OBSERVATÓRIO DO MAR DOS AÇORES

sexta-feira, 29 de junho de 2007


Instalado na Fábrica da Baleia funciona desde 2003 o OMA – Observatório do Mar dos Açores, uma associação sem fins lucrativos, para fazer um trabalho complementar ao que se faz na Universidade dos Açores, nomeadamente a divulgação científica e a educação ambiental.
De acordo com João Gonçalves, presidente da direcção do OMA, “o governo regional resolveu, em boa hora, incentivar a criação de vários observatórios nos Açores. Juntámo-nos e criamos o Observatório do Mar em 2003, mas só em 2004 começámos a trabalhar e tem sido um trabalho crescente”.
As crianças têm sido o público alvo privilegiado das campanhas de sensibilização ambiental levada a cabo pelo OMA, “começámos a tentar ligar as ciências à educação, e nada melhor do que os jovens para levarem a mensagem até aos adultos, para além disso, são o nosso futuro”.
Durante o Inverno o OMA está aberto ao público das 09h00 às 17h30 com interrupção para almoço e ao fim de semana. Agora no Verão, o Observatório está aberto todos os dias. “A população local já se começou a aperceber que o OMA está a ser utilizado de uma forma mais efectiva do que no passado, mas o grande público que nos procura é maioritariamente composto por turistas” – sublinha João Gonçalves, que prossegue explicando que “isto também acontece porque começámos a apostar numa campanha de sensibilização e promoção o que faz com que cresçamos passo a passo.”
Quem vai ao OMA pode visitar a Fábrica, com guia, e tem ainda a oportunidade de adquirir alguns produtos num bazar montado para o efeito.
Desde o início do ano que a Ecoteca do Faial funciona sobre a alçada do OMA, conforme já tivemos oportunidade de referir no nosso jornal em reportagem anterior, e tem assegurado a componente de educação ambiental, nomeadamente junto das escolas.
O CIMV – Centro de Interpretação Marinha e Virtual, também é assegurado pelo OMA.
A nível de divulgação científica cabe ao OMA as edições de posters, panfletos, documentos, entre outros materiais pedagógicos que são cedidos às escolas locais e faz parte do bazar.
Em termos organizacionais, em 2006 houve alterações substanciais na actividade do OMA, já que chegou ao fim o 1º mandato trienal dos
órgãos sociais, tendo sido eleita uma nova lista para os órgãos sociais para o 2º mandato trienal, que englobaram grande parte dos membros do mandato anterior. As maiores alterações deram-se ao nível da nova Direcção, que acabou por modificada ao fim de 4 meses de actividade (eleição de nova lista Directiva em função de saídas de 2 membros da lista inicial para funções governamentais e empresariais). Além disso foi aprovada a entrada de 31 novos sócios aderentes, aumentando o
número de sócios (fundadores e aderentes) para 54.
“Os nossos objectivos são atingir os 100 sócios, para pudermos adquirir o estatuto de Organização Não Governamental de Ambiente, porque em termos de intervenção pública passa a ter um papel muito mais preponderante e passa a ser um órgão de consulta pública obrigatória por parte do Governo Regional” – explica João Gonçalves.
O OMA esteve envolvido em cerca de 5 dezenas de eventos (desde palestras pontuais a reuniões de vários dias), que se agruparam em 7 tipos principais, grande parte delas nas instalações da Fábrica da Baleia, o que perfez em média perto de 1 evento semanal, e representa um crescimento de 25% relativamente ao ano anterior. A abertura das instalações para visitas públicas ocorreu durante todo o ano, e de forma alargada durante o horário de Verão (até mais tarde e fins de semana).
A população escolar constituiu uma parcela importante das actividades do OMA, tendo alguns eventos sido dedicados exclusivamente a esta comunidade (totalizaram quase 700
alunos). A este propósito é de salientar a campanha de educação “O que é um Cientista?” que percorreu todas as escolas do Ensino Básico do Faial e também na ilha do Corvo (envolveu cerca de 375 alunos). O material de divulgação científica (posters sobre os “Peixes Comerciais” e “Cetáceos” dos Açores) produzidos nos anos anteriores foi distribuído por várias instituições (escolares e outras) e continuou a ter
boa aceitação. Em termos de utilização, em 2006 as actividades na Fábrica e nas escolas envolveram 5 147 pessoas, representando a duplicação relativamente ao ano anterior (total de 2 500 visitantes).

HISTÓRIA DA FÁBRICA
Em 1941 foi concluída a construção da Fábrica da Baleia, uma estrutura planeada por um engenheiro alemão em plena 2.ª guerra mundial. Tornou-se num dos maiores investimentos privados das empresa local “Reis e Martins, Lda”, armadores reconhecidos no mercado da baleação. No seu auge a fábrica chegou a empregar 35 homens e dispunha de tecnologia avançada para a época.
Em 1974, acompanhando o declínio da indústria baleeira a nível mundial, a fábrica fechou as portas. Em 1980 passou a património do Governo Regional dos Açores.
Em 2000 foi totalmente renovada e passou a ser utilizada pela população faialense como um espaço cultural, educacional e institucional por excelência, denominado por Centro do Mar.
Desde 2004 que reabriu as portas como sede do Observatório do Mar dos Açores.

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