Boas Festas

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008


Cáritas do Faial à procura de novos colaboradores

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


A época do Natal é uma época em que se apela à solidariedade, à partilha, à paz e ao amor. A Caritas da Ilha do Faial montou uma tenda na Praça da República onde tem roupas em exposição para doar.
Todos os interessados podem lá ir buscar roupas ou deixar o seu contributo para aquela instituição particular de solidariedade social, que, de acordo com a sua assistente social, Tânia Goulart, está à procura de novos colaboradores.



“Espaço Solidário”, assim se chama o projecto que a Caritas da Ilha do Faial está a levar a cabo integrado nas comemorações do programa Dezembro em Festa, uma iniciativa da Câmara Municipal da Horta.
Este espaço, de acordo com Tânia Goulart, assistente social a desempenhar funções na Caritas, tem como objectivos “já que estamos num espaço central e acessível a toda gente queremos doar roupa. Temos imensa, e precisamos escoá-la a título gratuito, basta para isso que venham cá e levem. Isto tudo porque nós temos muita roupa arrumada e não temos lugar para arrumar mais sem que se estrague. Outro objectivo passa por angariar brinquedos, livros infantis e roupa de criança para perto dos dias de Natal fazer uma distribuição por crianças carenciadas da nossa ilha. O terceiro objectivo passa por dinamizar e angariar voluntários.”
“É pretensão deste núcleo da Caritas formar um banco de voluntariado diversificado para que depois consoante as actividades que vamos desenvolver, possamos ter pessoas com e sem formação em várias áreas” – explica ao Tribuna das Ilhas, Tânia Goulart.
A Caritas da Ilha do Faial conta ainda com os serviços de uma monitora de inserção social, a Sara Costa, e até à data trabalhava só como um banco de roupa. Com a entrada da assistente social e da monitora, há a vontade de se imprimir novas dinâmicas à Caritas e “queremos não só dar as coisas, mas sim dotar as pessoas de competências para que possam ser autónomas” – sublinha a assistente social.
A sede da Caritas da Ilha do Faial está situada na antiga Casa do Gaiato, e é aí que se vão desenvolver ateliers vários, como costura, cozida, informática, entre outros, com o intuito de desenvolver as potências das pessoas.
Instada a pronunciar-se sobre a relação da população do Faial com a Caritas, Tânia Goulart disse à nossa reportagem que “acho que somos acarinhados pela população, nós ouvimos as pessoas e temos atenção aos seus problemas. De uma forma ou de outra tentamos resolver os seus problemas e, quando não podemos, até porque estamos direccionados para um público em risco de exclusão social, encaminhamos as pessoas para as entidades competentes.”
“Nós recebemos pedidos de ajuda em vários sentidos. Este ano promovemos, pela primeira vez, um programa de banco alimentar e tivemos muita adesão. Geralmente quem nos procura são pessoas com fracas habilitações literárias, violência doméstica, toxicodependências, idosos isolados, agregados monoparentais e pobreza” – explica Tânia Goulart que afirma que “nós trabalhamos com aquilo que o Faial nos oferece”.


Banda Gerações de volta ao panorama musical

São sete os elementos que compõe a Banda Gerações que surgiu no panorama musical faialense em 2002. Amanhã, e depois de uma reestruturação nomeadamente com a entrada de novos membros, preparam-se para dar início a uma nova etapa da sua carreira.
Fernando Rodrigues falou ao Tribuna das Ilhas dos novos projectos e da banda que promete animar as noites do Faial.


Tribuna das Ilhas - Quando surgiu a banda Gerações?
Fernando Rodrigues - A “banda Gerações” surgiu ao público em 2002 tendo sido apadrinhada pelo artista açoriano Carlos Alberto Moniz nas Festas da Conceição, mais propriamente no dia do meu aniversário 23 de Agosto.

T.I. - Como tem sido o percurso da banda?
F.R. - O nosso percurso tem sido o considerado normal tendo em conta as nossas especificidades de ilhéus.
Actuamos no triângulo com mais facilidade do que fora dele, uma vez que para nos deslocarmos o orçamento torna-se avultado.
Temos sido muito requisitados para a nossa ilha vizinha (Pico), não deixando de frisar a organização feita pela Câmara Municipal da Calheta na Ilha de São Jorge do “Topo Rock”.
Na nossa ilha do Faial temos actuado na maior festa, que é a Semana do Mar promovida e organizada pela Câmara Municipal da Horta, e no ano de 2007 também a convite da mesma fizemos a passagem de ano no Largo do Infante.
No ano de 2007 fomos a banda convidada para fazer a animação do Carnaval composto por 2 bailes e uma matinée na Sociedade do Amor da Pátria.
Durante este ano actuamos também na ilha das Flores.

T.I. - Amanhã, dia 20, vão estar no Pico depois de uma reformulação. Que alterações sofreu a banda?
F.R. - Como em todos os projectos este sem excepção atingiu um desgaste que no meu entender teve que ser repensado.
Surgiu então uma banda com alguns novos elementos, mantendo-se a base inicial, mas com um reportório mais arrojado, com alguns elementos familiares e alguns amigos que já andavam nas lides musicais.

T.I. -Quem são os elementos novos?
F.R. - A vocalista da banda passa a ser a minha filha Renata Rodrigues, que tem feito em paralelo um percurso a solo. Temos ainda o baixista Victor (Tobias) André, conhecido por tocar com o Luís Bettencourt e outras bandas, o baterista César Oliveira pertencente também à família e conhecido no nosso meio musical tendo pertencido à Orquestra da CMH como músico e dirigente da mesma, e o teclas Júlio Rosa também ele conhecido por ter pertencido à Banda “Gente Nova”.

T.I. -Quais os objectivos da banda Gerações?
F.R. - Os objectivos da banda “Gerações” primeiramente é um convívio salutar entre amigos, é em nosso entender uma reunião de pessoas que gostam de tocar, fazer música e de a levar junto daqueles que também apreciam, estes “músicos” consideram-se exigentes consigo próprios porque isto passa por um sacrifício tendo mesmo de deixar de lado outros projectos para poder atingir os níveis que se propõe, tudo isto acarreta muitas horas de trabalho, tendo como objectivo elevar a fasquia do nível musical praticado no triângulo.

T.I. - Que tipo de músicas tocam?
F.R. - Essa sempre foi uma pergunta difícil de responder porque, como banda de couvers, tocamos os mais diversos temas. Como o próprio nome identifica “Gerações” abrange várias classes etárias e gostos musicais, mas podemos salientar que o nosso gosto vai desde músicas dos anos 70 como por exemplo “Ray Charles” até aos dias de hoje passando pelo Pop britânico dos anos 90.

T.I. - Tem na manga a edição de algum álbum?
F.R. - No momento encontramo-nos a trabalhar em couvers, uma vez que o nosso reportório foi todo reformulado o que nos impossibilitou de ter disponibilidade para trabalhar em originais, que pensamos vir a realizar a médio prazo.

T.I. - Tem muito concertos programados?
F.R. - Temos sido solicitados para actuações no triângulo, o que revela o desejo de nos verem actuar.
Fomos também convidados para estar presentes nas portas do Mar em São Miguel para acompanhar a nossa vocalista Renata Rodrigues, o que não foi possível por motivos de disponibilidade de agenda dos nossos músicos.
No dia 20 deste mês estaremos no bar “Dark” na Madalena do Pico para apresentar o nosso novo projecto, que aproveitamos a oportunidade para convidar os leitores a estarem presentes.
Durante o próximo ano de 2009, temos um convite para nos deslocarmos ao estrangeiro, o que neste momento já nos encontramos a preparar a logística inerente.

T.I. - A banda “Gerações” é composta por quantos elementos?
F.R. - A Banda “Gerações”, é composta por 7 elementos sendo eles:
- Renata Rodrigues/vocalista
-Fernando Rodrigues/saxofonista
-Rui Rodrigues/guitarrista
-Miguel Rodrigues/trompetista
-César Oliveira/baterista
-Victor André/baixista
-Júlio Rosa/teclas

T.I. -Como se processa a vossa requisição?

F.R. - Encontra-se em construção a nossa página podendo ser consultada via net, o nosso site é www.youtube.com/bandageracoes , podendo facultar ainda os nossos contactos de telemóveis: Rui Rodrigues – 96 6505892; Fernando Rodrigues – 96 7149480.

Nascido do Magma…

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


“Desgrenhado e semi-nu um grupo de crianças, coberto de pó e caliça, chorava, convulsivamente, ao derredor de uma mulher, ainda jovem, que, petrificada, olhar esgazeado, perdido na imensidão do nada, sentada sobre uma soleira de basalto, comprimia, no seu colo e contra o peito, uma criança de uns cinco anos, inerte, sem vida, rosto e corpo ensanguentados, fazendo lembrar, na angústia do quadro envolvente, a Pietá de Miguel Ângelo”.


“Nascido do Magma” é assim que se intitula a mais recente obra de Ruben Rodrigues, professor, jornalista, escritor… enfim… um homem das letras da nossa praça.
Como o mesmo diz na nota sobre o livro impressa na contra-capa, “a dureza do quotidiano, pautada por uma luta insana pela sobrevivência, não permitia mais devaneios do que aqueles que aconteciam por altura das vindimas, da matança de porco, da festa da padroeira ou do Espírito Santo…”
“Nascido do Magma” é a base da nossa vida, foi do magma que veio do fundo do mar que se formou a ilha, a ilha que acomodou todas as nossas gentes” – explica-nos o autor aquando uma sua visita à nossa redacção.
De acordo com Ruben Rodrigues este é um romance, com uma pitada de ficção e também de algumas memórias, “é no fundo a minha visão do que tem sido um povo arquipelágico nomeadamente das ilhas do Faial e do Pico”.
Esta obra demorou cerca de um ano e meia a ser preparada e foi “como que uma fuga e uma tentativa de tentar encontrar alguns momentos de repouso, sem nunca esquecer o motivo pelo qual vivo a minha angústia”.
O autor tem entre mãos mais duas obras: “Ilha do Faial – Século XX”, com nótulas históricas sobre as suas principais crises sísmicas e “O Professor”, um livro de ficção e memórias.
Sobre o primeiro diz ao Tribuna das Ilhas que “está praticamente concluído e é de referência histórica. É um recolher de notas que estão dispersas pela comunicação social sobre o assunto e que tem ainda entrevistas a emigrantes do tempo do vulcão, entre outras coisas.”
“O Professor” “será baseado na minha experiência de professor de ensino primário e mostrará algum do meu calcorrear pelos meandros do ensino.”
A obra agora editada pretende ainda ser um instrumento de ajuda a todos aqueles que se dedicam à investigação e que nem sempre têm como obter informações sobre as consequências económicas e sociais resultantes destas crises.
A edição do livro, cuja impressão foi feita pela empresa “O Telegrapho”, foi feita a totais expensas do autor, “entendi que se quero escrever um livro ou tenho que ter capacidade económica para o lançar e não ter que ter constrangimentos em pedir apoios… entendo que a cultura não tem que ser vivia à base de subsídios. Optei ainda por não fazer uma cerimónia de lançamento porque de certo modo é um convite a que comprem o livro mesmo sem quererem... foi pura e simplesmente posto à venda numa montra”.

O autor: Ruben Rodrigues nasceu a 16 de Novembro de 1934 na cidade da Horta. Frequentou a Escola do magistério Primário do mesmo burgo, tendo exercido no Faial, Pico e Terceira. Em 1996, a residir na Madalena do Pico, passou a integrar os quadros da Fundação Calouste Gulbenkian.
Na década de 7 foi eleito, por uma maioria do Conselho Municipal, vereador do Município da Madalena. Após a Revolução dos Cravos integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Horta e mais tarde, inteirou um Conselho Municipal. Em 1993, encabeçando, como independente, a lista do Partido Socialista, foi eleito Presidente da Assembleia Municipal.
Foi co-fundador e primeiro presidente da direcção do CRP Madalena do Pico. Na Horta assumiu o cargo de presidente da direcção do Angústias Atlético Clube durante quatro anos.
No jornalismo colaborou no “O Dever”; “Correio da Horta”, “Açores”, “Bom Combate”, “O Telegrafo”, “Rádio Clube d’Angra”, “RDP-Açores”, “RTP –Açores”. Exerceu o cargo de director do matutino “O Telegrafo” e do vespertino “Correio da Horta”.
Foi distinguido pelo Município da Horta com o diploma pelo seu papel na promoção de um jornalismo de defesa intransigente dos direitos do Faial. No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, foi-lhe conferido, pelo presidente da República, Jorge Sampaio, o Grau de Oficial da Ordem de Mérito.

Peter Café Sport no Porto


O "Peter Café Sport" da Horta está a partir de agora presente na cidade do Porto, no Cais da Ribeira.
Os portuenses e aqueles que por lá passarem já podem desfrutar do característico Gin do Peter sem ter que ir à Horta.
O projecto na cidade do Porto é uma iniciativa da empresária Mafalda Rangel, que esteve a viver nos Açores.
"De casa de câmbios a posta-restante, de clube de iatistas a agência de informações, de atracção turística a sala de visitas internacional, "Peter" não é um simples café, mas uma instituição de renome mundial".
O tempo passa e, de momento, o bar está presente também e na Expo'98, em Lisboa e em Oeiras.

Aprovado Programa do X Governo Regional


Foi apresentado na sessão plenária deste mês de Dezembro, que decorreu esta semana na cidade da Horta, o Programa do X Governo Regional.
O presidente do Governo diz que este programa “tem, sobretudo, um desígnio, que é o de continuar a fazer crescer a economia dos Açores, continuar a qualificar o nosso tecido empresarial privado, continuar a transmitir recursos, potencialidades e estímulos à iniciativa dos cidadãos e das empresas, valorizar o nosso capital humano, ganhar, numa palavra síntese, sustentabilidade para o desenvolvimento dos Açores”.
Carlos César frisou que a diversidade territorial suscita desafios ao nível da coesão, obrigando, por exemplo, a majorar apoios em ilhas mais pequenas, de modo a conferir importância adequada à actividade comercial que nelas se desenvolva.
“Por isso, este mandato do Governo será marcado por essa modulação, por essa capacidade de adaptação, em cada ilha, para nós atingirmos uma média de desenvolvimento e de crescimento que seja comum e que suscite uma maior harmonização no desenvolvimento”, acrescentou.
Para o presidente do Governo “o Programa é uma afirmação dos conteúdos com que o partido que ganhou as eleições se apresenta agora para o exercício do governo e esses conteúdos não podem ser diferentes daqueles com que se apresentou perante os eleitores”.
Disse Carlos César que quer ajudar todos a recuperar das dificuldades actuais que nos chegam; “é a de conferirmos sustentabilidade à Autonomia Política Regional, com mais democracia e mais oportunidades, maior coesão territorial e social interna, com uma boa administração, com uma sustentação competencial estável e uma situação financeira sólida, com cidadãos activos, empreendedores, profissionalizados, competitivos e realizados; é a ambição de auferirmos um sistema educativo com melhores resultados e dispormos de políticas inclusivas e de solidariedade mais eficazes para os jovens, como para os grupos mais frágeis e de risco; é a de darmos mais segurança às pessoas com uma protecção civil eficaz; a de assegurarmos maior produtividade, conhecimento, tecnologia, qualidade e competitividade nas economias do mar, da agricultura, do turismo e dos serviços em que temos vantagens, e nas ilhas onde as temos, incrementando igualmente os sectores de exportação; a de termos uma colaboração frutuosa com os órgãos da República e com as autarquias locais açorianas; e a ambição de agirmos numa dimensão política para o exterior mais útil à nossa afirmação e ao nosso desenvolvimento multidimensional.”
André Bradford, por seu turno, interveio durante esta sessão plenária para dizer que o Executivo vai promover “uma articulação mais eficaz dos esforços que a Região desenvolve e dos interesses que defende no plano europeu como à escala mundial”, com vista a melhor potenciar os efeitos políticos e económicos dessa acção. Para Bradford, o próximo quadriénio será marcado por uma “projecção consolidada da Região no plano externo”, resultante, em grande medida, do reconhecimento dos Açores como Região Europeia do Ano, em 2010, e da Presidência da Conferência das Regiões Ultraperiféricas, que os Açores assumirão em 2012.

Governos do PS deixam parte da Região "para trás"
O PSD/Açores denunciou, por seu turno, que uma parte da Região "está a ficar para trás", dado que as ilhas de coesão "nunca foram alvo duma estratégia de desenvolvimento" por parte dos governos socialistas.
"As ilhas de coesão – agora prosaicamente designadas como 'as chamadas ilhas de coesão' no programa do governo – nunca foram alvo duma estratégia de promoção do seu desenvolvimento. Aos poucos e poucos, uma parte dos Açores está a ficar para trás", afirmou o deputado social-democrata Pedro Gomes, na Assembleia Legislativa dos Açores, durante o debate do programa de governo.
O parlamentar do PSD/Açores salientou que os governos do PS "gastaram milhões de euros em recursos públicos sem conseguirem garantir uma melhor coesão territorial dos Açores, perdendo o combate contra a desertificação de algumas ilhas e concelhos".
Segundo Pedro Gomes, a coesão "nunca passou duma vaga promessa e de motivo político, para meros efeitos eleitorais", visto que o Fundo Regional de Coesão "nunca assumiu uma verdadeira função de fundo público de promoção da coesão".
O deputado social-democrata acrescentou que o programa de governo "não traz nenhuma resposta a estes desafios que se colocam" aos Açores, sendo "modesto nos objectivos e pouco ambicioso nos propósitos".
"A verdade é que os dirigentes do PS já não estão preocupados com o desenvolvimento dos Açores. A única pergunta que fazem é: 'quem vai suceder a Carlos César?'", referiu.
Falta de resultados da governação socialista conduz à crise
O PSD/Açores considerou hoje que a "falta de resultados" das políticas dos governos socialistas nos últimos 12 anos conduziu à crise "que se sente hoje nos Açores".
"Agora, passados 12 anos de falta de resultados dos meios e das políticas na vida das pessoas, é que o programa de governo fala 'na viragem no paradigma de desenvolvimento regional', referindo exactamente aquilo que o PSD andou a dizer nos últimos anos. Só agora!? É por ser só agora que se sente hoje a crise nos Açores", afirmou o deputado social-democrata Clélio Meneses, na Assembleia Legislativa dos Açores, no início do debate do programa de governo.
O parlamentar do PSD/Açores lembrou que os agricultores "vêem baixar o preço do leite à produção e vivem dias de angústia e desespero, os números do turismo descem, o desemprego aumenta e os pescadores vivem tempos difíceis".
"Na economia fecham empresas e despedem-se trabalhadores, há atrasos nos pagamentos como nunca se havia visto, há aperto nas famílias e nas empresas", salientou.
Segundo Clélio Meneses, o programa de governo "revela o cansaço, a falta de originalidade, sente-se, claramente o fim de ciclo da governação socialista", pois o executivo do PS limita-se a "pintar o mundo de cor-de-rosa, como se os açorianos não sentissem na pele que as coisas não são assim".
O deputado social-democrata sublinhou, a este respeito, que "é elucidativa a repetição, a cópia de frases e parágrafos inteiros do programa de governo aprovado em 2004 para aquele que agora é apresentado".


Deputado do CDS-PP diz que “Programa do Governo é exaltação do passado”
“O Programa do Governo em matéria de Educação assenta na inevitável e expectável exaltação do que foi feito no passado”. Foi desta forma que o Deputado do CDS-PP, Paulo Rosa, caracterizou, as intenções plasmadas no Programa do Governo para o desenvolvimento do sector da Educação, em apreciação na Assembleia Regional.
Segundo o parlamentar popular “ironicamente, apesar dos esforços desenvolvidos nos últimos anos, de entre os alunos Portugueses na faixa dos 15 anos, os Açorianos detêm o nível mais baixo na aferição de Competências Científicas. Isto prova, quanto a nós, que o caminho que temos vindo a trilhar não é o mais acertado e ilustra o falhanço das políticas educativas que têm vindo a ser implementadas na Região”.
Isto porque, entende o deputado centrista, “quanto à projecção do que serão os próximos quatro anos, há no Programa do Governo três conceitos recorrentes: primeiro, a demanda da estabilidade dos corpos docentes na nossa Região; em segundo, o Ensino Profissional como clara aposta de futuro e, em terceiro, a resolução de problemas relacionados com a descontinuidade geográfica”.
Relativamente à estabilidade dos corpos docentes, Paulo Rosa questionou o executivo sobre que “medidas concretas pensa tomar para reduzir a flutuabilidade dos corpos docentes e o seu impacto negativo, mormente nas ilhas pequenas?”
Quanto ao Ensino Profissional o parlamentar eleito pela ilha das Flores quis saber, porque o Programa do Governo assume o “desenvolvimento e generalização do Ensino Profissional”, se está para breve “as diligências do Governo para que se efective finalmente a implementação do Ensino Profissional na ilha das Flores”.
Antes de abordar as questões relativas à descontinuidade territorial, Paulo Rosa lembrou que “o Programa do Governo fala em valorizar a profissão e as funções docentes”, assumindo que o seu Grupo Parlamentar está “deveras intrigado e curioso”, porque fica a dúvida se “terá o Governo do PS percebido finalmente que as políticas persecutórias destes profissionais são injustas e pretende emendar a mão reabilitando publicamente uma classe, cuja imagem ajudou a degradar junto da opinião pública?”

“Viver nos Açores não é fácil mas o PS nestas matérias pode ter orgulho no trabalho que tem feito”

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aos 30 anos é o actual número dois da JS Nacional e conseguiu, num ano, pôr 600 mil pessoas a percorrer os Açores através do cartão inter-ilhas, pelo preço de um ano…nasceu com o PS no berço e como vem escrito na Visão, “em criança dormiu debaixo do palco dos congressos. Sente no pai o maior obstáculo à sua carreira política assim como sente que “jamais” será deputado nacional pelos Açores enquanto for o pai a indicar os nomes dos candidatos. Já é comparado a Jorge Coelho, tal a rede de contactos de que dispõe e o domínio que revela na estrutura.”


Francisco César, 30 anos, é uma das caras novas da bancada socialista no parlamento regional.
“A sensação de estar no parlamento é muito boa, ainda estamos na fase de escolher comissões e definir funções, mas é uma experiência nova, e como tal aliciante. É uma mudança de vida muito grande para mim. Nos últimos dez anos estive em Lisboa a fazer política e agora estou de regresso à nossa terra e tenho cá oportunidade de mostrar o meu trabalho” – começa por nos dizer Francisco César, deputado eleito pelas listas de Ponta Delgada nas eleições de 19 de Outubro.
Integrou o núcleo de Ponta Delgada da Juventude Socialista aos 14 anos de idade. Quando teve que ir para o Continente para prosseguir os seus estudos não se afastou da política, muito pelo contrário começou a trilhar aquele que é um percurso coeso dentro desta área.
Fez parte da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Economia e Gestão e daí a integrar um grupo da JS Nacional foi um salto.
“A JS tem que fazer política, não pode servir só para colar cartazes” – sublinha Francisco César que vai mais longe e diz “se formos a ver as coisas, hoje em dia temos um vice-presidente da bancada parlamentar, um secretário, entre outros, cuja escola de bases foi a JS”.
Foi director de campanha de Jorge Coelho, “o homem da máquina do PS”, o que lhe permitiu fazer campanha de rua e integrar a campanha de José Sócrates. De acordo com o jovem, foram dois meses de trabalho extenuante, mas que lhe permitiram contactar com uma realidade muito diferente, “esta campanha trouxe-me uma grande lição: como trabalhar em equipa, como estar em reuniões, como utilizar todos os meios tecnologicamente possíveis nesta área, entre outros. Foi uma campanha que funcionava ao relógio, organizada e metódica.”
Posteriormente trabalhou na campanha de Mário Soares que, como indica, “me deu o conteúdo político e o conteúdo humano. Fez-me ver que as pessoas não são números, em que as nossas ideias e os nossos sentimentos nunca devem ser sobrepostos pelas dinâmicas de campanha e pela vontade de ganhar. Mário Soares sempre defendeu que não se pode ter à frente de um país um tecnocrata, mas sim políticos à séria…”
“Depois deste trabalho vi-me envolvido na campanha da interrupção voluntária da gravidez, uma campanha que me deu sempre a sensação e o agrado de que estava a mudar algo na vida das mulheres do nosso pais” – diz Francisco.

Francisco César é, como se sabe, filho do presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César. Disse ao Tribuna das Ilhas que, “uma das grandes vantagens de estar no continente é que essa pressão não existia e isso permitiu-me nestes últimos dez anos, crescer politicamente e afirmar-me”. Francisco vai mais longe ao dizer que, “se há coisa que eu aprendi na vida é que a política é a coisa mais ingrata que há…. Matei-me a trabalhar em Lisboa nestes anos e o meu trabalho foi reconhecido por todas estas pessoas com quem trabalhei. Lá fora nunca tive necessidade de dizer sou filho de A, B, C. Quando o Berto Messias, presidente da JS me convidou para integrar as listas a estas eleições pensei, se as pessoas reconhecem o meu trabalho a nível nacional, se me convidam para trabalhar em vários gabinetes, porque hei de recusar o convite da organização com quem sempre trabalhei e a quem devo muito por causa do meu nome paterno? Nunca na vida renegarei o meu nome paterno, porque se há pessoa que tem menos culpa de me chamarem “filho de” é ele, porque sempre foi a pessoa que mais me apoiou e que mais exigiu de mim. Portanto se me fazem o convite para deputado e eu até acho que posso ser uma mais valia porque não hei-de aceitar?!”
Francisco César está optimista e confiante de que pode dar um contributo aos Açores. A sua formação académica em economia e gestão faz com que se sinta à vontade para criar políticas de juventude em várias áreas. “Em conjunto com o Berto Messias vamos intervir naquilo que achemos estar menos correcto. Prometemos trabalho e vamos lutar por fazer cumprir as propostas base de todo o governo do Partido Socialista, quer ao nível da juventude, quer do manifesto eleitoral.”
César diz ao Tribuna que “a juventude não pode estar sempre ligada só à educação, a juventude tem que estar junto da presidência e de quem coordena o governo porque todas as áreas da nossa sociedade são transversais à juventude.”
Instado a pronunciar-se sobre a situação política actual que se vive na Região, Francisco César diz à nossa reportagem que “estamos a passar um momento muito peculiar. Politicamente estamos a viver um ciclo com maior representação parlamentar e em que até o próprio sistema se está a adaptar a tudo isto. Estamos a entrar numa altura de alguma instabilidade internacional em termos de crise, o país está melhor do que o que se esperava face à crise internacional, e nós nos Açores temos a Autonomia a funcionar como estabilizador económico. É possível o governo e o nosso sistema político-administrativo atenuar os efeitos da crise, desde que sejam utilizadas as políticas correctas e rigorosas.”
“Neste momento estão precisos milhões de euros para investimento nos Açores, mas temos que ter consciência de que talvez as coisas não vão ser como desejamos…” afirma o deputado socialista que prossegue o seu raciocínio dizendo, “há previsto investimento privado e governamental, mas há coisas que não terão a rentabilidade que se espera…esta não é a melhor altura para investir sem olhar aos meios.”
A questão “Fernando Menezes” veio à baila aquando a conversa entre Francisco César e Tribuna das Ilhas, sobre isso, o jovem diz que “os critérios para a escolha dos nossos governantes não devem ser critérios de ilha mas sim de competência. Não acho que o Faial tenha ficado pior, e com todo o respeito que tenho pelo Dr. Fernando Menezes, acho que ficou com um dos cargos mais importantes e interventivos desta legislatura que é o de líder parlamentar.”