O dia 21 de Abril do corrente ano foi decisivo para a Sociedade Amor da Pátria que, depois de mais de um ano a sofrer de uma grave crise directiva que até impossibilitou os tradicionais bailes de Reveilon e de Carnaval, viu ser eleita a mais jovem direcção de sempre.
João Bettencourt, Ruben Simas, Ana Decq Mota, Luís Lourenço e Paulo Medeiros, jovens na casa dos 30 anos, abraçaram este projecto com uma vontade comum: “fazer parte activa do presente e futuro da instituição, honrando o seu notável passado”.
De acordo com o plano de actividades apresentado na reunião de Assembleia-geral e que foi votado favoravelmente por 44 dos 49 elementos presentes, “os cinco elementos efectivos da Direcção são membros activos da comunidade faialense que sabem a responsabilidade que terão nos próximos meses, face ao prestígio do Amor da Pátria e a necessidade imperiosa de dignificar o seu nome. A vontade de dinamizar esta sociedade e adaptá-la aos novos tempos é enorme, no entanto, sem mudar a sua natureza e finalidade; pretende-se melhorar o bem-estar de todos os que frequentam o clube e, igualmente, proporcionar condições que engrandeçam a lista de associados”.
Tribuna das Ilhas – Como surgiu este desafio de presidir a Direcção da Sociedade Amor da Pátria?
João Bettencourt – Já há longos anos que frequento o Amor da Pátria. Desde os meus tempos de infância que vou aos bailes e às festas. Ia com os meus pais, na minha adolescência comecei a ir sozinho e agora, adulto, não deixei de ir. Tive conhecimento e tenho acompanhado as notícias de que as coisas não andariam muito bem uma vez que faltava uma lista para vos novos órgãos sociais, em conversa com alguns amigos achámos que seria a altura ideal para formalizar um projecto e apresentar à Assembleia-geral.
T.I. – Os elementos que compõe esta nova Direcção estão todos na casa dos 30 anos. Quer isto dizer que haverá uma “lufada de ar fresco” na Sociedade Amor da Pátria?
J.B. – A nossa ideia é, em primeiro lugar, dignificar o nome da Sociedade e dinamizá-la, uma vez que entendemos que tem imensas potencialidades e tem estado um pouco aquém daquilo que pode oferecer aos sócios e à comunidade faialense. Queremos tentar adaptar a Sociedade Amor da Pátria aos novos tempos sem, no entanto, mudar a sua natureza e finalidade, conforme dizem os seus Estatutos. A Sociedade tem determinadas regras e não iremos alterar os estatutos. Vamos sim tentar adaptá-la aos novos tempos.
T.I. – Menos de uma semana depois de terem tomado posse já dinamizaram dois eventos musicais…
J.B. – Sim organizámos dois serões musicais e o que queremos é fazer com que os sócios voltem a frequentar a sociedade com uma oferta cultural mais diversificada e possibilitar o interesse de que outras pessoas se associem a nós.
T.I. – A ideia que a maior parte das pessoas tem é que a Sociedade Amor da Pátria só é acessível à classe média-alta. Vão tentar mudar esse pensamento?
J.B. – Os estatutos do Amor da Pátria sofreram algumas alterações ao longo dos últimos anos, sendo que a última alteração estatutária aconteceu em 1999. A Sociedade pautou-se sempre por ter regras com alguma rigidez, no entanto, a impressão que a maioria das pessoas tem é que o Amor da Pátria está de portas fechadas a acolher novos sócios e isso não corresponde à realidade. Quem pretende ser sócio do Amor da Pátria pode ser e obviamente que estamos a tentar, com a maior oferta cultural e lúdica, atrair os jovens porque temos imensas potencialidades: uma sala de jogos, sala de televisão, entre outras coisas. Estamos a ultimar um projecto que implica ter uma sala para crianças, para que os pais possam assistir aos eventos e levar as suas crianças.
T.I. – Para além da angariação de novos sócios e da dinamização do espaço, que outros objectivos tem esta nova direcção?
J.B. – O nosso plano de actividades engloba por uma série de iniciativas que se podem dividir em duas vertentes: interna e externa. Assim sendo, internamente vamos tentar aprofundar a comunicação entre órgãos sociais, sócios e população em geral, quer através de correspondência regular, nomeadamente e-mails, quer através da página da internet a criar. Vamos implementar novamente o cargo do Director da Semana, envolvendo assim todos os sócios efectivos nas decisões a tomar; melhorar o sistema de cobrança de quotas; criar o cartão de sócios, organizar a contabilidade de clube através da contratação de um contabilista; manutenção do património, incluindo inventariação, conservação e reparações necessárias. A modernização de alguns espaços do clube, bem como a reorganização do bar e a disponibilização do espaço para eventos culturais, artísticos e filantrópicos são outros objectivos.
Por outro lado queremos manter os bailes tradicionais do clube, apostando sempre num nível elevado de qualidade e calendarizar para dia 31 de Maio um novo baile, denominado de “Baile da Primavera”. Vamos ainda promover saraus musicais no Jardim de Inverno, aulas de dança de salão, entre outras manifestações culturais e recreativas nas instalações do clube.
T.I. – Em Novembro próximo a Sociedade Amor da Pátria comemora 150 anos. Está prevista alguma iniciativa?
J.B. – Na próxima assembleia-geral vai ser constituída uma comissão para organizar as comemorações dos 150 anos. Mas, apesar de ainda não estar nada definido, deveremos ter a edição de um livro e outros eventos de cariz cultural.
T.I. – Com o está a situação financeira da Sociedade Amor da Pátria?
J.B. – A situação financeira está estável. Temos cerca de 400 sócios pagantes, o que a nível de quotas é uma boa fonte de receitas. O bar também nos dá boas receitas. Face a tudo isto, o clube está numa situação financeira bastante positiva.
Novos Órgãos Sociais
Assembleia-geral
Presidente: Fernando Menezes
Vice-Presidente: Guilherme Pinto
Primeiro Secretário: Manuel Lemos
Segundo Secretário: Norberto Oliveira
Direcção
Presidente: João Bettencourt
Vice-Presidente: Ruben Simas
Primeiro Secretário: Ana Decq Mota
Segundo Secretário: Luís Lourenço
Tesoureiro: Paulo Medeiros
Conselho fiscal
Presidente: Luís Bruno
Vogal: Augusto Medeiros
Vogal: João Bettencourt
Situada na Rua D. Pedro IV, a Sociedade Amor da Pátria reflecte a altivez da arquitectura do século XIX, que revela traços de “Art Deco”, e deixa muitos dos visitantes com curiosidade de conhecer mais acerca desta “Sociedade”. Diante do edifício, a escadaria, o pormenor das barras com hortênsias e as colunas acima da heráldica da República e da cidade da Horta são os traços mais relevantes desta “Sociedade” que marcou uma época. Subindo a escadaria principal surge um “Salvé” maçónico, que lembra as raízes da “loja” onde era praticado o rito maçónico do Grande Oriente Lusitano. Ao entrar pelas grandes portas de madeira, a imponência do exterior transporta-se para dentro daquele edifício secular classificado como Imóvel de Interesse Público. No átrio, móveis antigos e portas enriquecidas com motivos “Art dDeco” que caracterizam toda aquela casa. Tectos altos e trabalhados a gesso e ricos candelabros decoram o extenso corredor.
O Jardim de Inverno fica situado a meio caminho no corredor e é local de convívio para os cerca de 400 associados. Ao fundo, surge uma pequena biblioteca onde um grande armário denuncia encadernações do “The Illustrated London Magazine”, do século XIX. Verdadeiras raridades levadas pelos ingleses que, durante as suas passagens pela cidade, quando o mau tempo não permitia seguir viagem marítima, frequentavam aquela Sociedade.
O salão principal da Sociedade é, sem dúvida, o espaço dos tradicionais e bastante concorridos bailes de Carnaval e de aniversário da Sociedade, que se realiza em Novembro. A grande sala, bastante iluminada, apenas ostenta nas paredes um secular e enorme espelho, assim como um rendilhado candelabro piramidal que alegra a sala.
Atravessando o átrio da entrada, no lado esquerdo do edifício está uma pequena sala, onde se realizam vários encontros e eventos, contígua a uma pequena sala de jogos destinada aos mais novos. Ao fundo do corredor fica uma outra sala de jogo, mas para os mais crescidos. Ao lado, um escritório com mobiliário antigo e igualmente antipeças de jogo, onde a direcção se reúne e onde uma das paredes ostenta a Ordem de Mérito -Membro Honorário, com que o Presidente da República agraciou em 2001 a Sociedade.
No edifício, com assinatura do arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior, um maçon que na altura era dos galardoados com o Prémio Valmor, o maior galardão nacional de arquitectura, teve lugar o acto inaugural da I Legislatura do Governo Regional, a 4 de Setembro de 1976, que contou com a presença do Presidente da República, General Ramalho Eanes, e do primeiro-ministro, Mário Soares. Foi também neste edifício, onde funcionou durante largos anos a Assembleia Regional dos Açores, que foram apresentados, com algum conflito à mistura, o Hino dos Açores - na altura em cassete e sem partituras - e os actuais símbolos heráldicos da Região.
João Bettencourt, Ruben Simas, Ana Decq Mota, Luís Lourenço e Paulo Medeiros, jovens na casa dos 30 anos, abraçaram este projecto com uma vontade comum: “fazer parte activa do presente e futuro da instituição, honrando o seu notável passado”.
De acordo com o plano de actividades apresentado na reunião de Assembleia-geral e que foi votado favoravelmente por 44 dos 49 elementos presentes, “os cinco elementos efectivos da Direcção são membros activos da comunidade faialense que sabem a responsabilidade que terão nos próximos meses, face ao prestígio do Amor da Pátria e a necessidade imperiosa de dignificar o seu nome. A vontade de dinamizar esta sociedade e adaptá-la aos novos tempos é enorme, no entanto, sem mudar a sua natureza e finalidade; pretende-se melhorar o bem-estar de todos os que frequentam o clube e, igualmente, proporcionar condições que engrandeçam a lista de associados”.
Tribuna das Ilhas – Como surgiu este desafio de presidir a Direcção da Sociedade Amor da Pátria?
João Bettencourt – Já há longos anos que frequento o Amor da Pátria. Desde os meus tempos de infância que vou aos bailes e às festas. Ia com os meus pais, na minha adolescência comecei a ir sozinho e agora, adulto, não deixei de ir. Tive conhecimento e tenho acompanhado as notícias de que as coisas não andariam muito bem uma vez que faltava uma lista para vos novos órgãos sociais, em conversa com alguns amigos achámos que seria a altura ideal para formalizar um projecto e apresentar à Assembleia-geral.
T.I. – Os elementos que compõe esta nova Direcção estão todos na casa dos 30 anos. Quer isto dizer que haverá uma “lufada de ar fresco” na Sociedade Amor da Pátria?
J.B. – A nossa ideia é, em primeiro lugar, dignificar o nome da Sociedade e dinamizá-la, uma vez que entendemos que tem imensas potencialidades e tem estado um pouco aquém daquilo que pode oferecer aos sócios e à comunidade faialense. Queremos tentar adaptar a Sociedade Amor da Pátria aos novos tempos sem, no entanto, mudar a sua natureza e finalidade, conforme dizem os seus Estatutos. A Sociedade tem determinadas regras e não iremos alterar os estatutos. Vamos sim tentar adaptá-la aos novos tempos.
T.I. – Menos de uma semana depois de terem tomado posse já dinamizaram dois eventos musicais…
J.B. – Sim organizámos dois serões musicais e o que queremos é fazer com que os sócios voltem a frequentar a sociedade com uma oferta cultural mais diversificada e possibilitar o interesse de que outras pessoas se associem a nós.
T.I. – A ideia que a maior parte das pessoas tem é que a Sociedade Amor da Pátria só é acessível à classe média-alta. Vão tentar mudar esse pensamento?
J.B. – Os estatutos do Amor da Pátria sofreram algumas alterações ao longo dos últimos anos, sendo que a última alteração estatutária aconteceu em 1999. A Sociedade pautou-se sempre por ter regras com alguma rigidez, no entanto, a impressão que a maioria das pessoas tem é que o Amor da Pátria está de portas fechadas a acolher novos sócios e isso não corresponde à realidade. Quem pretende ser sócio do Amor da Pátria pode ser e obviamente que estamos a tentar, com a maior oferta cultural e lúdica, atrair os jovens porque temos imensas potencialidades: uma sala de jogos, sala de televisão, entre outras coisas. Estamos a ultimar um projecto que implica ter uma sala para crianças, para que os pais possam assistir aos eventos e levar as suas crianças.
T.I. – Para além da angariação de novos sócios e da dinamização do espaço, que outros objectivos tem esta nova direcção?
J.B. – O nosso plano de actividades engloba por uma série de iniciativas que se podem dividir em duas vertentes: interna e externa. Assim sendo, internamente vamos tentar aprofundar a comunicação entre órgãos sociais, sócios e população em geral, quer através de correspondência regular, nomeadamente e-mails, quer através da página da internet a criar. Vamos implementar novamente o cargo do Director da Semana, envolvendo assim todos os sócios efectivos nas decisões a tomar; melhorar o sistema de cobrança de quotas; criar o cartão de sócios, organizar a contabilidade de clube através da contratação de um contabilista; manutenção do património, incluindo inventariação, conservação e reparações necessárias. A modernização de alguns espaços do clube, bem como a reorganização do bar e a disponibilização do espaço para eventos culturais, artísticos e filantrópicos são outros objectivos.
Por outro lado queremos manter os bailes tradicionais do clube, apostando sempre num nível elevado de qualidade e calendarizar para dia 31 de Maio um novo baile, denominado de “Baile da Primavera”. Vamos ainda promover saraus musicais no Jardim de Inverno, aulas de dança de salão, entre outras manifestações culturais e recreativas nas instalações do clube.
T.I. – Em Novembro próximo a Sociedade Amor da Pátria comemora 150 anos. Está prevista alguma iniciativa?
J.B. – Na próxima assembleia-geral vai ser constituída uma comissão para organizar as comemorações dos 150 anos. Mas, apesar de ainda não estar nada definido, deveremos ter a edição de um livro e outros eventos de cariz cultural.
T.I. – Com o está a situação financeira da Sociedade Amor da Pátria?
J.B. – A situação financeira está estável. Temos cerca de 400 sócios pagantes, o que a nível de quotas é uma boa fonte de receitas. O bar também nos dá boas receitas. Face a tudo isto, o clube está numa situação financeira bastante positiva.
Novos Órgãos Sociais
Assembleia-geral
Presidente: Fernando Menezes
Vice-Presidente: Guilherme Pinto
Primeiro Secretário: Manuel Lemos
Segundo Secretário: Norberto Oliveira
Direcção
Presidente: João Bettencourt
Vice-Presidente: Ruben Simas
Primeiro Secretário: Ana Decq Mota
Segundo Secretário: Luís Lourenço
Tesoureiro: Paulo Medeiros
Conselho fiscal
Presidente: Luís Bruno
Vogal: Augusto Medeiros
Vogal: João Bettencourt
Situada na Rua D. Pedro IV, a Sociedade Amor da Pátria reflecte a altivez da arquitectura do século XIX, que revela traços de “Art Deco”, e deixa muitos dos visitantes com curiosidade de conhecer mais acerca desta “Sociedade”. Diante do edifício, a escadaria, o pormenor das barras com hortênsias e as colunas acima da heráldica da República e da cidade da Horta são os traços mais relevantes desta “Sociedade” que marcou uma época. Subindo a escadaria principal surge um “Salvé” maçónico, que lembra as raízes da “loja” onde era praticado o rito maçónico do Grande Oriente Lusitano. Ao entrar pelas grandes portas de madeira, a imponência do exterior transporta-se para dentro daquele edifício secular classificado como Imóvel de Interesse Público. No átrio, móveis antigos e portas enriquecidas com motivos “Art dDeco” que caracterizam toda aquela casa. Tectos altos e trabalhados a gesso e ricos candelabros decoram o extenso corredor.
O Jardim de Inverno fica situado a meio caminho no corredor e é local de convívio para os cerca de 400 associados. Ao fundo, surge uma pequena biblioteca onde um grande armário denuncia encadernações do “The Illustrated London Magazine”, do século XIX. Verdadeiras raridades levadas pelos ingleses que, durante as suas passagens pela cidade, quando o mau tempo não permitia seguir viagem marítima, frequentavam aquela Sociedade.
O salão principal da Sociedade é, sem dúvida, o espaço dos tradicionais e bastante concorridos bailes de Carnaval e de aniversário da Sociedade, que se realiza em Novembro. A grande sala, bastante iluminada, apenas ostenta nas paredes um secular e enorme espelho, assim como um rendilhado candelabro piramidal que alegra a sala.
Atravessando o átrio da entrada, no lado esquerdo do edifício está uma pequena sala, onde se realizam vários encontros e eventos, contígua a uma pequena sala de jogos destinada aos mais novos. Ao fundo do corredor fica uma outra sala de jogo, mas para os mais crescidos. Ao lado, um escritório com mobiliário antigo e igualmente antipeças de jogo, onde a direcção se reúne e onde uma das paredes ostenta a Ordem de Mérito -Membro Honorário, com que o Presidente da República agraciou em 2001 a Sociedade.
No edifício, com assinatura do arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior, um maçon que na altura era dos galardoados com o Prémio Valmor, o maior galardão nacional de arquitectura, teve lugar o acto inaugural da I Legislatura do Governo Regional, a 4 de Setembro de 1976, que contou com a presença do Presidente da República, General Ramalho Eanes, e do primeiro-ministro, Mário Soares. Foi também neste edifício, onde funcionou durante largos anos a Assembleia Regional dos Açores, que foram apresentados, com algum conflito à mistura, o Hino dos Açores - na altura em cassete e sem partituras - e os actuais símbolos heráldicos da Região.
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