Susana Ávila, Presidente da Juventude Comunista do Faial - “Transformar é possível, e nós acreditamos nisso”

sexta-feira, 13 de julho de 2007



Tribuna das Ilhas - Assumiu os destinos da Juventude Comunista do Faial há quase dois anos. Que balanço faz?
Susana Ávila - Assumi a J.C.P do Faial, numa situação que a coordenadora esteve que se ausentar da ilha e da região. O balanço que faço, foi que existiram momentos muito bons e outros não tanto como desejava, não estou em final de mandato, porque não está até este momento marcada uma assembleia de ilha, nemcongresso para esse efeito. No entanto continuo aberta a outras soluções, se for isso que a J.C.P pretender.
T.I. - Há quanto tempo pertence a esta organização política?
S. A . - Desde muito cedo, tinha eu 16 anos e já acompanhava de uma forma ou de outra a organização do PCP e da CDU, conjuntamente com o meu pai, amigos e camaradas.
T.I. - O que o levou a ingressar na Juventude Comunista?
S. A . - O que me levou a ingressar na J.C.P, foi todo o espírito que existia, e que existe, que se coaduna com a minha maneira de estar na vida, com o lema do 1º Congresso Regional “ Transformar é possível”.
T.I. - Qual a importância que a Juventude Comunista tem na sua vida e na vida dos jovens que a integram?
S. A . - Não me repetindo na resposta anterior, acho que é uma forma diferente de estarmos, de sabermos porque estamos, numa palavra só acho que é forma de lutarmos por uma vida melhor para todos e especialmente para os jovens, e os meus camaradas acompanham me nesta luta, dando-me mais força para continuar.
T.I. - Como vê a evolução/aumento do número de militantes da Juventude Comunista?
S. A . - Acho que a J.C.P, como outras organizações de Juventude, têm altos e baixos. Por diversas razões, vivemos numa ilha e há jovens, que para continuarem os seus estudos têm de se ausentar como é normal, e por isso acontece muitas vezes quebras na organização. No entanto continuamos a recrutar jovens para a J.C.P.
T.I. - Quais os principais problemas da Juventude Comunista?
S. A . - Os problemas da Juventude Comunista, são iguais, a outras juventudes. No entanto acho que funcionamos de formas diferentes, como por exemplo: defendemos a questão do primeiro emprego, somos contra a precariedade, contra as políticas do ensino, contra a marginalização, enfim defendemos, uma sociedade com políticas mais justas para a Juventude.

T.I. - Que objectivos delineou para o mandato? Foram alcançados?
S. A . - Os nossos objectivos, são mais justiça, mais emprego para os jovens, maior compreensão e maior dignificação, e por favor não nos chamem de Juventude “ rasca ”. Porque lutamos para que os jovens tenham uma vida melhor e mais opções. Por isso volto a reafirmar o lema do nosso congresso “ Transformar é possível ”, e nós acreditamos nisso.
T.I. - A Juventude Comunista sente o apoio da CDUFaial? Como é a relação com o partido? A Juventude Comunista ainda é vista como "os meninos que colam cartazes"?
S. A . - A J.C.P sempre teve o apoio do Partido e da CDU Faial, a nossa relação é a melhor possível, com o apoio de todos os camaradas e amigos da CDU, nunca fomos considerados “ como os meninos que colocam os cartazes ”, antes pelo contrário colaboramos em todas as tarefas, como fazendo parte das listas da CDU, e participamos nas reuniões. Dando a nossa opinião, é discutida no colectivo sem reservas.

T.I. - Que análise faz à situação política do Faial?
S. A . - A análise que neste momento faço da ilha do Faial, que andou muitos anos esquecida, é que melhorou bastante, como por exemplo: desde que a CDU está na câmara, e parecendo que não a pressão que existe sobre o Governo Regional, hoje começam a existir projectos a se concretizar, caso do Dop, do Porto da Horta, entre outros.
T.I. - E a nível regional?
S. A . - A nível Regional, na minha opinião existe um Governo de “galos ou galinhas”, se assim o preferirem, neste momento tenta-se fazer tudo porque estamos praticamente a um ano de eleições, Basta passar por Ponta Delgada, onde a câmara do PSD, tenta fazer tudo a nível de ruas e onde o PS, faz o contrário mostrando as vias rápidas, etc.…, vale tudo para se atingir o poder a qualquer preço.
T.I. - Acha que há uma política de incentivo à fixação dos jovens na nossa ilha?
S. A . - Não pode haver uma política de incentivo aos jovens Faialenses há fixação na ilha, quando não existe emprego para os mesmos, quando não lhe são abertas outras perspectivas, continuamos isolados numa ilha, que para sobrevivermos, além de não ser fácil, se não temos apoio familiar, tudo se torna cada vez mais difícil, por isso que me desculpem repito com a J.C.P “Transformar é possível”.
T.I. - O que poderia mudar ou ser implementado?
S. A . - Teria de mudar muita coisa, a primeira delas na minha opinião seria ouvir os jovens, dar-lhes alguma atenção sobre as suas perspectivas, concordando ou não, mas acho que temos que ser ouvidos, a nossa irreverência, acredito que poderia trazer algo de novo? Ou não? Mas era importante na minha opinião, que pelo menos tivéssemos uma voz activa, de podermos falar dos nossos problemas (que são muitos), e que talvez ajudassem a algumas soluções, como por exemplo: a toxicodependência, que nos aflige mais do que a outros, o primeiro emprego, enfim neste tema existe muita matéria que nós jovens temos uma opinião a dar.

T.I. - Quais são os seus objectivos políticos?
S. A . - Pessoalmente não tenho objectivos políticos, porque trabalhamos na base de um colectivo, o que os meus camaradas desejarem e dentro das minhas possibilidades estarei disponível para as tarefas que me forem atribuídas, neste momento faço parte da Direcção Nacional da J.C.P, do Concelho Regional da Juventude. O meu camarada Bruno Escobar, faz parte da coordenadora Nacional do Ensino Secundário, o que quero dizer com isto é que temos representantes nos órgãos Centrais da J.C.P.
T.I. - Será que em breve teremos um candidato faialense à liderança da Juventude Comunista?
S. A . - O problema da J.C.P, não existe em termos de ter um representante Faialense há liderança da J.C.P, como atrás digo trabalhamos em colectivo, e como na pergunta anterior, já temos dois representantes Faialenses na estrutura Nacional, Regional e Local. A questão que se coloca neste momento, era se não devia existir o 2º Congresso da J.C.P, independente da ilha a realizar, com o sentido de reforçar cada vez mais a Juventude Comunista nos Açores.

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