Hugo Rombeiro defende que “não existe política de incentivo à fixação dos jovens na nossa ilha”

segunda-feira, 9 de julho de 2007



Tribuna das Ilhas - Assumiu os destinos da JSD Faial há quase dois anos. Em final de mandado, que balanço faz?
Hugo Rombeiro - Faço um balanço positivo, mas até ao final do mandato a JSD Faial terá que continuar a trabalhar nos seus projectos com o intuito de os concretizar.

T.I. - Há quanto tempo pertence a esta organização política?
H.R. - Desde 1996 que pertenço à Juventude Social Democrata, entrei nos órgãos de ilha em 1998.
T.I. - O que o levou a ingressar na JSD?
H.R. - Quando ingressei na JSD era muito novo e ainda não pensava muito em política. Estava na jota, porque a jota é “fixe”. Actualmente estou na JSD porque acredito nos ideais de direita, na Jota continua a reinar a alegria e a boa disposição e principalmente porque quero lutar pelos interesses dos Jovens e da minha região. Quem conhece a JSD Faial sabe que o nosso principal objectivo é a crítica construtiva e acima de tudo a elaboração de projectos para a juventude.
T.I. - Qual a importância que a JSD tem na sua vida e na vida dos jovens que a integram?
H.R. - Não posso deixar de salientar o sentimento de orgulho em pertencer a uma organização de juventude que, embora estando na oposição, está organizada, tem cada vez mais militantes e está a desempenhar um papel importante no sentido de ser a verdadeira voz da juventude. A JSD Faial é uma família e fazer parte dela é fazer parte de um grande grupo de trabalho que acredita nos Jovens e no Faial e, principalmente, que acredita que pode e deve lutar para que o Faial e os Açores sejam motivo de orgulho e, assim, a juventude queira continuar a viver nas suas ilhas.
T.I. - Como vê a evolução/aumento do número de militantes da JSD?
H.R. - Vamos continuar neste caminho, chamando cada vez mais jovens à nossa estrutura, para que juntos possamos formar o Faial do futuro, o Faial onde a juventude tenha sempre uma palavra importante. O Faial tem de ser o que todas as pessoas quiserem e não o que alguns querem. É importante a participação de todos, e para nós, é importante a participação da juventude.
T.I. - Quais os principais problemas da JSD Faial?
H.R. - A JSD Faial tem um grande problema e não encontra forma de colmatá-lo. Estou-me a referir aos militantes ou simpatizantes da JSD Faial que não querem aparecer em eventos públicos com receio de serem prejudicados na sua vida profissional pelo engenho socialista.
T.I. - Que objectivos delineou para o mandato? Foram alcançados?
H.R. - Os objectivos delineados estão divididos em dois grupos: política interna e política externa. Na política interna refiro-me à criação de núcleos de freguesia, com o consequente alargar de opiniões, discussão e militância.
O grupo externo tem os seguintes objectivos: A criação do conselho municipal de juventude; a união do triângulo; e intervenções/crítica construtiva, isto é uma crítica sempre acompanhada de propostas para melhorar o que está mal, sabendo sempre aplaudir e reconhecer o que está bem.
Até ao momento todos os objectivos estão a ser concretizados. Criámos vários núcleos de freguesia, o conselho de juventude foi proposto pelo Vereador Luís Garcia com a nossa total cooperação, criámos, em conjunto com a JSD Pico e a JSD São Jorge, a JSD Triângulo e, por fim, durante estes dois anos propusemos projectos na área do desporto, ambiente, emprego, habitação e educação.
T.I. - A JSD sente o apoio do PSD Faial? Como é a relação com o partido? A JSD ainda é vista como "os meninos que colam cartazes"?
H.R. - A JSD Faial sempre teve o apoio do PSD Faial e, principalmente, do nosso actual líder. A nossa relação, além de estar estatutariamente delineada, trabalhamos em equipa, sendo o nosso trabalho mais direccionado para a área da Juventude.
A JSD Faial já foi “os meninos que colam cartazes”. Neste momento estamos presentes em todas as decisões do partido, dando a nossa opinião e defendendo os nossos ideais.
T.I. - Que análise faz à situação política do Faial?
H.R. - Quanto a mim, o Faial necessita urgentemente de uma mudança na Câmara Municipal da Horta. Esta terá que ser exacta nos seus gastos, veloz nas suas decisões e flexível no seu atendimento ao público. Cada vez mais os jovens procuram simplificação e rapidez e a JSD Faial, no Conselho Municipal de Juventude, Ciência e Tecnologia, propôs vários projectos neste sentido.
Utilizando os técnicos actuais da câmara, e com custos reduzidos, será possível a criação de manuais de apoios aos Jovens, como por exemplo o manual de “A minha primeira Casa” que conteria informação sobre como é que um jovem pode adquirir a sua casa, que apoios existem, como deve escolher o seu crédito bancário, entre outras questões. Na mesma lógica poderia ser criado o manual “A minha primeira Empresa”.
Além disto, o Faial precisa de apostar no investimento privado e tem de criar meios aos nossos empresários para venderem os seus produtos nas ilhas vizinhas. O Faial precisa de dar qualidade de vida aos seus residentes através de ferramentas de simplificação, por exemplo na relação entre o cidadão e a câmara.
T.I. - E a nível regional?
H.R. - Congratulo o Governo Regional em algumas medidas que tem vindo a executar, tais como o empreende jovem, os custos controlados e a reconstrução habitacional nos meios citadinos. Mas este governo não se poderá esquecer de: alterar a legislação de apoio à habitação para jovens; apostar no turismo de qualidade no triângulo; construir a pousada de juventude na ilha do Faial; e criar um plano para a fixação dos jovens nas ilhas menos populosas.
T.I. - Esteve a estudar fora do Faial, mas o que o fez voltar?
H.R. - Acima de tudo foram razões pessoais (as raízes faialenses, a família e os amigos). Mas para tomar esta decisão foi também importante saber que tinha a oportunidade de me satisfazer a nível profissional e, felizmente, tive a sorte de encontrar essa realização.
T.I. - Acha que há uma política de incentivo à fixação dos jovens na nossa ilha?
H.R. - Não existe política de incentivo à fixação dos jovens na nossa ilha, nem no nosso Arquipélago. Mas existe várias propostas da JSD.
Este é o tema da actualidade. Bem há pouco tempo estive presente na reunião da Comissão Política da JSD Açores onde discutimos a necessidade de apostar na redução dos preços das passagens aéreas e de apostar na educação. Além destes temas acrescento a urgência de apostar na implementação de postos de trabalho nas ilhas menos populosas.
Hoje em dia, com as novas tecnologias, é possível ter uma boa comunicação a um preço muito reduzido. Assim sendo, sugiro, para as ilhas menos populosas, a criação de incentivos na formação de empresas de prestação de serviços. Consoante o negócio, é possível estar por exemplo na ilha da Graciosa e criar um software informático para vender em todo o arquipélago. É possível criar um banco de imagens fotográficas e vender a todo o mundo. Estes são apenas exemplos de um sistema já utilizado nos grandes centros urbanos, onde as empresas de prestação de serviços procuram espaços verdes e calmos para obterem melhor produtividade.
A JSD Faial estará ao lado da JSD Açores na elaboração de uma proposta neste sentindo, para assim aumentar os incentivos à criação de empresas nas ilhas com menos habitantes, levando ao aumento dos postos de trabalho, incentivando, desta forma, os jovens a regressarem à sua terra natal.
T.I. - O que poderia mudar ou ser implementado?
H.R. - Durante esta entrevista já manifestei algumas mudanças e implementações que deverão ser feitas na nossa ilha. Além das já mencionadas apostava na construção de um campo de futsal no antigo campo de ténis localizado no parque da Alagoa, criava um conselho municipal apenas para a Juventude, implementava o ensino universitário de pós-graduação e mestrado, resolver de imediato o problema do aterro sanitário e por a criação de um plano de reestruturação da avenida 25 de Abril.
T.I. - Quais são os seus objectivos políticos?
H.R. - A Política para mim é um serviço que se presta à sociedade durante um determinado período de tempo, que poderá ser longo ou curto.
Sempre tive um gosto especial pela politica, mas o que me move é o Faial e a sua Juventude, e como sou inconformado com o presente, até poder e me deixarem, vou continuar a trabalhar pelos interesses dos jovens e da ilha do Faial.
T.I. Será que em breve teremos um candidato faialense à liderança da JSD Açores?
H.R. - Quando vivi em São Miguel, o meu nome esteve na lista de possíveis candidatos. Mas o desejo de regressar ao Faial foi mais forte.
Neste momento a JSD Faial não precisa de um candidato à liderança, em primeiro lugar porque temos um grande líder na JSD Açores, e em segundo lugar porque temos um grande e ambicioso projecto na ilha e estou, neste momento, mais preocupado em o conseguir concretizar.
No panorama regional a JSD Faial tem uma das vice-presidências da JSD Açores e excelentes relações e poder dentro da estrutura regional devido ao nosso número de militantes. E além disso o actual presidente Cláudio Almeida está no bom caminho e terá o meu voto para o mandato seguinte.

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