CCIH em festa
Comerciantes da ilha do Faial assinalam aniversário e querem vencer a crise
Maria José Silva
Marla Pinheiro
A história da Câmara do Comércio e Indústria da Horta remonta a 9 de Novembro de 1893, data do alvará que aprovou os estatutos da Associação Comercial da Horta, sua antecessora directa.
Obrigada durante o Estado Novo a mudar o seu nome para Grémio do Comércio da Horta – situação que persistiria até Março de 1977 –, a primitiva associação acabou por adoptar a actual designação somente em Janeiro de 1980.
Instituição de Utilidade Pública e Membro Honorário da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial, a Câmara do Comércio e Indústria da Horta é actualmente presidida por Ângelo Duarte e representa os comerciantes, industriais, importadores e exportadores das ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo.
Apesar da crise económica que se faz sentir, os comerciantes faialenses assinalaram o seu 116.º aniversário, momento que consideram também de reflexão sobre o futuro da recuperação do mercado, desejada para os tempos mais imediatos.
Ângelo Duarte, no seu discurso de aniversário congratulou-se pelo dinamismo associativo e empresarial existente nos sete concelhos da área de abrangência da CCIH.
“Há mais de cem anos, empresários uniram-se na defesa de interesses comuns, e, de geração em geração, até hoje, de maneira diferente mas com os mesmos objectivos” – sublinhou o presidente dos comerciantes que prosseguiu dizendo que “as minhas palavras são de estímulo para que possamos combater os tempos difíceis”.
Os industriais e comerciantes do Faial elegeram cinco mesas sectoriais, envolvendo 35 pessoas num próximo mandato, numa altura em que procuram soluções para a recuperação económico-financeira do sector:
MESA SECTORIAL DO COMÉRCIO E SERVIÇOS
PRESIDENTE:
- Mário & Paulo Silva, Filhos de José Maria da Silva, Lda. – Representada por Mário Jorge Dutra da Silva.
VOGAIS:
- Dorinda Porto Soares Silva – Representada por Paulo Silva.
- Atrans – Agência de Transportes Marítimos, Lda. – Representada por José Pedro da Silva.
- Jopesil – José Pedro da Silva e Filhos Lda. – Representada por Vítor Silva.
- Freitas Braga & Braga, Lda. (Flores) – Representada por William Braga
- Hortasuper – Com. e Representações, Lda. – Representada por Ivone Faria.
- Carlos Manuel Pereira Medeiros (Pico) – Representada por Manuela Pereira
MESA SECTORIAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PRESIDENTE:
- Monte Carneiro construções, Lda. – Representada por António Dias.
VOGAIS:
- Luís Vieira da Silva, Engenharia Civil, Lda. – Representada por Eng.º Luís Silva.
- Construções Varadouro, Lda. – Representada por Evaristo Brum.
- Daniel Arruda, Lda. – Representada por Daniel Arruda.
- Largo das Cores, Tintas e Acabamentos Unipessoal, Lda. – Representada por Arq. Paulo Taveira.
- Barbasconstrói, Soc. Construção do Pico, Lda. – Representada por Cremildo Marques.
- Soc. de Construções Lucino Lima, Lda. (das Flores) – Representada por Lucino Lima.
MESA SECTORIAL DA INDÚSTRIA
PRESIDENTE:
- Transportes Marco & Silva, Lda. – Representada por António Manuel Silva.
VOGAIS:
- Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial, CRL – Representada por José Agostinho.
- Padaria Popular de José Armando da Silva Luís, Lda. – Representada por José Armando.
- SMF Serração de Madeiras, Lda. – Representada por Gabriel Silva.
- João Martins da Silva – Representada por Nuno Silva.
- Castanheira Soares, Lda (Flores) – Representada por Álvaro Silva.
- José António Neves da Rosa (Pico) – Representada por José Fernando.
MESA SECTORIAL DE OFICINAS E ABASTECIMENTO
PRESIDENTE:
- Costa & Martins, Lda. – Representada por Tomás Duarte.
VOGAIS:
- 292, Comércio Automóvel, Lda. – Representada por Mário Soares.
- Teófilo, S.A. – Representada por Carlos Goulart
- Auto Branco Reparações (Pico) – Representada por José Branco.
- Agrocomb (Pico) – Representada por Tomás Cardoso.
- Carlos A. G. da Silva & Filho, Lda. (Pico) – Representada por Carlos Silva.
- João Germano de Deus & Filho, Lda. – Representada por André Rodas.
MESA SECTORIAL DO TURISMO
PRESIDENTE:
- Casa D` Àvilas – Representada por Filipe Ávila.
VOGAIS:
- Manuel Furtado da Silva, Lda. – Representada por Ilídio Silva.
- Top Atlântico DMC Viagens e Turismo, SA – Representada por Cilisia Silveira.
- Aldina Matos e Filhos, Lda. (Pico) – Representada por Jaime Matos.
- Hortacetáceos – Representada por Pedro Filipe.
- Servi-Flor, Lda. (Flores) – Representada por José Medina
- José H. G. Azevedo, Soc. Unip. Lda, – Representada por José Azevedo.
Vitrinismo e Arte Floral
Para assinalar o seu 116.º aniversário, a CCIH trouxe ao Faial Fernando Ferreira, que, no passado sábado, transmitiu aos comerciantes locais um breve seminário sobre vitrinismo, seguindo-se uma demonstração de Arte Floral, área em que, de resto, tem colaborado desde há longos anos com os empresários locais. Essa longa colaboração de 25 anos valeu-lhe uma homenagem especial da CCIH, num jantar que decorreu também no sábado.
Com o concurso do Dia das Montras à porta e perante uma plateia cheia, Fernando Ferreira deu algumas sugestões aos comerciantes locais sobre como tornar as suas montras mais aliciantes ao público.
De seguida, Fernando Ferreira passou à área em que os faialenses melhor conhecem o seu trabalho, ou seja, a Arte Floral.
Em conversa com o Tribuna das Ilhas, o presidente da CCIH realçou a pertinência desta formação em vitrinismo: “o vitrinismo está muito relacionado com o marketing, e cada vez mais saber expor para motivar a compra é uma ciência”, refere Ângelo Duarte. Tirando partido do facto da CCIH ser neste momento uma entidade credenciada para a formação, Ângelo Duarte explica que o objectivo desta sessão foi “sensibilizar os empresários do comércio local para a importância da criação das montras”. Nesta área, entende que ainda há muito a fazer, por isso a CCIH pretende organizar acções de formação na área do vitrinismo no próximo ano. A ideia é apoiar os comerciantes locais “contribuindo para melhorar a apresentação do produto, não só no próprio espaço da montra mas também mesmo no interior da loja”, adianta Ângelo Duarte.
Seminário sobre energias renováveis
O Governo dos Açores quer que a contribuição das energias renováveis na produção de energia eléctrica no arquipélago passe dos actuais 28 para 75 por cento em 2018.
A informação é do director regional de Energia e foi avançada segunda-feira à noite, no Faial, durante a cerimónia do 116.º aniversário da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, onde Cabral Vieira apresentou uma comunicação subordinada ao tema “A Caminho de um Sistema de Energia Sustentável”.
Actualmente, 87 por cento da energia primária produzida nos Açores depende do petróleo, enquanto os restantes 13 por cento – e somente na electricidade – provêm das energias renováveis, adiantou o director regional de Energia.
Pela primeira vez nos Açores, em 2007 houve um recuo do peso da energia de origem fóssil na produção de electricidade graças à entrada em funcionamento da central geotérmica do Pico Vermelho,
Segundo explicou Cabral Vieira, a estratégia do Governo passa por conseguir uma maior eficiência energética nas ilhas e maximizar o aproveitamento das energias renováveis na produção de electricidade.
A certificação energética dos imóveis e equipamentos, que passa a ser obrigatória já em 2010 nos Açores, o recurso à tarifa bi-horária e a futura introdução de contadores inteligentes foram algumas das medidas apontadas como capazes de promover a eficiência energética.
Cabral Vieira defendeu ainda a necessidade de criar nas ilhas competências na área das energias renováveis, razão pela qual só na Universidade dos Açores existem 18 equipas com cerca de 70 investigadores a trabalharem nesse sentido.
Como medidas de curto prazo, anunciou a próxima alteração da legislação relativa à organização e funcionamento do sector eléctrico e das energias renováveis, a revisão do PROENERGIA, cujo diploma já está em apreciação no Parlamento, e a criação recente do sistema de registo de microgeração, que permite que o cliente da EDA possa ser também seu fornecedor.
Quanto à alteração do PROENERGIA, o director regional disse que o objectivo visa a redução do limite do investimento mínimo exigido às empresas, a alteração do limite máximo do apoio e a remoção do limite de venda à rede pública de excedentes de electricidade produzida para auto-consumo.
No âmbito deste programa, são susceptíveis de apoio os projectos destinados essencialmente ao consumo promovidos por pequenas e médias empresam, cooperativas, associações sem fins lucrativos, pessoas singulares e condomínios.
Ângelo Duarte, presidente da Câmara do Comércio, diz que “o grande objectivo deste seminário, foi trazer até nós cada vez mais o interesse pela área. Foi essencialmente informativo e vemos uma grande necessidade de termos empresas no concelho da Horta e em toda a nossa área de intervenção para a comercialização deste tipo de produtos. É mais uma oportunidade de negócio na área das energias.”
São Miguel e Terceira têm já várias empresas na área, e o Pico e São Jorge também têm uma empresa. No Faial existe apenas uma empresa mas que ainda não possui o volume de negócios desejável.
De acordo com Ângelo Duarte, “seria bom termos mais empresas, com novos produtos. A SRAM está interessada em encontrar no Faial uma empresa para gestão de resíduos sólidos.”
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