III FÓRUM DA CPCJ: “CRIANÇAS E JOVENS EM RISCO: PROTEGER A CRIANÇA, COOPERAR COM O JOVEM E PRESERVAR A FAMÍLIA”

quarta-feira, 13 de junho de 2007


Defendida a criação de instituição de Acolhimento para jovens no Faial


“Criança Acolhida! Oportunidade Perdida?”, “Mediação com Adolescentes: conquista da Cooperação”, “Diagnosticar para Proteger”, “Adopção: uma solução? A única?” e “O Direito e a Família! O Direito a uma Família” foram as temáticas abordadas nos cinco painéis do III Fórum da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da ilha do Faial, que decorreu na passada semana, no Fayal Resort Hotel, subordinado ao tema genérico “Crianças e Jovens em Risco: Proteger a Criança, Cooperar com o Jovem e Preservar a Família”.
Tribuna das Ilhas colheu a opinião do O Presidente da Comissão, José Manuel Braia Ferreira, que nos refere “pretendia-se na globalidade, e no eixo que discorria entre a reflexão sobre um diagnóstico inicial devidamente fundamentado, de facto e de direito, e a tomada de uma medida de promoção e protecção, abordar a temática da mediação centrada na criança e no jovem – mediação escolar e mediação familiar; nas problemáticas adjacentes à criança acolhida, respostas e métodos de abordagem; na assumpção da adopção enquanto solução compatível com o tempo útil da criança; para concluirmos da sempre necessária, presente e indispensável família, seja esta biológica, de acolhimento ou até mesmo institucional, sendo exemplo disso mesmo o Colégio de Infância de Santo António”.
Este responsável prossegue dizendo que “julgo que a reflexão produzida nos dois dias perdurará por muito tempo e permitiu aos técnicos que diariamente trabalham na e com a Comissão, colher ensinamentos, trocar ideias e experiências e, não menos importante, estabelecer contactos e laços de amizade, que sempre úteis são para quem assume como principio que cada caso é um caso e em todos sempre sobrarão dúvidas e inquietações que precisam de ser afastadas.”
Ao longo de todo o Fórum e por diversas vezes foi abordada a problemática crescente da criança negligenciada, “tivemos até uma nova abordagem trazida pelo Dr. Nuno Ferreira, da Delegação Regional do Instituto de Reinserção que nos alertou para o surgimento em Ponta Delgada de um novo grupo de jovens, oriundo da classe média e média alta, tipificando o surgimento de novas problemáticas relacionadas com a violência juvenil. Fica ainda como reflexão a crescente sinalização de casos relacionados com a negligência familiar e a ausência de relações familiares estáveis. A presença dos pais ou de quem tem a guarda da criança e do jovem no acompanhamento permanente na vida familiar, na escola e nos grupos em que participa, mostra-se indispensável.”
A tónica deste fórum, conforme já noticiámos, estava relacionada com adopção e com o direito da criança e do jovem a terem uma família que lhes proporcione estabilidade e um normal desenvolvimento.
Sobre a repetição desta iniciativa, José Manuel Braia, que está em final de mandato, diz que “julgo que este tipo de evento deverá manter-se e que a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Horta tudo terá a ganhar se num esforço constante não deixar cair a realização anual deste fórum.”
O Governo dos Açores investe, anualmente, no funcionamento e em recursos humanos afectos à área do apoio à família, infância e juventude, mais de 18 milhões de euros.A informação foi avançada pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, durante a cerimónia de abertura deste III Fórum. Com essas verbas, o executivo “garante respostas a cerca de 10.400 crianças e jovens”, no âmbito de uma diversidade de valências que abrange creches, jardins-de-infância, amas e lares para jovens, explicou Domingos Cunha.
O Presidente da Câmara Municipal da Horta afirmou, na sessão de encerramento que estão reunidas todas as condições para se proceder à criação de uma instituição que acolha, no concelho, crianças do sexo masculino. O autarca adiantou que uma instituição desta natureza apenas traria benefícios para as famílias alvo de intervenção social, pois permitiria evitar a separação que ocorre, sempre que nelas existe uma criança do sexo masculino.
João Fernando Castro anunciou ainda, a criação de uma nova creche na cidade da Horta, apoiada pelo município faialense, em parceria com “O Castelinho”, que reitera a política de apoio da autarquia a famílias carenciadas, cuja acção se tem estendido à realização de actividades de promoção de hábitos de vida saudável entre os jovens.

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