duma estratégia de desenvolvimento" por parte dos governos socialistas.
"As ilhas de coesão – agora prosaicamente designadas como 'as chamadas ilhas de coesão' no programa do governo – nunca foram alvo duma estratégia de promoção do seu desenvolvimento. Aos poucos e poucos, uma parte dos Açores está a ficar para trás", afirmou o deputado social-democrata Pedro Gomes, na Assembleia Legislativa dos Açores, durante o debate do programa de governo.
O parlamentar do PSD/Açores salientou que os governos do PS "gastaram milhões de euros em recursos públicos sem conseguirem garantir uma melhor coesão territorial dos Açores, perdendo o combate contra a desertificação de algumas ilhas e concelhos".
Segundo Pedro Gomes, a coesão "nunca passou duma vaga promessa e de motivo político, para meros efeitos eleitorais", visto que o Fundo Regional de Coesão "nunca assumiu uma verdadeira função de fundo público de promoção da coesão".
O deputado social-democrata acrescentou que o programa de governo "não traz nenhuma resposta a estes desafios que se colocam" aos Açores, sendo "modesto nos objectivos e pouco ambicioso nos propósitos".
"A verdade é que os dirigentes do PS já não estão preocupados com o desenvolvimento dos Açores. A única pergunta que fazem é: 'quem vai suceder a Carlos César?'", referiu.
Falta de resultados da governação socialista conduz à crise
O PSD/Açores considerou hoje que a "falta de resultados" das políticas dos governos socialistas nos últimos 12 anos conduziu à crise "que se sente hoje nos Açores".
"Agora, passados 12 anos de falta de resultados dos meios e das políticas na vida das pessoas, é que o programa de governo fala 'na viragem no paradigma de desenvolvimento regional', referindo exactamente aquilo que o PSD andou a dizer nos últimos anos. Só agora!? É por ser só agora que se sente hoje a crise nos Açores", afirmou o deputado social-democrata Clélio Meneses, na Assembleia Legislativa dos Açores, no início do debate do programa de governo.
O parlamentar do PSD/Açores lembrou que os agricultores "vêem baixar o preço do leite à produção e vivem dias de angústia e desespero, os números do turismo descem, o desemprego aumenta e os pescadores vivem tempos difíceis".
"Na economia fecham empresas e despedem-se trabalhadores, há atrasos nos pagamentos como nunca se havia visto, há aperto nas famílias e nas empresas", salientou.
Segundo Clélio Meneses, o programa de governo "revela o cansaço, a falta de originalidade, sente-se, claramente o fim de ciclo da governação socialista", pois o executivo do PS limita-se a "pintar o mundo de cor-de-rosa, como se os açorianos não sentissem na pele que as coisas não são assim".
O deputado social-democrata sublinhou, a este respeito, que "é elucidativa a repetição, a cópia de frases e parágrafos inteiros do programa de governo aprovado em 2004 para aquele que agora é apresentado".


Deputado do CDS-PP diz que “Programa do Governo é exaltação do passado”
“O Programa do Governo em matéria de Educação assenta na inevitável e expectável exaltação do que foi feito no passado”. Foi desta forma que o Deputado do CDS-PP, Paulo Rosa, caracterizou, as intenções plasmadas no Programa do Governo para o desenvolvimento do sector da Educação, em apreciação na Assembleia Regional.
Segundo o parlamentar popular “ironicamente, apesar dos esforços desenvolvidos nos últimos anos, de entre os alunos Portugueses na faixa dos 15 anos, os Açorianos detêm o nível mais baixo na aferição de Competências Científicas. Isto prova, quanto a nós, que o caminho que temos vindo a trilhar não é o mais acertado e ilustra o falhanço das políticas educativas que têm vindo a ser implementadas na Região”.
Isto porque, entende o deputado centrista, “quanto à projecção do que serão os próximos quatro anos, há no Programa do Governo três conceitos recorrentes: primeiro, a demanda da estabilidade dos corpos docentes na nossa Região; em segundo, o Ensino Profissional como clara aposta de futuro e, em terceiro, a resolução de problemas relacionados com a descontinuidade geográfica”.
Relativamente à estabilidade dos corpos docentes, Paulo Rosa questionou o executivo sobre que “medidas concretas pensa tomar para reduzir a flutuabilidade dos corpos docentes e o seu impacto negativo, mormente nas ilhas pequenas?”
Quanto ao Ensino Profissional o parlamentar eleito pela ilha das Flores quis saber, porque o Programa do Governo assume o “desenvolvimento e generalização do Ensino Profissional”, se está para breve “as diligências do Governo para que se efective finalmente a implementação do Ensino Profissional na ilha das Flores”.
Antes de abordar as questões relativas à descontinuidade territorial, Paulo Rosa lembrou que “o Programa do Governo fala em valorizar a profissão e as funções docentes”, assumindo que o seu Grupo Parlamentar está “deveras intrigado e curioso”, porque fica a dúvida se “terá o Governo do PS percebido finalmente que as políticas persecutórias destes profissionais são injustas e pretende emendar a mão reabilitando publicamente uma classe, cuja imagem ajudou a degradar junto da opinião pública?”

“Viver nos Açores não é fácil mas o PS nestas matérias pode ter orgulho no trabalho que tem feito”

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aos 30 anos é o actual número dois da JS Nacional e conseguiu, num ano, pôr 600 mil pessoas a percorrer os Açores através do cartão inter-ilhas, pelo preço de um ano…nasceu com o PS no berço e como vem escrito na Visão, “em criança dormiu debaixo do palco dos congressos. Sente no pai o maior obstáculo à sua carreira política assim como sente que “jamais” será deputado nacional pelos Açores enquanto for o pai a indicar os nomes dos candidatos. Já é comparado a Jorge Coelho, tal a rede de contactos de que dispõe e o domínio que revela na estrutura.”


Francisco César, 30 anos, é uma das caras novas da bancada socialista no parlamento regional.
“A sensação de estar no parlamento é muito boa, ainda estamos na fase de escolher comissões e definir funções, mas é uma experiência nova, e como tal aliciante. É uma mudança de vida muito grande para mim. Nos últimos dez anos estive em Lisboa a fazer política e agora estou de regresso à nossa terra e tenho cá oportunidade de mostrar o meu trabalho” – começa por nos dizer Francisco César, deputado eleito pelas listas de Ponta Delgada nas eleições de 19 de Outubro.
Integrou o núcleo de Ponta Delgada da Juventude Socialista aos 14 anos de idade. Quando teve que ir para o Continente para prosseguir os seus estudos não se afastou da política, muito pelo contrário começou a trilhar aquele que é um percurso coeso dentro desta área.
Fez parte da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Economia e Gestão e daí a integrar um grupo da JS Nacional foi um salto.
“A JS tem que fazer política, não pode servir só para colar cartazes” – sublinha Francisco César que vai mais longe e diz “se formos a ver as coisas, hoje em dia temos um vice-presidente da bancada parlamentar, um secretário, entre outros, cuja escola de bases foi a JS”.
Foi director de campanha de Jorge Coelho, “o homem da máquina do PS”, o que lhe permitiu fazer campanha de rua e integrar a campanha de José Sócrates. De acordo com o jovem, foram dois meses de trabalho extenuante, mas que lhe permitiram contactar com uma realidade muito diferente, “esta campanha trouxe-me uma grande lição: como trabalhar em equipa, como estar em reuniões, como utilizar todos os meios tecnologicamente possíveis nesta área, entre outros. Foi uma campanha que funcionava ao relógio, organizada e metódica.”
Posteriormente trabalhou na campanha de Mário Soares que, como indica, “me deu o conteúdo político e o conteúdo humano. Fez-me ver que as pessoas não são números, em que as nossas ideias e os nossos sentimentos nunca devem ser sobrepostos pelas dinâmicas de campanha e pela vontade de ganhar. Mário Soares sempre defendeu que não se pode ter à frente de um país um tecnocrata, mas sim políticos à séria…”
“Depois deste trabalho vi-me envolvido na campanha da interrupção voluntária da gravidez, uma campanha que me deu sempre a sensação e o agrado de que estava a mudar algo na vida das mulheres do nosso pais” – diz Francisco.

Francisco César é, como se sabe, filho do presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César. Disse ao Tribuna das Ilhas que, “uma das grandes vantagens de estar no continente é que essa pressão não existia e isso permitiu-me nestes últimos dez anos, crescer politicamente e afirmar-me”. Francisco vai mais longe ao dizer que, “se há coisa que eu aprendi na vida é que a política é a coisa mais ingrata que há…. Matei-me a trabalhar em Lisboa nestes anos e o meu trabalho foi reconhecido por todas estas pessoas com quem trabalhei. Lá fora nunca tive necessidade de dizer sou filho de A, B, C. Quando o Berto Messias, presidente da JS me convidou para integrar as listas a estas eleições pensei, se as pessoas reconhecem o meu trabalho a nível nacional, se me convidam para trabalhar em vários gabinetes, porque hei de recusar o convite da organização com quem sempre trabalhei e a quem devo muito por causa do meu nome paterno? Nunca na vida renegarei o meu nome paterno, porque se há pessoa que tem menos culpa de me chamarem “filho de” é ele, porque sempre foi a pessoa que mais me apoiou e que mais exigiu de mim. Portanto se me fazem o convite para deputado e eu até acho que posso ser uma mais valia porque não hei-de aceitar?!”
Francisco César está optimista e confiante de que pode dar um contributo aos Açores. A sua formação académica em economia e gestão faz com que se sinta à vontade para criar políticas de juventude em várias áreas. “Em conjunto com o Berto Messias vamos intervir naquilo que achemos estar menos correcto. Prometemos trabalho e vamos lutar por fazer cumprir as propostas base de todo o governo do Partido Socialista, quer ao nível da juventude, quer do manifesto eleitoral.”
César diz ao Tribuna que “a juventude não pode estar sempre ligada só à educação, a juventude tem que estar junto da presidência e de quem coordena o governo porque todas as áreas da nossa sociedade são transversais à juventude.”
Instado a pronunciar-se sobre a situação política actual que se vive na Região, Francisco César diz à nossa reportagem que “estamos a passar um momento muito peculiar. Politicamente estamos a viver um ciclo com maior representação parlamentar e em que até o próprio sistema se está a adaptar a tudo isto. Estamos a entrar numa altura de alguma instabilidade internacional em termos de crise, o país está melhor do que o que se esperava face à crise internacional, e nós nos Açores temos a Autonomia a funcionar como estabilizador económico. É possível o governo e o nosso sistema político-administrativo atenuar os efeitos da crise, desde que sejam utilizadas as políticas correctas e rigorosas.”
“Neste momento estão precisos milhões de euros para investimento nos Açores, mas temos que ter consciência de que talvez as coisas não vão ser como desejamos…” afirma o deputado socialista que prossegue o seu raciocínio dizendo, “há previsto investimento privado e governamental, mas há coisas que não terão a rentabilidade que se espera…esta não é a melhor altura para investir sem olhar aos meios.”
A questão “Fernando Menezes” veio à baila aquando a conversa entre Francisco César e Tribuna das Ilhas, sobre isso, o jovem diz que “os critérios para a escolha dos nossos governantes não devem ser critérios de ilha mas sim de competência. Não acho que o Faial tenha ficado pior, e com todo o respeito que tenho pelo Dr. Fernando Menezes, acho que ficou com um dos cargos mais importantes e interventivos desta legislatura que é o de líder parlamentar.”

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

quarta-feira, 26 de novembro de 2008


Rita, (nome fictício), 18 anos, longe da sua terra natal, sem familiares nem amigos por perto. Casou-se com o homem pelo qual estava apaixonada. Um homem gentil, meigo, amigo que, passado algum tempo, entra no mundo da droga e torna a vida da sua mulher num verdadeiro inferno. Grávida do primeiro filho, um dia leva uma “valente tareia” e perde o bebé… a mágoa, a revolta e a tristeza apodera-se da jovem e os seus dias nunca mais foram iguais… a vontade de fugir daquele sitio era enorme mas o marido nem a podia ouvir dizer isso senão… mais tareia.
Relacionar-se intimamente com ele passou a ser um sacrifício, “és a minha mulher e tens obrigação disso”, dizia ele. Durante anos viveu nessa agonia. Hoje, anos depois de ter sido espancada quase até à morte com um taco de basebol, é uma mulher determinada, forte, que recuperou a sua vida, mas que vive com o fantasma do passado sempre presente.
É sobre esta e outras mulheres que quarta-feira se falou no Centro do Mar, num colóquio subordinado ao tema “Violência Doméstica – Uma análise Transversal”, naquela que foi mais uma jornada de luta para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Numa iniciativa da Polícia de Segurança Publica da Horta e a UMAR este colóquio teve como objectivo obter uma visão global da problemática da violência doméstica, através da perspectiva e abordagem de diferentes instituições, tendo em vista despertar consciências para este verdadeiro problema social e aperfeiçoar os mecanismos de interacção entre as instituições do Concelho.
Com uma sala repleta, os trabalhos tiveram início com uma palestra pelo Comissário Carlos Ferreira, Comandante da Divisão da PSP da Horta, subordinada ao tema “A Violência Doméstica no Faial: a abordagem policial”.
No Faial, no ano 2000 a Polícia de Segurança Publica registou 4 ocorrências; em 2007 o número foi de 64 e, até Outubro deste ano já deram entrada 52 casos. Isto não quer literalmente dizer que os casos de violência doméstica no Faial estejam a aumentar, significa sim que, há uma maior consciencialização e sensibilização para o problema e que as vítimas, na sua maioria mulheres, estão mais despertas para denunciar este flagelo.
Desengane-se quem pensa que este flagelo se verifica só entre marido e mulher. Dados estatísticos apresentados neste colóquio são bem claros e mostram que 70% ainda são casos de violência conjugal, 10% de ex-conjuges, 8% de filho e 6% de pais.
81% das vítimas são do sexo feminino e 19% masculinos. Em 89% das vezes os agressores são homens e 11% mulheres. Os idosos com mais de 65 anos de idade são cada vez mais afectados, bem como as crianças e jovens com menos de 16 anos.
Em declarações ao Tribuna das Ilhas o Comissário Carlos Ferreira diz que “os objectivos passam por despertar a consciência para este problema social, transversal a toda a sociedade e por outro lado construir mecanismos de prevenção mais céleres e eficazes entre as várias entidades que se envolvem diariamente no combate à violência doméstica”.
O papel da Polícia, conforme nos referiu aquele responsável, é “registar a ocorrência e adoptar as medidas processuais face ao agressor, que pode inclusive passar pela detenção do indivíduo se houver flagrante delito e depois temos um papel de apoio e encaminhamento da vitima, que pode não ser só a vitima de violência directa como podem também ser os filhos que devem merecer uma resposta e uma atenção cada vez mais direccionada por parte das entidades estatais”.
Instado a pronunciar-se sobre este flagelo na ilha do Faial, Carlos Ferreira sublinha que “é sempre preocupante, seja no Faial, nos Açores, no Continente ou em qualquer outra parte do mundo, no entanto mais preocupante era o silêncio que se vivia nestas situações de violência doméstica e o que nós pretendemos é eliminar esse silêncio e criar conceitos de cidadania mais profundos”.
No final o policial deixou uma mensagem de apelo para que todos os que vivem o flagelo ou para aqueles que conhecem situações dessas as denunciem à policia ou ao ministério público.
Vânia Ladeira, Assistente Social a desempenhar funções da UMAR, apresentou durante este colóquio uma abordagem estatística de todos os atendimentos que têm feito desde 2002, quer no Centro quer na Casa Abrigo.
“As mulheres que hoje nos aparecem tem cada vez mais uma mentalidade incutida de que a violência doméstica é um crime. Procuram-nos para saber quais sãos os seus direitos, para pedir apoio jurídico, social e psicológico” – revela a Assistente Social.
Depois de chegarem à UMAR as mulheres são encaminhadas ou para o Centro de Atendimento ou para a Casa de Abrigo, consoante a natureza da violência de que são alvo.
Vânia Ladeira não acha que hajam mais casos hoje do que em 2002, “acho que as mulheres estão é cada vez mais predispostas a denunciar estas situações”. “A violência doméstica é um crime, nós tentamos fazer com que as vítimas entrem na sociedade, até porque temos muitos utentes de outras ilhas; inserir as crianças na escola; pedir rendimento mínimo de inserção, entre outros apoios que estas mulheres precisam” – reforça.

III FÓRUM DAS TOXICODEPENDÊNCIAS

Decorreu na nossa cidade, de 19 a 22 de Novembro, o III Fórum das Toxicodependências.
Este fórum contou com a colaboração de cerca de duas dezenas de entidades ligadas ao ensino, saúde, prevenção e segurança e, no final, a conclusão mais pertinente está relacionada com a redução do consumo de substancias psicotrópicas no Faial, sobretudo entre os 14 e os 55 anos de idade.
O Verão foi classificada como a altura do ano em que os jovens com idades inferiores aos supra mencionados 14 anos têm uma maior tendência para se iniciarem no mundo da droga.
Segundo o sociólogo Alberto Peixoto, autor do estudo intitulado “Dependências no Faial: a situação de 2008”, apesar de algum decréscimo no consumo de tóxicos, os pré-adolescentes, com menos de 14 anos, aumentam consumos e, é devido a essa razão, que a prevenção continua a ser necessária.
O estudo acima referido foi o maior realizado na ilha do Faial e incidiu em mais de 1 600 inquéritos, compreendendo uma população dos 12 aos 55 anos de idade. Segundo o estudo realizado em parceria com o Gabinete de Acção Social da Câmara Municipal da Horta existem 90 pessoas dependentes de droga, 3600 de tabaco e 1000 de álcool. Ao nível da dependência de estupefacientes, o sociólogo salienta que segundo os registos do sistema de saúde faialense existem 50 pessoas que actualmente já recorrem àquele serviço.
Cannabis continua a ser a droga mais consumida, e tanto o haxixe como a heroína apresentam uma diminuição de consumo no Faial enquanto que a Cocaína teve um ligeiro aumento em relação a 2004.
Este estudo incidiu também no consumo de álcool e, chegou-se à conclusão de que as bebidas mais frequentes são o vinho e a cerveja, sendo que esta última tem tido, nos últimos anos, uma redução de consumo.
O início da dependência do tabaco ganhou contornos diferentes dos observados em 2004. Positivamente houve uma redução de indivíduos que iniciaram o consumo entre os 15 e os 20 anos; negativamente houve um aumento na faixa entre os 21 e os 25 anos.
Nota-se ainda que os homens têm diminuído tanto o consumo do álcool como o do tabaco e droga, enquanto que com as mulheres aconteceu exactamente o oposto.
Este fórum, depois de muitas palestras e de workshops específicos, terminou com a assinatura de um protocolo de parceria com a Divisão de Acção Social da Horta e o Centro de Saúde no âmbito do programa de Apoio a Dependentes – Substâncias Psicoactivas.
Não podemos deixar de frisar que os objectivos deste III Fórum passaram por contribuir para o conhecimento da realidade das toxicodependências no nosso concelho que permita criar um sistema de intervenção multidisciplinar baseado em parcerias entre as várias instituições existentes no Faial. Outra das pretensões dos organizadores deste evento é desenvolver acções de formação junto das famílias, dos educadores e da comunidade e criar contextos de encontro, da reflexão e de debate sobre a problemática.

Cláudio Almeida – o deputado mais novo da ALRAA


Com 23 anos de idade, Cláudio Almeida é o deputado mais novo da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Eleito pelo círculo de compensação das listas do Partido Social-democrata, Cláudio Almeida é licenciado em Estudos Europeus e Política Internacional pela Universidade dos Açores e está, de momento, a frequentar um MBA em Gestão de Empresas.
Tribuna das Ilhas, que acompanhou a tomada de posse do X Governo Regional, esteve à conversa com o jovem presidente da JSD/Açores e agora deputado da ALRAA.

Tribuna das Ilhas – Como é ocupar o cargo de deputado na ALRAA?
Cláudio Almeida – É interessante… como sou o mais novo sinto-me ainda um pouco distante mas isto ainda agora começou. Temos muito trabalho pela frente e vamos fazer os possíveis para trazer a voz da juventude ao Parlamento.

T.I. – E como foi esta sua inclusão na política açoriana?
C.A. – Comecei por ser presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Domingos Rebelo, mais tarde assumiu a presidência da FRAESA. Quando entrei para a Universidade já estava filiado no partido e fui eleito presidente da JSD de Ponta Delgada, depois vice-presidente da JSD São Miguel e, desde 2006 que estou à frente da JSD/Açores.

T.I. – De onde surgiu esse gosto pela política?
C.A. – Acima de tudo pela vontade de dar um pouco de mim e da minha experiência junto dos jovens e por saber que muitas vezes os jovens não são ouvidos pelos mais velhos… é acima de tudo tentar ser uma voz da juventude junto do PSD e nunca o contrário. Gosto da disputa de ideias, que é sempre bom em democracia. Venho também de uma família social-democrata e isso teve muita influência.

T.I. – Como é a relação da JSD/Açores com o Partido?
C.A. – Neste momento existe uma relação institucional muito boa. Sentimos que o PSD opta sempre por ouvir a voz da JSD no que diz respeito às políticas de juventude e mesmo nas questões de âmbito geral.

T.I. – E foi fácil, ou melhor dizendo, pacifica, a inclusão de membros da JSD nas listas para as eleições regionais de 19 de Outubro?
C.A. – Nunca é um processo fácil. Tivemos que nos afirmar dentro do partido ao longo destes dois anos. Tivemos que assumir uma postura de afirmação para podermos ter representação em todas as ilhas dos Açores e, diga-se de passagem, o Dr. Costa Neves foi muito sensato.

T.I. – Costa Neves está de saída … Berta Cabral poderá contar com o apoio da JSD Açores?
C.A. – Como já tivemos oportunidade de manifestar à Dra. Berta Cabral, nós JSD Açores apoiamos a sua candidatura, até porque achamos que é a pessoa mais indicada para dirigir o partido nos próximos quatro anos. A Dra. Berta tem tido sempre uma atenção para com a juventude e estamos certos de que assim continuará.

T.I. – Quais são as principais preocupações da JSD que vão ser trazidas a plenário?
C.A. – Temos várias preocupações de vários âmbitos, nomeadamente no que toca ao desemprego jovem, à desertificação das ilhas mais pequenas, que nesta altura é preocupante. Há ilha que estão a perder população na ordem dos 4 e 5%, como é o caso da Graciosa, Flores e São Jorge. O Governo Regional não tem feito nada nessa área e esperamos que nesta legislatura que agora se iniciou isso se altere. Estamos ainda atentos à política de emprego nomeadamente nos programas de estágios… a toxicodependência é neste momento uma calamidade que abala centenas de famílias açorianas e que tem adjacente a criminalidade. É preciso ter em linha de conta o absentismo escolar, os rendimentos sociais de inserção, entre outros aspectos.

T.I. – Como vai ser a sua linha de acção?
C.A. – Passa essencialmente por ser uma linha de acção construtiva. Não queremos estar a “disparar” contra o Governo, queremos sim dar ideias, e promover o debate e consequente bem-estar da juventude açoriana.

T.I. – Que análise faz à situação política actual dos Açores?
C.A. – Acho que é como em tudo na vida, há coisas boas e coisas más. Não podemos estar, conforme já sublinhei, a criticar o governo porque, efectivamente, há coisas boas destes anos de governação mas também achamos que as políticas que o nosso governo adopta em relação a certas temáticas não são as melhores.

T.I. – Que ambições têm para o seu futuro?
C.A. – Dentro da JSD Açores estou a meio do meu segundo mandato e os meus objectivos são fazer três mandatos. Já me chegou um convite para ingressar as listas nacionais da JSD, mas isso depende do que se passar no congresso nacional do próximo fim-de-semana, mas não pretendo fazer carreira da política, até porque a minha formação é direccionada para as relações internacionais.

T.I. – De todo o seu percurso conclui-se que é um líder. Quais são os ingredientes necessários para isso?
C.A. – Julgo que é preciso ter muita ambição e vontade de trabalhar. É preciso mostrar à nossa equipa que somos capazes de trabalhar no terreno é fundamental, bem como gostar do que se faz. A minha equipa de trabalho é óptima, trabalhamos muito bem.


PERFIL
Presidente da JSD/Açores
Finalizou o curso de Estudos Europeus e Politica Internacional na Universidade dos Açores.
Deputado da Assembleia Municipal de Ponta Delgada -Membro da Assembleia de Freguesia dos Fenais da Luz
Membro do Centro Social e Cultural dos Fenais da Luz
Vice-Presidente da mesa da Assembleia-geral da Associação de Juventude de Ponta Delgada
Presidente do conselho fiscal do Núcleo de Estudos Europeus e Politica Internacional da Universidade dos Açores
Membro do conselho Regional de Juventude
Membro do Conselho Municipal de Juventude de Ponta Delgada
Membro da Assembleia da Universidade dos Açores
Presidente da FRAESA (Federação Regional de Associações de Estudantes dos Açores) 2003/2005
Presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária Domingos Rebelo 2003/2005
Membro da Comissão Politica Nacional da JSD
Vice-Presidente da JSD/São Miguel 2003/2004
Presidente da JSD/Ponta Delgada 2004/2006
Membro da Comissão Politica concelhia do PSD de Ponta Delgada 2004/2006
Presidente do núcleo da Jsd/Fenais da Luz 2002/2006
Membro da Comissão Politica Regional do PSD Açores
Membro do Conselho Regional do PSD Açores

“X Governo com o mesmo espírito criativo e empreendedor de sempre”

quinta-feira, 20 de novembro de 2008



Os membros do X Governo Regional dos Açores tomaram posse na tarde da passada terça-feira na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade da Horta.
Depois de Carlos César ter anunciado, na sexta-feira quem seriam esses membros e de segunda-feira os deputados agora empossados terem votado em Francisco Coelho para presidente da ALRAA, tudo ficou a postos para que este novo governo, o décimo da nona legislatura começasse a trabalhar.
I discurso de Carlos César foi optimista, de olhos postos no futuro e claro está, sem deixar de fazer referência ao resultado das eleições de 19 de Outubro.
Nos corredores, “à boca miúda” ainda se ouviam rumores da saída de Fernando Menezes, antigo presidente do órgão autonómico, e ao “vazio político” a que a ilha do Faial supostamente fica sujeita.
Na tomada de posse César reiterou a sua vontade de continuar o projecto governativo que vem sendo concretizado ao longo dos últimos doze anos e que “permitiu uma extraordinária mudança na Região”.
“Os Açores que temos ganharam, ao longo da última década, mais liberdade, mais participação, mais energias, mais oportunidades, mais protecção social, mais qualificação, mais inovação e modernidade, mais economia privada, mais empresas, mais emprego. Há mais Açores no País, mais Açores na Europa e no estrangeiro, mais conhecimento e respeito pelos Açores e pelos açorianos”, referiu o presidente do Governo.
“Temos sido, queremos e vamos continuar a ser, desse modo, um governo promotor da mudança. Por essa razão, os que, como o ainda maior partido oposição, vaticinavam estarmos perante o fim de um ciclo político, e que o repetem agora, falharam no seu augúrio no passado e voltarão certamente a falhar no futuro. Aliás, nada nos mostram de futuro e pouco mais fazem do que representar o seu próprio passado”, salientou.
Sublinhando que, por vontade do povo açoriano a Assembleia Legislativa ganhou diversidade com a presença de um maior número de formações partidárias e, certamente, um acréscimo de dinamismo que será proveitoso no aprofundamento do debate político, recordou, no entanto, que ”isso se deve, também, à aplicação da nova Lei Eleitoral – proposta pelo Partido Socialista e entretanto aprovada – sem a qual, com o mesmo número de votos, e nesta Legislatura, o PCP e o Bloco de Esquerda não teriam representação e os dois maiores partidos da oposição teriam menos deputados”.
Assegurando que o X Governo parte, para mais esta nova etapa deste ciclo político, com uma experiência consolidada, mas com o mesmo espírito criativo e empreendedor de sempre, Carlos César aludiu às várias alterações na organização estrutural do X Governo, que tiveram em conta a sinalização e a asseveração de outras prioridades.

Caras novas e alterações orgânicas
O X Governo Regional dos Açores, foi apresentado por Carlos César no palácio dos Capitães-Generais e apesar de contar com o mesmo número de secretários regionais – a que se junta um novo subsecretário – há três membros que nunca fizeram parte do Governo e, no conjunto, sete secretarias mudam de titular, verificando-se a extinção do cargo de Secretário Regional Adjunto da Vice-Presidência, a autonomização da área da Saúde numa única Secretaria e diversas alterações nos núcleos competências de cada departamento.
Assim, ficarão em S. Miguel a Presidência, a Vice-Presidência, o secretário regional da Presidência – em cuja dependência estará o subsecretário regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa – a Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos e a Secretaria Regional da Economia.
Na ilha Terceira estarão a Secretaria Regional da Educação e Formação, a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social e a Secretaria Regional da Saúde.
Na ilha do Faial localizar-se-ão a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas e a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, em cuja dependência estará o subsecretário Regional das Pescas.
Duarte Ponte e Domingos Cunha foram os governantes que cessaram as suas funções com a formação deste novo Governo.
André Bradford, Maria Lina Mendes e Miguel Correia são secretários regionais do Governo presidido por Carlos César que nunca desempenharam, até agora, funções governativas.

Gabinete já definido
Já foi constituído o Gabinete do Presidente do Governo Regional para a presente Legislatura.
Carlos César mantém Luís Soares como seu chefe de Gabinete, sendo João Gonçalves assessor de Apoio ao Chefe de Gabinete e à Secretaria-Geral; José Luís Amaral assessor coordenador para os Assuntos Económicos e Cooperação Externa; Mariana Matos assessora para os Assuntos Parlamentares e Autárquicos, Relações com os Partidos e Cultura; Carlos Tomé assessor para a Comunicação Social; Maria João Carreiro assessora para Assuntos Gerais e Governativos; João Aguiar assessor para os Assuntos Sociais; Afonso Pimentel assessor para a direcção do GACS; Duarte Braz assessor coordenador da Delegação de Lisboa do Governo Regional; e Carlos Borges consultor de acompanhamento dos Assuntos de Segurança Interna e Defesa Nacional.

Francisco Coelho - Presidente da ALRAA
O deputado socialista Francisco Coelho foi eleito presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores para um mandato de quatro anos, correspondente à IX Legislatura.
De entre os 56 deputados votantes, o novo presidente recolheu 39 votos a favor, 12 contra e cinco abstenções.
Natural da ilha Terceira, Francisco Manuel Coelho Lopes Cabral, 42 anos, advogado, já exerceu as funções de secretário regional adjunto da Presidência nos VII e VIII governos dos Açores, tendo ocupado igualmente no segundo Executivo chefiado por Carlos César o cargo de secretário regional dos Assuntos Sociais.
Na última Legislatura, liderou a bancada do Grupo Parlamentar do PS no Parlamento açoriano.
Francisco Coelho é a sétima personalidade a presidir à ALRAA, sucedendo nestas funções aos sociais-democratas Álvaro Monjardino (1976-1978 e 1979-1984), Alberto Madruga da Costa (1978-1979 e 1991-1995), Reis Leite (1984-1991) e Humberto Melo (1995-1996 e 1998-2000) e aos socialistas Dionísio de Sousa (1996-1998) e Fernando Meneses (2000-2008).
A Mesa da Assembleia Legislativa integra ainda os vice-presidentes Ricardo Cabral (PS) e Jorge Costa Pereira (PSD) e os secretários José Manuel Ávila (PS) e Cláudio Lopes (PSD), também igualmente eleitos.

IX Legislatura arrancou com sessão constitutiva do Parlamento
A IX Legislatura da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores arrancou segunda-feira na Horta, com a realização da “sessão constitutiva” do Parlamento.
Saída das eleições regionais, que tiveram lugar dia 19 de Outubro último, a nova Assembleia é formada por 57 deputados, sendo 30 do PS, 18 do PSD, cinco do CDS/PP, dois do BE, um da CDU e um do PPM.
A Assembleia Legislativa Regional, que funciona em reuniões plenárias e em comissões, é o órgão representativo e legislativo da Região e fiscalizador da acção governativa.
Nos termos da lei, os deputados eleitos reúnem-se, por direito próprio, em sessão constitutiva no décimo quinto dia após o apuramento dos resultados eleitorais, e, após a aprovação do relatório de verificação dos seus poderes, prestam juramento solene.
Feito de forma individual, o juramento que cada deputado profere obedece à seguinte fórmula: “Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa e o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores”.
Após a instalação da Assembleia, seguem-se as eleições, em separado, primeiro do presidente e, depois, dos restantes membro da Mesa (dois vice-presidentes e dois secretários), para mandatos de quatro anos.
Cada legislatura do Parlamento açoriano divide-se em quatro sessões legislativas, que têm início, salvo a primeira, a 1 de Setembro de cada ano.
A cada ano, o plenário da Assembleia reúne-se em sessão ordinária, a qual compreende um mínimo de oito períodos legislativos.

Rotaract Horta a apoia a UMAR

O Rotaract Club da Horta entregou à UMAR –Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres, vários produtos alimentares.
Esta foi mais uma actividade de apoio social à comunidade faialense que este grupo de jovens, presididos por Hugo Rombeiro levaram a efeito, desta feita dirigido à UMAR, associação que tem como objectivos a defesa dos direitos e valorização da mulher, o incentivo à Igualdade entre os Géneros e apela à participação das mulheres na sociedade e em lugares de decisão.
Foram entregues produtos com grande longevidade de prazo, como seja massa, esparguete, arroz, azeite, entre outros e foram colhidos pelos jovens rotários junto da população de toda a ilha.

Ecoteca do Faial comemora Dia Nacional do Mar

A Ecoteca do Faial promoveu na passada semana várias actividades destinadas a assinalar o Dia Nacional do Mar, que se celebra a 16 de Novembro.
Realizou-se um “Circuito do Mar”, com actividades pedagógicas interactivas que envolveram as escolas locais, bem como ateliers, jogos e exposições, no Centro do Mar, instalado na antiga fábrica da baleia de Porto Pim e a que Tribuna das Ilhas assistiu.
Rosa Dart, directora da Ecoteca explicou-nos que, “A Ecoteca da Ilha do Faial, em parceria com o OMA e com o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, organizaram o circuito do mar de forma a que as crianças podessem ter contacto com as várias vertentes ligadas ao mar.”
Na Fábrica da Baleia assistiu-se a uma exposição da responsabilidade do DOP sobre a protecção das espécies de profundidades. As crianças tiveram oportunidade de fazer um jogo e um atelier de construção de vulcões submarinos.
Os objectivos destas comemorações, de acordo com aquela responsável, “é sempre um relembrar destes dias até porque convém que as crianças saibam porquê a existência destes dias. A sensibilização e educação ambiental são imprescindíveis.”
As crianças olham fascinadas para tudo o que lhes é transmitido e é frequente colocarem questões, tudo isto porque o mundo do mar é um mundo que não se vê de cá de cima… vão para casa entusiasmados e transmitem aos pais o que aprenderam.

Marco Garcia vice-campeão no Final das Regiões

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Realizou-se no passado mês de Outubro o evento mais esperado do ano: o final das regiões. No complexo da Lousada reuniram-se os melhores pilotos de cada região para apuraram os melhores de Portugal Continental e Ilhas.
O piloto faialense da Husqvarna/ Jet World, Marco Garcia, disputou a prova com um desempenho extraordinário. Nas duas primeiras voltas liderou o pelotão, sendo uma luta renhida entre os líderes que disputam o Campeonato Nacional de Motocross.
A performance do pelotão era evidente, o desempenho de todos foi excelente, mas o açoriano Marco Garcia surpreendeu todos, classificando-se em 2º lugar da sua classe: MX1.
Automaticamente ficou convocado para a manga da Classe Elite, à qual pertencem os 40 melhores pilotos portugueses.
Desta vez o desafio foi maior, pois o cansaço já era notório e a exigência do percurso fez-se sentir conquistando, assim, um fantástico 3º lugar.
O piloto faialense arrumou assim mais dois títulos nos comandos da sua Husqvarna, empolgando assim a assistência com a sua fantástica prestação.

JSD reclama apoio da CMH aos jovens

A Juventude Social-democrata da ilha do Faial está preocupada com o facto do custo de vida no
Faial ser demasiado elevado, tendo como proporção um nível baixo de vida.
Os jovens sociais-democratas, de acordo com uma nota informativa enviada à nossa redacção, reclamam junto da Câmara Municipal da Horta o apoio aos jovens casais “pois atendendo ao cenário actual a aquisição de habitação própria e a maternidade torna se cada vez mais uma miragem.
“É necessário haver mais incentivos ao arrendamento jovem e promover mais concursos de habitação a custos controlados. No entanto os concorrentes deverão ter no mínimo 5 anos de residência fiscal no concelho”, defende o presidente da JSD Faial, Hugo Rombeiro.
A JSD Faial apela também à criação de mais unidades de cuidados infantis, como sejam as creches, sublinhando que “desta forma as mulheres/mães têm possibilidades de deixar os seus filhos à guarda de alguém competente e ingressar no mercado de trabalho, logo, aumentar os rendimentos do agregado familiar.”
O incentivo à criação de empresas e prestação de serviços, facilitações no processo burocrático, em especial no que diz respeito aos timmings de fiscalização e abertura das mesmas bem como a redução das taxas e impostos municipais, são outras das medidas sugeridas pela JSD Faial.


Casos Lara Brum, São João, Droga e Reestruturação da PSP passados em revista


A Polícia de Segurança Pública Regional sofreu uma reformulação orgânica. Dentro de todo esse processo foi adoptada uma estratégia de abertura à comunicação social no sentido de dever cumprido na medida em que os cidadãos merecem ser informados e esclarecidos.


O Verão é caracterizado como sendo uma época do ano em que se cometem mais excentricidades. São as férias, os que vão e deixam os seus haveres, os que vêm e trazem hábitos e culturas diferentes. O calor convida a um maior consumo de líquidos e o grande número de festas populares, ao consequente consumo de álcool. Com isto desenrola-se uma bola de neve que poderíamos elencar aqui mas que são do senso comum: acidentes, rixas, assaltos, etc.
O Faial não é excepção, ou não fosse um destino turístico deveras apetecido. Vários foram os acontecimentos que marcaram a época de veraneio dos faialenses: o julgamento do caso de São João da Caldeira; o julgamento de 24 arguidos por tráfico de droga e, o fatídico processo da morte da jovem Lara Brum.
Perante tudo isto, Tribuna das Ilhas ouviu o Comissário Carlos Ferreira, comandante da Polícia de Segurança Pública da nossa ilha.

Tribuna das Ilhas - A reformulação orgânica da PSP está concluída? Quais as principais implicações para a ilha do Faial?
Carlos Ferreira - Em termos orgânicos, assistimos a uma reestruturação que está concluída. O dispositivo da PSP nos Açores contemplava um Comando Regional e 3 Comandos Equiparados a Comandos de Polícia, com um modelo de funcionamento misto, dependente do Comando Regional em determinadas matérias e da Direcção Nacional noutras. Na sequência da nova Lei Orgânica, passámos a ter um mesmo Comando Regional, com 3 Divisões Policiais na sua directa dependência, a primeira sedeada em P. Delgada com jurisdição nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria, a segunda sedeada em Angra H. e responsável pelas ilhas Terceira, S. Jorge e Graciosa, e a terceira com sede na Horta e jurisdição nas ilhas do Faial, Pico Flores e Corvo, contemplando na sua dependência seis esquadras territoriais e as esquadras de trânsito, segurança aeroportuária e investigação criminal. Na prática, a conclusão da reestruturação aguarda apenas pelos procedimentos de delegação e subdelegação de competências, esperando-se que da mesma resulte essencialmente uma melhor coordenação operacional a nível da região.

Verão 2007
T.I. - Como correu o Verão, em termos de segurança?

C.F. - Mais uma vez parece-me obrigatório dividir a análise por parâmetros. Em termos genéricos, abordando os crimes contra o património e actividade operacional, decorreu de forma normal, verificando-se uma relativa estabilização dos índices criminais e um ligeiro aumento do número de detenções. Por outro lado, importa elencar quatro temas em concreto que suscitam maior interesse por parte das pessoas e que também para a Polícia são objecto de apreciação distinta. O primeiro refere-se ao julgamento do crime ocorrido no Largo Jaime Melo, nas festas de S. João de 2007, o segundo refere-se ao julgamento de 24 arguidos por tráfico de estupefacientes, o terceiro às festas da Semana do Mar e o quarto à trágica morte ocorrida na freguesia do Capelo no dia 12 de Julho.

Processo São João
T.I. - Começando pelo julgamento do processo “São João”. A pena aplicada é assumida como uma derrota da PSP?

C.F. - Não, muito pelo contrário. A PSP fez o que lhe competia em termos de investigação. Recolheu vestígios, apurou as circunstâncias em que ocorreu o crime, identificou os presumíveis autores, ao fim de 24 horas tinha dois suspeitos detidos, carreou para o processo meios de prova e os factos foram dados como provados em tribunal. Não compete à PSP realizar o enquadramento legal ou decidir a medida da pena, mas para antecipar a sua próxima pergunta, acrescento também que os tribunais aplicam a lei em vigor, não são os magistrados que constroem a lei. Por isso, os cidadãos podem e devem exercer o seu direito de cidadania, dirigindo-se aos seus representantes eleitos para que estes diligenciem a aprovação das normas que representem a vontade popular, e podem fazê-lo quer a título individual quer no âmbito de movimentos cívicos.

T.I. - Mas a título pessoal considerou a pena justa?

C.F. - Posso acrescentar apenas que o grau de satisfação da PSP não depende do número de anos de prisão aplicados aos arguidos. A missão policial nesta vertente é ajudar a fazer justiça e a justiça faz-se condenando os culpados e absolvendo os inocentes. É claro que se realizamos uma determinada investigação e os elementos de prova nos permitem considerar, nesta fase, que um dado cidadão praticou um ou mais crimes, a posterior condenação desse suspeito em sede judicial constitui um reconhecimento de que o trabalho policial foi bem conduzido.

Semana do Mar
T.I. - E a Semana do Mar? Foram assaltados três restaurantes da Feira Gastronómica. O que falhou na segurança?

C.F. - Embora em termos de ordem pública não se tenham registado incidentes de maior gravidade, como os que ocorreram em 2004, verificaram-se furtos em restaurantes da feira gastronómica, o que é sempre de lamentar. Neste ponto, e tendo em conta que a situação foi tornada pública, parece-me ser importante esclarecer que a PSP empenha todo o seu efectivo no período da semana do mar, proibindo o gozo de férias nesta época, não concedendo dispensas e empenhando os poucos elementos policiais que exercem funções internas no policiamento nocturno, através da suspensão parcial destes serviços e numa estratégia de comando que privilegia a vertente operacional e o serviço ao cidadão. No entanto, a Polícia não pode funcionar como segurança particular de qualquer estabelecimento. Se qualquer estabelecimento pretender segurança específica, pode contratar uma empresa de segurança privada ou, atempadamente, solicitar à PSP policiamento em regime remunerado, concedido após avaliação, parecer positivo do comandante local e aprovação superior, sendo realizado por elementos policiais para além do seu horário normal de serviço. Por outro lado, importa que cada um de nós adopte também algumas medidas de segurança, o que no caso dos restaurantes implica fechar os espaços nos períodos em que ficam abandonados, não deixar produtos em cima das mesas ou do balcão, entre outras vulnerabilidades.

T.I. - E a Polícia, o que pensa fazer no próximo ano?

C.F. - A nível policial, vamos naturalmente tentar evitar este tipo de furtos na próxima edição. Mas este conceito de que se pode transferir toda a responsabilidade apenas para a PSP e para o contínuo sacrifício dos elementos policiais tem também que ser alterado. Uma elevada percentagem das solicitações a que a Policia acorre neste período corresponde a matérias em que a instituição tem competência genérica, mas cuja competência em primeira instância pertence a cerca de uma dezena de entidades que as poderiam ou deveriam exercer, libertando assim a PSP para a prevenção de furtos e de alterações da ordem pública. Por outro lado, esta é das poucas festas de grande dimensão da região em que todo o reforço de segurança pública, incluindo trânsito, continua a fazer-se sem qualquer custo ou investimento da organização, o que poderemos ter que repensar, tendo em especial consideração a recente saída de alguns elementos para a aposentação.

Tráfico de droga
T.I. - Passando agora ao julgamento por tráfico de droga. Vinte e três arguidos condenados num único julgamento não é muito frequente…
C.F. - É um número elevado, mesmo a nível nacional. O inquérito foi realizado com excepcional qualidade técnica e exigiu muita dedicação e sacrifício, em especial dos elementos directamente responsáveis pela investigação, que trabalharam cerca de 16 horas por dia durante um largo período. Eu recordo que nesta investigação foram realizadas buscas domiciliárias e detenções, não apenas em várias ilhas dos Açores, mas também em Lisboa, Loures, Almada e Portimão. Na sequência dos elogios proferidos em audiência de julgamento pelo senhor Procurador de Círculo e até por defensores de alguns arguidos, também a sentença veio reconhecer a qualidade do trabalho da PSP, com a condenação de 23 dos 24 arguidos. Mas para além destes arguidos em concreto, tenho esperança que a divulgação destes dados possa obrigar alguns jovens que se iniciam no mundo das dependências a repensar o seu projecto de vida e a enveredar por hábitos mais saudáveis.

Lara Brum
T.I. - E o tema mais polémico de todos, a morte de Lara Brum e a falta de informação e resultados. Sempre que o abordavam sobre o tema dizia não pode falar. As pessoas não mereciam respostas?

C.F. A população em geral e a família em particular merece informação, respostas e, naturalmente, resultados, num equilíbrio que devesse necessariamente preservar o sucesso da investigação. As entidades do Estado têm uma tradição contrária à prestação de informações, embora nos últimos anos tenha havido em alguns organismos uma evolução positiva. O que eu referi e volto aqui a reforçar, é que não me competia falar sobre o tema, ou melhor, a PSP não conhecia directamente a investigação – que esteve a cargo de outra entidade – e por isso também não podia pronunciar-se sobre o assunto. A mensagem que posso transmitir é a de confiança no trabalho da Polícia Judiciária, que espero, apurará as circunstâncias que envolveram a trágica morte dela e as devidas responsabilidades.

T.I. - Isso significa que a PSP não está a fazer qualquer investigação. No caso do “São João” a PSP tomou conta do caso e obteve respostas em 24 horas. A família e amigos da Lara e a população do Capelo e do Faial aguardaram mais de três meses… C.F. - As situações são diferentes. No caso em aberto, a PSP não pode, legalmente, fazer a investigação do processo, que de acordo com a lei da organização da investigação criminal compete a outra entidade. Prestamos todo o apoio possível quando tal nos é solicitado, mas a lei não nos permite investigar. Tenho a noção de que é difícil compreender este princípio e de que a espera da família é verdadeiramente dramática, mas não podemos violar a lei. A investigação tem os seus tempos, a PJ é uma instituição com excelentes profissionais e com elevada taxa de sucesso em investigações desta natureza.

Efectivo Policial
T.I. - Referiu há pouco a aposentação de alguns elementos. É do conhecimento público que o efectivo já era reduzido. A solução é esperar por reforço no final do próximo curso de formação?

C.F. - É fundamental expor em sede própria as dificuldades sentidas e fundamentar a necessidade de reforço, para que possa ser devidamente analisada no momento de definição da distribuição de agentes. No entanto, não ficamos parados a aguardar por esse momento, temos que adoptar permanentemente uma visão abrangente e criativa no sentido de perspectivarmos soluções para os problemas. Relembro que fizemos uma verdadeira campanha de marketing institucional para incentivar os jovens a concorrer à PSP quando foi aberto o concurso para agentes, com resultados positivos, e vamos agora convidar os candidatos aprovados a visitar a sede da Divisão, aproveitando a visita para lhes fazer uma apresentação do trabalho realizado e das perspectivas de futuro, de forma a contribuir para que no final do curso manifestem interesse em trabalhar cá. Na PSP estas medidas não são habituais, mas parecem-nos adequadas. Por outro lado, apresentámos uma candidatura ao programa Estagiar e temos neste momento uma estagiária nos serviços administrativos, o que constitui uma inovação, mesmo a nível nacional.

Legalização de Armas
T.I. - Nota-se que tem um gosto especial em aparecer entre os primeiros. Recordo-me do melhor ratio nacional no processo de legalização extraordinária de armas de fogo, do teste positivo na noite de inauguração dos kits de detecção de drogas, agora o Estagiar. Mas fala sempre na terceira pessoa…
C.F. - É um trabalho de equipa, do comandante, dos restantes oficiais, chefes, agentes e funcionários civis. Todos se dedicam diariamente para servir a população. Falando na primeira pessoa, a minha perspectiva é a de que devemos tentar sempre fazer o melhor possível, procurar estar ao nível dos melhores. Não podemos baixar os braços e assumir uma postura negativa porque estamos longe e temos menos recursos, pelo contrário, essa desvantagem obriga-nos a ser mais ser mais inteligentes. Foi o que aconteceu na noite de implementação dos kits de droga, em que em Lisboa se realizaram 131 testes apenas com resultados negativos e a PSP da Horta realizou apenas dois testes e obteve um positivo. Se conseguirmos motivar o efectivo para este objectivo, de planearmos e executarmos com qualidade, os resultados globais serão sempre muito mais positivos.

Polícia Municipal
T.I. - Para terminar, uma última questão relativa às Policias Municipais. Concorda com a sua criação?

C.F. - As Polícias Municipais têm um quadro legal definido e podem ser um óptimo instrumento para exercício de competências por parte das autarquias, não em matéria de segurança pública, mas em sede de polícia administrativa. No entanto, a sua criação pode constituir também um contributo importante para a segurança pública, através da libertação da PSP para a sua missão prioritária.

T.I. - Mas trata-se de um custo muito elevado. Justifica-se numa ilha?
C.F. - O regime legal determina a repartição de despesa entre o Governo Central e as autarquias. A segurança não tem preço, pois a insegurança inibe o desenvolvimento económico e prejudica gravemente a qualidade de vida das pessoas. Por outro lado, as autarquias têm que dispor de meios para cumprir as suas atribuições, que atingem um leque muito variado de matérias. Uma polícia municipal bem dirigida e com poucos elementos, mas bons, paga-se a si própria e pode prestar um serviço relevante aos municípios e aos munícipes, não encerrando um verdadeiro custo, mas sim um investimento.

Escola Profissional comemora 10 anos - Cursos de Nível IV vão ser uma realidade

quarta-feira, 5 de novembro de 2008






Há dez anos a esta parte, numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia da Horta, surgiu a Escola Profissional da Horta. Depois de várias missivas junto da autarquia local e do contacto com várias entidades, o desejo de proporcionar alternativas de futuro para os jovens faialenses começou a falar mais alto e depressa se tornou uma necessidade e, consequentemente uma realidade. Finalmente em instalações condignas, e brevemente licenciadas, a EPH já formou mais de cinco centenas de jovens que singram no mercado de trabalho.


A Escola Profissional da Horta comemorou no passado dia 3 de Novembro, segunda-feira, o seu décimo aniversário.
Formandos, formadores e direcção juntaram-se no auditório do Palacete de Sant’Ana para, numa cerimónia simbólica, comemoraram esta importante data do ensino profissional no Faial.
Primeiramente, sob orientação pedagógica de Susana Sebastião, a EPH funcionou numa casa na Rua Conde d’Ávila. Posteriormente teve valências na Rua Vasco da Gama, e ainda no auditório da Caixa Geral de Depósitos. Depois de vários embargos e muitas dificuldades, lá conseguiram instalar-se para o Palacete de San’Ana. No entanto, e de acordo com declarações proferidas pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia, finalmente o Provedor de Justiça resolveu por um ponto final nesta situação e avançar com a legalização/licenciamento da obra.
Se no ano lectivo de 1998/99 conseguir matricular 20 alunos foi uma aventura, hoje, decorrendo o ano lectivo de 2008/2009 são cerca de 150 os formandos inscritos naquele estabelecimento de ensino. Nestes dez anos, foram 236 os jovens que se diplomaram.
De acordo com a Directora Pedagógica da Escola Profissional da Horta, Maria José Gonçalves, os objectivos daquele estabelecimento de ensino passam por “contribuir para a formação integral dos formandos; facultar aos formandos uma sólida formação geral, científica e tecnológica; permitir aos formandos contactos com o mundo de trabalho e experiência profissional e promover a formação de recursos humanos qualificados e colaborar na sua inserção profissional.”
Tribuna das Ilhas colheu ainda declarações junto de Eduardo Caetano de Sousa, que nos disse que “10 anos significam muito para a Santa Casa da Misericórdia da Horta pelo contributo que deu à comunidade, mas sobretudo aos jovens que tiveram oportunidade de tirarem um curso para dar uma orientação ao seu futuro. A EPH tem sido uma escola de sucesso e isso é visível pela grande aceitação que os alunos têm tido junto do mercado de trabalho local.”
Estes dez anos não foram pacíficos… adversidades existiram que abalaram o funcionamento da EPH, “Só eu e Deus é que sabemos os obstáculos com que nos deparámos, mas, com a ajuda dos elementos da direcção foi possível levar este barco a bom porto” – sublinha Eduardo Caetano de Sousa.
Instado a pronunciar-se sobre o futuro da Escola, o Director e Provedor da Santa Casa refere à nossa reportagem que “vai tudo depender da boa vontade da nossa comunidade. Estamos a pensar em leccionar um curso com o nível IV, para poder dar cada vez mais e melhor formação aos alunos para que eles, consequentemente, possam dar melhor resposta ao mercado de trabalho que, hoje em dia, é muito ingrato. Tenho esperanças que já no próximo ano isso seja possível”.
No final, Caetano de Sousa pediu mais compreensão e apoio para a escola e para os jovens, “o futuro dos jovens passa pela escola, e nós, os mais velhos, temos obrigação de lhes proporcionar as oportunidades necessárias para singrarem no mercado de trabalho



“Não chega reflectir sobre a experiência recente do ensino profissional. É
urgente reflectir sobre o que queremos do ensino profissional, que objectivos
queremos atingir, com que meios, com base em que modelos de organização.”


“Os bons resultados atingidos por uma boa parte das escolas profissionais,
quer pela procura crescente de que são alvo, quer pelos elevados índices de
empregabilidade dos seus formandos, devem-se ao modelo organizacional
que adoptaram e à capacidade de articulação com o mundo empresarial e do
trabalho, bem como com as comunidades que pretendem servir.”

Cursos Profissionais Finalizados
1998/99 - 2000/01
- Técnico de Gestão Agrícola - Formandos diplomados: 11
- Técnico de Construção Civil / Medições e Orçamentos - Formandos diplomados: 11
1999/00 - 2001/02
- Técnico de Gestão de PME’s e Cooperativas - Formandos diplomados: 18
2000/01-2002/03
- Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente - Formandos diplomados:14
2001/02-2003/04
- Técnico de Gestão Autárquica - Formandos diplomados:14
- Animador Sociocultural / Assistente de Geriatria - Formandos diplomados :13
- Técnico de Informática / Manutenção de Equipamentos - Formandos diplomados :10
2002/03-2004/05
- Técnico Hotelaria / Recepção e Atendimento- Formandos diplomados : 11
- Técnico de Serviços Comerciais / Promoção Regional - Formandos diplomados :14
- Operador de Construção Civil / Carpintaria - Formandos diplomados : 6
2003/04-2005/06
- Técnico de Comunicação / Marketing, Relações Públicas e Publicidade - Formandos diplomados:17
- Técnico de Recursos Marinhos / Oceanografia Pesqueira - Formandos diplomados:14
2004/05-2006/07
- Técnico de Contabilidade - Formandos: 15
- Técnico de Auxiliar de Infância - Formandos: 19
2005/06-2007/08
-Técnico de Secretariado - Formandos diplomados: 19
- Técnico de Turismo - Formandos diplomados: 16
- Técnico de Informática de Gestão - Formandos diplomados: 15

Cursos de Profissionais a Decorrer
2006/07-2008/09
- Técnico de Construção Civil/ Organização e Preparação de Obras, Variante de Desenho de Construção (Formandos: 11)
- Técnico de Gestão (Formandos: 17)
- Técnico de Electrónica, Áudio, Vídeo e T.V. (Formandos: 11)
2007/08-2009/10
- Técnico de Gestão do Ambiente (Formandos: 14)
- Técnico de Comércio (Formandos: 14)
- Técnico de Electrónica, Automação e Computadores (Formandos: 18)
2008/09-2010/11
- Técnico de Animador Sociocultural (Formandos: 20)
- Técnico de Processamento e Controlo da Qualidade Alimentar (Formandos: 16)
- Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (Formandos: 16)

Cursos de Qualificação de Activos Finalizados
9 Cursos de Formação Pedagógica Inicial de Formadores (em breve termina mais um curso);
2 Cursos de Formação Pedagógica Contínua de Formadores;
1 Curso de Recursos Humanos e Direito do Trabalho;
2 Cursos de Prestação de Serviços a Idosos;
1 Curso de Operador de Informática;
1 Curso de Técnicas Profissionais de Atendimento;
1 Curso de Aperfeiçoamento em Construção Civil: Projecto de Estaleiro/ Condução de Obra

7.º Aniversário do RTC HORTA


O Rotaract Club da Horta comemorou no passado dia 1 de Novembro, o seu sétimo aniversário.
No jantar comemorativo, que decorreu no restaurante “O Cagarro”, anunciou o projecto internacional do actual ano rotário 2008/09, um projecto que engloba o envio de livros de Língua Portuguesa para São Tomé e Príncipe.
Nesse âmbito, o Rotaract Club da Horta arrecadou 150 livros, que vão desde manuais escolares, a enciclopédias e literatura diversa que, posteriormente, serão remetidos para São Tomé.
O projecto, com cariz internacional, tem como parceiros: Ministério da Educação de São Tomé e Príncipe, Centro de Negócios de São Tomé e Príncipe, Rotaract, Universidade Nova de Lisboa – FCSH, Cáritas de São Tomé e Príncipe e Comissão Nacional da Unesco de São Tomé e Príncipe.
Além da recolha de livros, o Rotaract Club da Horta tem, ao longo destes anos, organizado várias campanhas de recolha de bens para fins sociais, pelo que durante o jantar comemorativo, foi anunciado que o RTC vai proceder à entrega de produtos alimentares à UMAR – Unão de Mulheres Alternativa e Resposta, bem como de algum vestuário à CÁRITAS da ilha do Faial.
Hugo Rombeiro, presidente do Rotaract Clube da Horta, manifestou, na ocasião, o seu agrado pelo facto dos Faialenses terem participado nestas campanhas de solidariedade levadas a cabo pelo Clube.
Ainda de acordo com nota de imprensa enviada à nossa redacção, neste sétimo aniversário do Rotaract Club da Horta foram admitidos quatro novos membros .

Dra. Alexandra Osório Feijó- “Não faço milagres, tenho é a ciência”




Dermatologia, rejuvenescimento facial, peeling, botox, pequenas cirurgias laser são algumas das mais valias que a Dra. Alexandra Osório Feijó tem trazido ao Faial desde 200. Manter uma pele perfeita ao longo dos anos é o sonho da maioria das pessoas, sobretudo das mulheres e as faialenses já começaram a aderir e procurar as armas que lhe permitem combater as rugas e melhorar a aparência da face.



Desde 2005 que a dermatologista Alexandra Osório Feijó vem ao Faial para dar consultas. Por esta ser uma área que atravessa várias carências na nossa ilha, atendendo a que o Hospital da Horta não dispõe de um dermatologista a tempo inteiro, muitas têm sido as pessoas que procuram os seus serviços.
O clima açoriano faz com que por cá se encontrem patologias bem diferentes das a que está habituada a “curar” no Continente, pelo que aí reside o grande desafio de Alexandra Osório Feijó.
Recentemente, mas apesar de já desenvolver estas técnicas há muito tempo em Lisboa, começou a falar e a executar, técnicas de rejuvenescimento facial às mulheres faialenses.
Esta dermatologista trata doenças da pele, unhas, cabelos e doenças venéreas. É cirurgiã de formação. Desempenhou funções de cirurgiã geral durante três anos, trabalhou seis anos com um cirurgião plástico na privada e, terminou a sua formação com dermatologia.
Nos Açores, e como nos referiu a própria, “iniciei as minhas funções um pouco como o médico João Semana… uns amigos disseram me que aqui havia muita dificuldade em dar resposta a situações de dermatologia e decidi montar a consulta de dermatologia nos Salão dos Bombeiros. Para além das consultas faço ainda pequenas cirurgias dermatológicas e medicina estética”.
Sobre o que tem encontrado, Alexandra Osório Feijó diz à nossa reportagem que “tenho diagnosticado casos interessantíssimos no Faial, nomeadamente no que concerne ao despiste do cancro da pele, sobretudo o melanoma.”
Para além dos sinais, o maior problema dos açorianos é a dermite seborreica, “o clima, calor/humidade, faz com que certos fungos que são naturais da nossa pele se desenvolvam mais. Nós temos o vulgo “caspa” em grande quantidade aqui no Faial e também um fungo conhecido como “Fungo da Praia” – esclarece a especialista.
As consultas desta médica da especialidade são procuradas por questões médicas e por questões estéticas, “no início apostei na dermatologia e na cirurgia dermatológica, como já referi. Verifiquei que existiam imensos casos de cancros malignos da pele, não o melanoma, mas o basalioma, espinosolar, que são cancros localizados que fazem grandes destruições. Vi casos gravíssimos mas que consegui resolver com cirurgia. Outra patologia muito frequente aqui, sobretudo nas pessoas de mais idade, são lesões relacionadas com uma exposição muito demorada ao sol que se não forem tratadas evoluem para cancros de pele.”
“Do ponto de vista científico encontro patologias riquíssimas aqui no Faial e que, volto a sublinhar, não encontro em Lisboa, em variadíssimos escalões etários” – diz e prossegue dizendo que “a coisa mais gratificante é quando as pessoas chegam cá desesperadas e me pedem milagres… eu digo que não faço milagres… tenho é a ciência. Não faço só consultas, faço um ensino às pessoas para que não tenham que cá voltar muitas vezes.”
Na vertente estética, Alexandra Osório Feijó tem desenvolvido muitos trabalhos na área do rejuvenescimento facial, “tenta-se ganhar anos na cara de uma pessoa… temos a idade biológica e a idade real, bem como a ideia que nós aparentamos ter. Devido ao sol aparecem rugas e sardas muito cedo, pelo que faço, com uma máquina de laser, foto-rejuvenescimento. Estes tratamentos pretendem estimular a derme para que ela não envelheça tão rapidamente. Aplico botox, trato manchas, aplico um gel filler, faço peelings e, ultimamente, tenho feito muitos tratamentos laser para varizes.”

Doutor Preciso de Ajuda
A Dra. Alexandra Osório Feijó fez, antes do verão, umas gravações para o programa da TVI, Doutor Preciso de Ajuda e foi “uma experiência muito engraçada. Deram-me sete pacientes para eu aplicar várias técnicas de rejuvenescimento. A técnica principal é estimular a pele para que recupere naturalmente a força e a vitalidade de há anos atrás. Não é só aplicar químicos” – reforça.

Vamos de férias

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pois é verdade, o www.noticiasdofaial.blogspot.com vai de férias.
Serão 15 dias para aproveitar para retemperar forças.
Entretanto podem acompanhar alguns dos meus trabalhos de assessoria no www.mjsfrelancer.blogspot.com
Cumprimentos a todos os que nos visitam.
Continuem e comentem!

Dia Europeu da Segurança Rodoviária - PSP e alunos juntos para prevenir



Comemorou-se no passado dia 13 de Outubro, segunda-feira, o Dia Europeu da Segurança Rodoviária.
A Polícia de Segurança Pública levou a efeito, na manhã desse dia, uma acção de sensibilização em conjunto com os alunos do Colégio de Santo António.
Assim sendo, os alunos foram Polícias por um dia, e distribuiriam panfletos alusivos à data. Tiveram ainda oportunidade de visitar a CMH.
O Comandante da PSP da Horta disse ao Tribuna das Ilhas que “esta é mais uma acção de prevenção rodoviária promovida pela PSP e visa essencialmente educar os nossos condutores, quer através dos conselhos de segurança que são distribuídos no folheto por estes jovens policias, quer através da intervenção que estes jovens policias tem junto dos pais”.
A parceria entre a força de segurança pública e as escolas já acontece há dez anos a esta parte, no âmbito do projecto “Escola Segura”, a que fizemos menção recentemente, “este ano temos feito uma intervenção mais intensa junto das escolas, porque há necessidade de ambos os parceiros (PSP e Escolas), para que se consigam melhores resultados”.
O Comissário Carlos Ferreira, disse ainda o Tribuna das Ilhas que “esperamos colher maior empatia da nossa população para com a polícia e maior civismo e respeito pelos outros na condução do dia a dia.”
De acordo com o Comandante, “esta acção está a decorrer em todas as ilhas. Temos previstas outras até ao final do ano e queremos continuar nesta linha de acção que é, essencialmente, pedagógica”.
As crianças envolvidas nesta acção estavam entusiasmadas e mostraram muito interesse e traziam a lição bem estudada. O Afonso, de oito anos, disse-nos que “temos que dizer às pessoas para andarem com cuidado.”


Clube Naval da Horta - Formação é pedra basilar da nova direcção



Tribuna das Ilhas - Hugo Pacheco é o mais recente, senão o mais jovem presidente do Clube Naval da Horta. Como surgiu esta situação?
Hugo Pacheco - Efectivamente julgo ser o mais novo presidente do CNH, mas vem tudo no seguimento de uma linha de mandatos nos quais tenho estado presente. Há três anos a esta parte que faço parte da direcção do CNH, entretanto foi me feita esta proposta, pensei, amadureci a ideia, tratei de tentar arranjar pessoas da minha confiança para formar uma lista capaz de assumir os destinos do Clube. Julgo que temos uma equipa para trabalhar.

T.I. – Num momento em que o associativismo está a cair em desuso, foi fácil reunir os restantes elementos para formar esta equipa directiva?
H.P. – Sim foi muito fácil, até eu pensava que fosse mais difícil. Todos disseram que sim aos primeiros contactos, o que me deixa muito satisfeito.

T.I. – O facto do CNH ser reconhecido internacionalmente pelo seu papel e participação em regatas internacionais não o assusta?
H.P. – A herança é pesada. Quando decidi aceitar o cargo ponderei muito esta situação, mas julgo que, quando os clubes estão numa fase crescente há que continuar. O nosso objectivo não é estagnar, mas sim continuar com os projectos existentes até ao momento. Continuar a apostar na projecção do Clube internacionalmente. A nossa ideia é solidificar o que foi conseguido e, se possível fazer um pouco mais.
Na vela ligeira vamos tentar explorar o campeonato nacional, na vela de cruzeiro já estamos a ultimar novos contactos para novas regatas internacionais. Na canoagem estamos a fomentar entre os clubes dos Açores para impulsionar a modalidade. Temos consciência de que a secção de remo está adormecida mas vamos tentar reactivar esta secção, bem como a secção de jet ski.

T.I. – Já estava por dentro do CNH uma vez que já acompanhava a sua situação há três anos. Como está, presentemente, o CNH?
H.P. – Financeiramente está saudável. Tecnicamente há arestas por limar. É preciso desenvolver o corpo técnico do clube. Estamos num processo de crescimento, mas julgamos ter as ferramentas necessárias, pessoas interessadas em constituir esse corpo técnico. Há secções que já estão altamente qualificadas, mas queremos sempre mais.

T.I. – Anteriormente a grande preocupação do CNH era a formação. Vão seguir essas linhas mestras?
H.P. – A pedra basilar do clube é a formação. Formação na parte dos desportos náuticos, seja vela, canoagem, natação.

T.I. – Para as pessoas da terra os botes baleeiros são a principal atracção. O que vai ser feito nesta secção?
H.P. – O que foi feito nesta secção foi, convenhamos, muito bem conseguidos. E com as pessoas que temos agora penso que vamos continuar a desenvolver esse bom trabalho. Temos no momento 7 botes e vamos promover os campeonatos locais e regionais da modalidade.

T.I. – Qual é a principal dificuldade do CNH?
H.P. – Sem dúvida a exígua sede. Apesar de ser boa já não dá resposta às reais necessidades do Clube. O CNH é composto por dois pavilhões que já não suportam todo o nosso património. Um deles está adstrito á vela ligeira e o outro ao resto, mas há material que está espalhado. Na secretaria temos um espaço diminuto, o arquivo não está criado. Estamos a procurar parcerias externas para conseguir encontrar soluções para isso. De acordo com informações de que dispomos, o Governo Regional está empenhado na construção de uma nova sede, incluída na obra de reordenamento do Porto da Horta, vamos a ver se isso se concretiza.

Mestre da banda desenhada José Ruy no Faial


Publicou a primeira história aos quadradinhos aos 14 anos, mas começou a fazer fanzines aos oito. Simples na forma de estar, mas rigoroso até à exaustão de pormenor no trabalho que executa, é assim que encontramos José Ruy, "um duplo amador" que bem pode dizer-se em actividade há seis décadas e uma das poucas unanimidades da banda desenhada lusitana.
Nasceu na Amadora, em 9 de Maio de 1930, e aqui vive desde sempre, à excepção de um período de poucos anos que passou em Lisboa, onde estudou, em Belas Artes e na António Arroio, onde concluiu o Curso de Artes Gráficas. Tem publicados 46 álbuns de banda desenhada, sem contar com as centenhas de histórias aos quadradinhos que publicou no Papagaio, n'O Mosquito e no Cavaleiro Andante. Tem uma simplicidade do tamanho do mundo e chama-se José Ruy.
Esteve na semana passada no Faial onde ministrou o curso de ilustração sequencial, na Biblioteca Pública João José da Graça, um curso que contou com a participação de 16 formandos, sendo que o mais novo tinha apenas 11 anos de idade.

Tribuna das Ilhas conversou com este grande mestre da banda desenhada em Portugal eu nos disse estar satisfeito com a adesão, “neste curso falamos das origens da banda desenhada e das histórias em quadrinhos. A organização de arquivos, a inspiração, os balões, entre outras coisas, foi tudo abordado neste curso. Não ensinei ninguém a fazer BD, dei lhe as ferramentas, como se lhes desse a cana para irem pescar em vez de lhes dar o peixe no prato”.

Quadrinhos não quadradinhos

Histórias em quadrinhos e não em quadradinhos porque as histórias desenrolam-se em vinhetas que não são todas quadradas. A banda desenhada vem da publicação em jornais no século XIX, e nessa altura eram usadas tiras que depois as pessoas guardavam. Hoje em dia usamos uma prancha com vinhetas de várias formas.
Os brasileiros chamam ao que nós chamamos de banda desenhada, literatura em quadrinhos. Posso parecer presunçoso se disser que faço isso, mas, se transponho para a BD obras como “Os Lusíadas”, Gil Vicente, Alexandre Herculano, Fernando Mendes Pinto, sem dúvida que estamos a fazer literatura” – sublinha Mestre José Ruy.
Mestre José Ruy já viu as suas obras serem traduzidas para várias línguas, de entre as quais, hebraico. Neste caso, e como fez questão de ensinar neste curso, teve que remodelar todas a vinhetas, porque a leitura é feita da direita para a esquerda e não da esquerda para a direita como no nosso caso, “o encaixe da composição gráfica de uma página tem que ser pensado de maneira que aguente as trocas, senão tínhamos que desenhar tudo outra vez”.
O mestre José Ruy é adepto do papel e da caneta, até para as legendas dos seus trabalhos, “uso o computador para fazer powerpoints mas para desenhar não. Faço questão de fazer tudo manualmente.”
Confrontado com a questão sobre se a Banda Desenhada perde com a introdução das novas tecnologias, José Ruy diz que “não… tenho alguns colegas que trabalham muito bem com o computador, e no final da história não têm originais, têm um DVD que fornecem á oficina e automaticamente fazem as chapas e metem na máquina. Os impressores não têm nada para comparar. Fazem trabalhos bons, mas é diferente…”

Talentos no Faial
Depois de uma semana de formação, perguntamos a José Ruy se existem muitos talentos aqui no Faial, com um grande sorriso disse-nos “parece-me que sim. Esta formação foi mais um incentivo para fazerem coisas. O grupo de trabalho é muito diversificado, quer em termos etários quer no sexo, e as revelações são fantásticas. Mas é como tudo na vida… o talento para a BD não nasce com as pessoas… fabrica-se. As pessoas têm é que ter gosto e aplicar-se.”

As obras
De todas as obras já editadas, Mestre José Ruy, diz-nos que “a menina dos meus olhos é sem dúvida “Os Lusíadas”. Deu-me imenso prazer fazer esta obra, quer pela recolha da documentação necessária, pela história em si. Este livro é uma homenagem a todos aqueles que participaram nos Descobrimentos”.
O Mestre José Ruy sente o carinho do público. Continua a vender imensos livros e isso mostra a receptividade. Por exemplo, “Os Lusíadas” já está com 80 mil exemplares editados e, neste momento, está a ser ultimada uma nova edição em português e outra em mirandês.
Quando se prepara para começar numa obra, José Ruy procura ir aos locais e explorá-los, porque como diz “não conseguiria transpor para o papel o que verdadeiramente sinto se não visse, tocasse, sentisse as coisas e os lugares como eles são”.
Veio aos Açores pela primeira vez em 1987. Anos mais tarde, a convite da professora Maria Eduarda Rosa, veio até à escola básica João José de Ávila para conversar com os alunos. Daí a lançar o primeiro livro relacionado com o Faial foi um salto, falamos de “A Ilha do Futuro”. Posteriormente teve oportunidade de visitar o Peter Café Sport, e ficou apaixonado com o museu e editou um livro alusivo a isso mesmo. Um livro futurista que se passa daqui a 50 anos, quando se comemora os 100 anos do Vulcão dos Capelinhos.
O mestre José Ruy está a preparar a edição de uma obra que retrata a história da língua mirandesa e outra falando do filósofo Leonardo Coimbra.