I congresso Europeu de Arte Floral

sexta-feira, 22 de junho de 2007


Numa organização e coordenação dos professores de arte floral Fernando Ferreira e Rosa Valls, decorreu de 10 a 14 de Junho, na nossa cidade, o Congresso Europeu de Arte Floral, que culminou numa mostra na Feira Viver Culturas/Festa do Mundo Rural.
Durante a última década os professores europeus de Arte Floral vêm promovendo os seus congressos e a escolha da Horta ficou a dever-se ao facto de já se terem realizado diversas formações de arte floral, da responsabilidade da Associação de Agricultores da Ilha do Faial.
A comissão Organizadora e de Coordenação para o Congresso de 2007, os professores Fernando Ferreira (Portugal) e Rosa Valls (Espanha), escolheram o Faial, por ter sido aqui que se realizam os primeiros cursos de formação em arte floral, no próximo ano este encontro decorrerá em Sicília, na Itália.
43 congressistas de nove nacionalidades (Portugal, Inglaterra, Espanha, França, Andorra, Roménia, Suécia, Itália e Japão) e 12 observadores nacionais estiveram reunidos na Sociedade Filarmónica Unânime Praiense, na Praia do Almoxarife numa descoberta e recolha de materiais decorativos, com o objectivo principal de debater diferentes métodos de aplicação de materiais.
Tribuna das Ilhas acompanhou os trabalhos e conversou com Fernando Ferreira, um dos formadores e membros da Pandora Box, que nos referiu que “começámos a preparar este congresso há cerca de um ano, mas só de Janeiro a esta parte agendamos tudo com mais pormenor, porque o problema das passagens aéreas condicionou a vinda de muitos participantes”.
“Nós olhamos para a natureza como quem olha para uma ourivesaria. Para muitos encantam-nos os diamantes a outros a platina, a nós encanta nos as flores, os troncos, as pedras, os musgos, e tudo isso que faz parte dos materiais que utilizamos” – afirma Fernando Ferreira à nossa reportagem.
Foram cinco dias de trabalho, que se iniciaram com uma visita na natureza para conhecimento da botânica da ilha, “começou pelo prazer que essas pessoas desfrutaram no meio da vossa “floresta”, por todos e vários pontos da ilha, recolhendo alguns pormenores e materiais, e quando digo recolha de materiais não digo destruição de materiais, as pessoas limitaram-se a recolher flores, verduras, cascas, musgos de coisas que não magoam ninguém nem estragam. O que é de lamentar e foi a tristeza dessa gente é que na estrada da Caldeira atrás dos arbustos há descargas de lixos e restos de obras e isso sim é crime e é grave.”


Estes profissionais de arte floral desenvolveram composições com 65% de verdes, troncos e material vegetal e só os restantes 35% é que são flores, “só utilizamos as flores para dar cor. Esta gente trabalha a arte floral no aspecto de evolução, pois divide-se em pessoas com formação, os floristas e as pessoas sem formação, que não passam de vendedores de flores, mas que na hora de pedir dinheiro por um ramo pedem mais do que os verdadeiros floristas” – sublinha Fernando Ferreira, que prossegue explicando que “a arte floral é uma técnica que tem em conta a eleição e escolha de materiais, saber ler um trabalho, saber qual o tipo de flor, material, cor que deve utilizar, escolher um design do trabalho a realizar, entre outros aspectos...”

Fernando Ferreira trabalha nesta área há mais de 25 anos, e diz que “tudo mudou. Hoje em dia temos tulipas, frésias, helicónias o ano inteiro.... não faltam flores.. o preço da flor baixou em relação aos últimos dez anos, a procura também aumentou. Os materiais evoluem todos os dias e há que estar atento.”
Os ramos de noiva continuam a ser aqueles que mais visibilidade tem junto dos floristas, “um bouquet mal feito pode afundar um florista, mas um bem feito também o coloca na ribalta” – explica.
Questionado sobre as suas preferências, este florista diz-nos que “gosto de fazer de tudo, para todos os ramos tem que haver uma sensibilização e concentração específica. Nós trabalhamos com os sentimentos dos outros...”

1 comentários:

Anônimo disse...

Marizé, o que é a pandora box? beijinhos. Filipa, São Vicente, Madeira.