Visita do presidente da Cáritas ao Capelo **** Professor Eugénio Fonseca fala da missão de voluntariado e solidariedade

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008


“Para se ser solidário, às vezes basta uma palavra, uma carícia, o chamar pelo nome, o dar o ombro, ou mesmo o silêncio.”

No passado dia 27 de Janeiro esteve de visita à ilha do Faial o professor Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Diocesana Portuguesa.
A sua visita deveu-se, fundamentalmente, à sua participação no Fórum pela Paz que decorreu na Escola Secundária, e no qual interveio com a conferência intitulada “Globalizar a paz: construir um mundo mais justo”.
Paralelamente deslocou-se à freguesia do Capelo, onde reuniu com os vários núcleos da ilha, bem como do Pico.
Cerca de 50 pessoas assistiram à palestra no Polivalente do Capelo, que abordou temas como a solidariedade, a ajuda humanitária entre outros.
Tribuna das Ilhas conversou com Luís Paulo Garcia, presidente da Junta de Freguesia do Capelo, a propósito dessa visita e da sua importância para a realidade faialense.
“Não quisemos deixar passar em branco a vinda ao Faial do Professor Eugénio Fonseca, atendendo a que se trata de um homem que muito tem feito pelos outros, nomeadamente através do seu trabalho na Cáritas” – frisa Luís Garcia.
Instado a pronunciar-se sobre a importância que esta conferência poderá ter na sociedade, Luís Garcia diz que “isto vem reforçar todo o trabalho que a Cáritas do Faial tem vindo a fazer no sentido de procurar ajudar aqueles que precisam, de forma a melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
Sobre a situação do Capelo em particular, este autarca diz que “felizmente não existem muitas pessoas a precisar da nossa ajuda, mas as que existem têm que ser ajudadas, inseridas na sociedade através de oportunidades de emprego entre outras”.

A Cáritas
A Cáritas é “uma instância oficial da Igreja para a promoção da sua acção social” (Conferência Episcopal Portuguesa, 1997, Instrução Pastoral). A Cáritas Portuguesa é a federação nacional das 20 Cáritas Diocesanas distribuídas pelo território continental e regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Em conjunto, regem-se pela doutrina social da Igreja e orientam a sua acção de acordo com os imperativos da solidariedade, dando resposta às situações mais graves de pobreza, exclusão social e situações de emergência em resultado de catástrofes naturais ou calamidade pública.
A Cáritas tem como objectivos a assistência em situações de emergência ou dependência, a promoção da autonomia e do desenvolvimento integral de cada ser humano e a transformação nos domínios sociais e ambientais de acordo com os valores da ética cristã. Intervém na implementação de programas de apoio materno-infantil, infanto-juvenil, terceira idade, mulheres vítimas de violência doméstica bem como na luta contra a exclusão social, em especial no apoio às minorias étnicas, comunidades de imigrantes e suas famílias, toxicodependentes, seropositivos e alcoólicos.

Caritas dos Açores
A Cáritas dos Açores foi fundada em 1956, com sede em Angra do Heroísmo e delegações em Ponta Delgada e Horta.
Nos primeiros 20 anos da sua fundação colaborou sobretudo na distribuição de géneros alimentícios e roupas por instituições, escolas e famílias carentes. Neste aspecto assistencial, teve um papel notável por ocasião da erupção submarina do vulcão dos Capelinhos (Faial 1957), da crise sísmica de S. Jorge (1964) e da crise sísmica das ilhas Pico e Faial (1973).
Na década de 70, deu início a actividades de natureza promocional e de desenvolvimento com a fundação de uma biblioteca, com a atribuição de bolsas de estudo, com a organização de um serviço de apoio aos candidatos açorianos à emigração, com uma escola de adultos, um centro de explicações e um posto de socorros.
Após o sismo de 1980 que atingiu as ilhas Terceira, S. Jorge e Graciosa, desenvolveu e geriu vários programas de apoio aos mais atingidos: Programa de Emergência, Programa de Apoio à Actividade Económica Familiar, Programa de Apoio à Auto-Construção, Programa de Apoio à Construção de Habitação para Idosos dos Meios Rurais, um Centro para Idosos, Programa de Apoio à Construção de Instalações para Infância e Juventude Desviadas e um Jardim de Infância.
Em meados dos anos 80, a Cáritas dos Açores foi-se organizando em outras ilhas, passando a ter cada vez mais impacto na região, nomeadamente através da organização de actividades de promoção, de formação profissional, acções de sensibilização, denunciando graves situações de injustiça e de violação dos direitos humanos. Criou um Centro de Apoio Familiar, um Centro de Promoção da Infância, uma Creche e Jardim-de-infância, uma Associação de Pais e Amigos de Crianças Deficientes e desenvolveu um Projecto de prevenção primária da toxicodependência.
Nos anos 90, celebrou Acordos de Cooperação que resultaram na criação de 2 Centros de Acolhimento, um Lar de Transição, um Centro de Actividades de Tempos Livres e um albergue "O Amigo", aderindo igualmente a iniciativas comunitárias.
Contribuiu também com ajudas financeiras e bens de primeira necessidade para as vítimas das derrocadas, provocadas pelas cheias em S. Miguel em 1997, por ocasião da crise sísmica que atingiu as ilhas Faial, Pico e S. Jorge em 1998, tendo organizado em 1999 uma campanha de ajuda humanitária para com o povo de Timor, denominada "Dos Açores Para Timor".
A 26 de Março de 2002 a Cáritas Diocesana dos Açores passa a ser a união de Cáritas de Ilha da Diocese de Angra.
Actualmente, para além de todas estas actividades, continua a desenvolver acções no sentido do acolhimento e atendimento das pessoas; mantém a sua vertente assistencial, distribuindo anualmente milhares de roupas, mobílias e utensílios domésticos; continua a apoiar o restauro de habitações e continua a promover campanhas de recolha e peditórios.
De referir, a sua acção em favor dos retornados de Angola, no auxílio prestado às suas congéneres de S. Tomé e Príncipe, no terramoto da Arménia, na guerra e na fome nos países africanos de expressão portuguesa, na guerra na Jugoslávia e aos refugiados de Moçambique.
Desde Setembro de 2003, a Cáritas dos Açores é presidida pela Engenheira Anabela Rafael Borba


EUGÉNIO FONSECA, PRESIDENTE DA CARITAS
Eugénio Fonseca é professor de Educação Moral e Religiosa Católica e está há três mandato à frente dos destinos da Caritas no nosso país. 48 anos, casado, dois filhos, Eugénio Fonseca, que é também dirigente da CNIS, nasceu em Setúbal.
O Professor Eugénio Fonseca, outro palestrante, foi condecorado pelo presidente da República, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, mais de trinta pessoas, entre as quais estava o Presidente – Adjunto da CNIS e Presidente da Caritas Portuguesa, Eugénio José da Cruz Fonseca (Grande Oficial da Ordem de Mérito).

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