quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Federação Regional de Bombeiros dos Açores

Está a ser ultimada a formação de uma Federação de Bombeiros dos Açores. A informação foi avançada na Horta na passada semana, por Vasco Garcia, presidente da Direcção dos Bombeiros de Ponta Delgada e, simultaneamente, presidente da Federação de Bombeiros do Grupo Oriental, e por Hélio Pamplona, presidente da Direcção da Associação Faialense de Bombeiros Faialenses.

De acordo com aquele responsável, “vim aqui à Horta para definir uma estratégia que tem como objectivo, não só nosso mas também da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, criar uma federação única para todos os bombeiros dos Açores.”

No entender de Vasco Garcia, “o facto de nos Açores existirem duas federações de bombeiros – Federação de Bombeiros dos Açores – Grupo Ocidental e Central; e Federação de Bombeiros dos Açores – Grupo Oriental – não tem facilitado a união das 17 associações de bombeiros açorianos.”

Recuando no tempo e tentando perceber como este processo se tem desenrolado, apurámos que desde 2008 que existem algumas reuniões preparatórias em torno deste tema. Em Novembro passado esta questão foi novamente levantada durante um congresso regional, e, na ocasião, o Faial manifestou a sua concordância com a Federação.

Hélio Pamplona disse também que “uma federação deste género é em muito positiva. É verdade que já existem duas federações, mas o que nós queremos é uma única que congregue todas as 17 associações dos Açores. Por exemplo, com a federação poderá gerir-se mais cabalmente os recursos, ou seja, imagine-se que nós temos material a mais, podemos dividir por alguma associação que precise.”

Posto isto, em Março próximo deverá realizar-se uma reunião com todas as associações que, entretanto vão receber um documento sobre o assunto, para que se possa constituir a federação.

“O papel da federação será dar uma voz única às associações de bombeiros dos Açores naquilo que têm de comum, e que é muita coisa. Racionalizar os meios de formação; ou seja, promover acções conjuntas. Queremos ter ainda uma central de compras, pois isso vai fazer baixar os preços logo os custos inerentes a cada associação” – sublinha Vasco Garcia que afirma convicto de que, “esta federação pode ser a personalização do lema “a união faz a força”.


A vocação duma instituição como o DOP
é essencialmente reforçar as actividades pós-graduação



O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago, anunciou na Horta, o lançamento de um projecto nacional de ciências do mar profundo, especialmente vocacionado para a investigação dos recursos biológicos e minerais.
“O potencial das profundezas é tal que justifica um programa específico desta natureza”, afirmou, salientando que se trata de um projecto que se pretende “aberto e competitivo” para atrair investigadores de todo o mundo.
Mariano Gago admitiu que este programa possa trazer para Portugal escolas e laboratórios internacionais ligados à investigação do mar profundo e ainda residências internacionais para jovens cientistas de diferentes países.
Para o ministro, este programa será um primeiro passo para que o país aproveite os recursos biológicos e minerais que estão “escondidos” nas profundezas do Atlântico.
Em entrevista exclusiva ao Tribuna das Ilhas o Ministro do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia falou do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, da sua importância e dos projectos do Ministério para a Academia Açoriana.

Qual a sua opinião sobre o trabalho que tem sido desenvolvido pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores?
Acompanho o DOP já há muitos anos, quase praticamente desde o seu início quando se instalou um pequeno núcleo de investigação de oceanografia aqui na Horta.
Ao longo dos anos foi possível que nesta instituição acontecesse algo que tem sido extremamente raro de acontecer noutras zonas designadamente na Universidade dos Açores, que foi atrair investigadores de todo o lado e isso criou na Horta um pólo de investigação cientifica que à escala nacional é um pólo de dimensão muito importante e que está muito especializado.
Está especializado essencialmente nas questões biológicas mas muito ligado à especificidade desta região. Há a possibilidade de ter acesso a mar profundo e essas áreas hoje têm, do ponto de vista científico, um interesse muito elevado e isto pelo facto de se terem descoberto fontes hidrotermais; pelo facto de se ter descoberto que o património genético em profundidade era muito rico e muito interessante. Descobriram-se formas de vida em condições que, há umas décadas atrás, se julgava impossível.

Que benefícios directos é que essas descobertas podem trazer para o nosso país?
Aquilo que faz com que muitos países e investigadores hoje invistam muito tempo e recursos na análise do mar profundo, julgo que são essencialmente duas razões centrais. A primeira relacionada com o ponto de vista biológico e a segunda ligada aos recursos minerais.
Biologicamente é o facto de se ter a expectativa de que existem formas de vida e património genéticos especiais que se podem encontrar em zonas muito profundas do oceano. Isto é uma fonte potencial de produtos para a indústria biotecnológica. Aquilo que nós podemos esperar de melhor no seguimento desta investigação é que, nos próximos anos, junto da actividade do DOP, se venham a criar, a partir provavelmente dos investigadores do DOP e da investigação deles, empresas ligadas à biotecnologia.
Isso poderá acrescentar um elemento novo à biotecnologia e sobretudo pode contribuir para um novo ponto de desenvolvimento na Horta junto do DOP.
A outra área prende-se com os recursos minerais. Penso que será uma área alvo de investigação por parte de muitos países. A pesquisa de minerais no subsolo foi sempre e continua a ser extremamente importante. A pesquisa de jazidos de minerais raros no fundo do mar tem uma importância económica enorme.

Têm sido celebrados vários protocolos entre a Universidade dos Açores e instituições académicas de todo o mundo. Qual a sua opinião a esse respeito?
Estes protocolos existem porque existe, nos Açores, qualidade e trabalho. Ninguém vai atravessar o Atlântico para vir para uma ilha da qual nunca ouviu falar a menos que isso tenha interesse para a sua profissão e que saiba que do lado de lá tem colegas cujo trabalho conhece e reconhece. O fundamental aqui é a actividade científica e a qualidade do trabalho aqui desenvolvido. É essa qualidade que permite atrair outras pessoas e fazer com que esse trabalho seja respeitado e que outros queiram também colaborar com os que aqui estão.
É verdade que a colaboração entre o DOP e outras instituições, quer na Europa quer nos Estados Unidos. Ainda muito recentemente assinámos aqui na Horta um acordo de cooperação com a Universidade de Massachusetts que tem uma actividade importante nesta área.
Isso vai ser reforçado com a implementação de um programa de investigação para o mar profundo, cujo objectivo é fazer, especificamente nas questões ligadas ao mar profundo, com que os poucos centros de investigação à escala mundial encontrem aqui um Centro de Operações. Que este seja o sitio natural para se reunirem, para se organizarem conferências, escolas, onde haja uma actividade de referência e observação de tudo o que está a ser feito nesta área.

A inauguração das novas instalações vem colmatar uma lacuna em termos infraestruturais?
O DOP teve um crescimento que é muito normal numa instituição científica, isto é, foi tendo as instalações à medida que era preciso. Não há nada pior do que começar pelos edifícios, depois pensar nos equipamentos e só no fim pensar nas pessoas. O DOP fez-se exactamente como devia ser. Começou com instalações muito precárias, com pouca gente e nós com a esperança de que aquelas pessoas pudessem gerar trabalho. Ao longo de muitos anos visitei as instalações do DOP e, a certa altura, estavam completamente apinhadas. Ainda me lembro de ter negociado com a Marinha a cedência dos outros edifícios quando não havia mais condições de expansão. O novo edifício do antigo hospital tem finalmente condições de dimensão, espaço e qualidade de trabalho e está justificado por haver muita gente e muito trabalho neste momento. Há dez ou quinze anos atrás não havia DOP sequer para ocupar aquelas instalações, caso elas existissem.

Acha que temos condições para que seja leccionada uma licenciatura na Horta?
Não sei se isso será o mais importante. No momento não há uma grande vantagem em fazer-se uma dispersão de actividades de licenciatura nas Universidades. As actividades pós-licenciatura e pós-graduação têm uma enorme vantagem em serem leccionadas onde está a actividade de investigação. Hoje o DOP tem actividade pós-graduação importante e aliás já começa a ter uma actividade nova de formação profissional que é muito interessante.
Diria que a vocação duma instituição como o DOP é essencialmente reforçar as actividades pós-graduação que são as únicas que conseguirão trazer para os Açores e para a Horta estudantes de todo o lado.

Anunciou a criação de um programa inovador para as ciências do mar. Pode esmiuçar ao Tribuna das Ilhas de que se trata este projecto?
Nestes últimos 20 anos tem havido, em Portugal, vários programas de dinamização das ciências e tecnologias do mar.
O que foi anunciado é a criação de um programa específico para a questão do mar profundo. Esta é uma área de enorme competição internacional. Do ponto de vista cientifico e estratégico para o futuro.
Parece-me essencial neste momento, concentrar recursos na exploração do mar profundo. Onde temos esse mar profundo no território português é nos Açores, mas isso não significa que sejam apenas instituições açorianas a fazer esse trabalho. É um trabalho de uma tal dimensão e exigência que este programa servirá para convocar todas as instituições nacionais com as competências que têm para conseguir resolver, obter conhecimento e aplicações dos estudos do mar profundo.
Há pouco dei-lhe dois exemplos: a pesquisa de recursos minerais e a pesquisa de formas de vida que permitam novos avanços na biotecnologia. Creio que haverá muitos mais, mas o trabalho nestes dois sectores será muito importante.
Durante 2010 vamos tentar desenhar por completo este programa, estabelecer as alianças internacionais necessárias, definir programas de trabalho, recrutar pessoas, saber quem faz o quê e operacionalizá-lo para os anos seguintes.

O Reitor da Universidade dos Açores tem vindo a reclamar um aumento do financiamento para a Academia na ordem dos 10%, com o objectivo de que 2010 não seja um ano tão penoso como 2009. Vai o Ministério “ceder” a esta exigência?
Os Ministérios não cedem a exigências, têm sim de olhar para os sistemas de ensino superior e para as universidades em função das suas necessidades reais. Mas também têm que introduzir factores de estímulo que permitam às instituições serem melhores. Um desses factores é o financiamento e é público que as condições que estão inscritas no programa de governo para 2010 de investimento ao ensino superior são particularmente favoráveis para conseguirmos ter, nos próximos anos, muitos mais alunos nas universidades. Esse é o nosso principal objectivo, a par do reforço da qualidade do ensino superior. No caso da Universidade dos Açores é absolutamente indispensável que se reforce a capacidade formativa, mas para isso é preciso atrair estudantes.


Ecofreguesia – Freguesia Limpa

Freguesias do Faial aderem a projecto ambiental

Foi apresentado na manhã de quarta-feira no Jardim Botânico do Faial o projecto Ecofreguesia – Freguesia Limpa.

Uma iniciativa da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar e que, de acordo com as declarações proferidas no local pelo Secretário da tutela, tem como principal objectivo reconhecer e distinguir os esforços das freguesias em colaboração com as populações nas áreas de limpeza, remoção e destino final dos resíduos no espaço público da sua freguesia.

De acordo com Álamo Menezes, esta iniciativa pretende premiar o bom desempenho ambiental dos cidadãos e entidades intervenientes e a sua realização justifica-se pela crescente importância para o bem-estar das suas populações.

Convocados a esta apresentação foram os presidentes de junta do Faial que, no final, se mostravam muito satisfeitos e que abertos a esta iniciativa.

Todas as freguesias da região podem participar no evento, sendo a inscrição voluntária e gratuita.

Posteriormente será feita uma avaliação para detectar e localizar os diversos locais onde se observam os resíduos existentes e avaliação das condições de funcionamento dos sistemas de transporte autárquicos e outro, tais como os operadores de resíduos e por fim, para averiguar qual o melhor procedimento para efectuar o transporte, visando o correcto encaminhamento e destino final a cada tipo de resíduos. Finalmente, realizar-se-á uma visita de avaliação final para confirmação dos locais limpos”.

Carlos Rita, presidente da freguesia dos Flamengos, disse ao Tribuna que “naturalmente vamo-nos candidatar a este programa porque temos algumas preocupações em termos ambientais. Achamos que esta é uma boa iniciativa e é importante que trabalhemos todos para que o ambiente se torne cada vez melhor.”

João Bettencourt é o Delegado da ANAFRE. Nessa qualidade, e em declarações proferidas aos OCS, acha que este é um projecto interessante porque as Juntas de Freguesia são quem está mais perto da população.”

No entender daquele autarca, “este foi um projecto que veio no melhor tempo. Tem sido sempre uma luta de todas as freguesias, a nível regional e mesmo nacional, gerir os lixos e este projecto é, sem dúvida, uma conquista muito boa.”

Garantindo que a junta de freguesia da Conceição também vai aderir a este projecto, João Bettencourt deixou o alerta a todas as pessoas para que colaborem com as juntas. “Este é um projecto a bem da população e do ambiente. A freguesia da Conceição tem sido uma das mais vandalizadas no Faial, mas vamos aderir. Temos tido, aliás, um cuidado muito grande com a limpeza da nossa freguesia. Temos a ribeira, a linha de água, a praia, a orla costeira, enfim, toda a freguesia. Temos uma camioneta e pessoal que está atento a estas questões e com este projecto julgo que ainda será melhor.”

Aos vencedores do concurso serão atribuídos um galardão que a junta de freguesia poderá ostentar: bandeira e certificado.


Doutoramento "Honoris causa" para professor Mário Ruivo

A cerimónia de entrega das insígnias de Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores (UAç) ao investigador Mário Ruivo realizou-se na sexta-feira, conforme já anunciamos, e contou com o apadrinhamento de Mário Soares, ex-presidente da República e amigo de longa data, como ficou expresso no seu discurso, do investigador.
Avelino Menezes, Reitor da Universidade dos Açores, na sua intervenção de abertura da cerimónia referiu que “os Açores são um viveiro de especificidades. As nossas especificidades configuram uma verdadeira identidade, identidade esta que justifica a existência da Universidade.”
Segundo Avelino de Menezes, “o Professor Mário Ruivo tem um curriculum que faz jus à atribuição destas insígnias. Este é, acima de tudo, um acto de reconhecimento por todo o seu trabalho nesta área”.
Mário Soares, padrinho de Mário Ruivo, “lamentou a atitude de derrotismo demonstrada pelos portugueses, que, em tempo de crise, optam por criticar em vez de aproveitarem as potencialidades dos recursos do País.
"Quando nos dizem que Portugal é um país pequeno, que Portugal não tem possibilidades de vencer a crise, que Portugal está nas piores situações, isso é completamente desmentido por aquilo que é o nosso espaço marítimo, as nossas potencialidades marítimas e a nossa posição estratégica", frisou.
O Professor Mário Ruivo foi sempre um convicto defensor das questões de desenvolvimento e projecção das ciências do mar através dos Açores.
De cima dos seus mais de 80 anos, Mário Ruivo tem um trabalho relevante desenvolvido na FAO, nas Nações Unidas e na UNESCO.
O Professor Mário Ruivo é por formação, biólogo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1950) e especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos (Universidade de Paris Sorbonne, Laboratoire Arago: 1951-54).
Foi Director da Divisão dos Recursos e Ambiente Aquático da FAO (1961-74), tendo participado na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Estocolmo, 1972). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO (1980-89) e Professor Catedrático Convidado da Universidade do Porto/ICBAS (Curso de Política e Gestão do Oceano).
É, actualmente, Presidente do Conselho Científico das Ciências do Mar e do Ambiente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e Presidente do Comité Português para a COI/MNE, tendo sido eleito Vice-Presidente daquele organismo intergovernamental (COI/UNESCO), em 2003. Foi membro da Comissão Estratégica dos Oceanos, criada na dependência do Primeiro-Ministro do XV Governo Constitucional.
O governo português já atribuiu a Mário Ruivo as condecorações de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada: e Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Recebeu das mãos do Presidente da República do Brasil em Outubro de 1998 a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 1997 recebeu o Açor de Cristal atribuído pela Mostra Atlântica de Televisão - MAT97.
Exerceu inúmeros cargos e funções relevantes no governo português, tendo sido Secretário de Estado das Pescas e Ministro dos Negócios Estrangeiros no período 1974/1975. Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar no período 1974/1978. Presidente da Comissão Nacional da FAO de 1974 a 1980. Director-geral da Investigação e da Protecção dos Recursos do Meio Aquático (Ministério da Agricultura e Pescas no período 1974/1979). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental - COI, da UNESCO no período 1980/1988.
Conselheiro Consultivo da EXPO98 Os Oceanos - Um Património para o Futuro. Membro e Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos de 1995 a 1998. Além de numerosas publicações científicas no campo da oceanografia biológica e gestão de pesca, é autor de estudos, ensaios e artigos sobre política e gestão dos oceanos, ciência, sociedade e ética, aspectos institucionais da cooperação internacional em assuntos do mar e ambiente.


34 anos depois

DOP com instalações condignas

Trinta e quatro anos depois da sua fundação, o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade os Açores inaugurou na cidade da Horta, as suas novas instalações.

Desde há vários anos que os cientistas no Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores esperavam por novas instalações para melhorar as condições para investigação na área da Oceanografia e Pescas e o estudo dos recursos marinhos portugueses. Sedeadas no antigo hospital da Misericórdia, custaram 6,2 milhões de euros.
O Governo Regional contribuíu com 5 milhões.

Criado em 1976, o pólo da Horta da Universidade dos Açores debateu-se, inicialmente, com falta de projectos.
Aos poucos, e apesar de funcionar em instalações sem condições, foi-se afirmando no panorama da investigação internacional relacionada com o mar.
No porto da Horta, o DOP começou por se instalar em balneários públicos e, depois, em pré-fabricados.
É nesse espaço que funciona o Laboratório Internacional de Ecossistemas do Oceano Profundo (LabHorta) e o Coral Lab, o único em Portugal que estuda os corais de profundidade.
É também nesse espaço, encostado ao Monte Queimado que são ministradas as aulas do curso de Operador Marítimo-turístico.

Os cientistas do DOP, da Universidade dos Açores, estão entre os mais reconhecidos do mundo, graças aos projectos que têm desenvolvido nas áreas da Ecologia Marinha e Biodiversidade, Oceanografia Física e Biológica, Biologia, Ecologia e Avaliação dos Recursos Haliêuticos Pelágicos, Demersais e de Profundidade.

Avelino Menezes, Reitor da Universidade, frisou na altura que “a consolidação da universidade reclamava a construção de instalações condignas. A Universidade dos Açores garante assim em definitivo a condição de instituição tripolar. Após anos de incerteza a inauguração destas instalações é a confirmação da tripolaridade como modelo de organização da Universidade dos Açores.”

Sobre a Universidade dos Açores, Avelino Menezes diz que “é a única cuja personalidade deriva do carácter da geografia. A localização em pleno oceano opera a sua transfiguração em meios e diversidade. é o veiculo de difusão da língua e da cultura nacional.”

“Na Universidade dos Açores tudo obriga ao cultivo da abertura de horizontes. Hoje o DOP é um centro de investigação, organizado segundo critérios internacionais reconhecido como excelente. Este departamento é um porto de acolhimento de estudantes e investigadores de todo o mundo” – frisou ainda.

No entender do Reitor da Academia açoriana, “este dia equivale ao principio de um novo futuro alicerçado pela vocação do DOP que deve prosseguir o caminho já feito e que é internacionalmente reconhecido, por outras palavras, que o DOP permaneça como pólo de investigação cientifica. Esta deve ser uma escola de pós-graduação internacional.”

O ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, no discurso que proferiu na sessão solene comemorativa dos 34.º aniversário da Universidade dos Açores, frisou que a aposta nas pós-graduações internacionais “é um fenómeno cada vez mais emergente em toda a Europa”.

Nesse sentido, salientou o que tem feito a Universidade da Madeira, que apostou nas pós-graduações para ultrapassar o problema do reduzido números de alunos que habitualmente caracterizam as instituições de ensino superior insulares.

Mariano Gago referiu que as universidades de menor dimensão, como as dos Açores e Madeira, mas também outras no continente português, sempre se debateram com o fenómeno de os seus habitantes preferirem “mandar os filhos estudar para Lisboa”.

“O investimento nas pós-graduações internacionais poderá ajudar a combater esse fenómeno e atrair professores e alunos de todo o mundo”, afirmou.

A sugestão de Mariano Gago surgiu em resposta às críticas do reitor da Universidade dos Açores, Avelino Meneses, que lamentou os problemas de sub-financiamento com que se debatem a maioria das universidades do país.

O ministro da Ciência e do Ensino Superior anunciou ainda um novo projecto na área dos recursos biológicos e minerais, sobre os quais pode ler mais pormenores na entrevista da página seguinte.

“Um marco de betão e aço que, na firmeza dos seus materiais, alicerça igualmente a firmeza do compromisso assumido pelo Governo dos Açores na resolução definitiva dos problemas que rodearam a instalação dos campos universitários do Faial e da Terceira.”

Foi assim que o presidente do Governo dos Açores qualificou as novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas, inauguradas na passada semana “um acontecimento que muito valoriza os Açores e o País e que reconfirma a ligação fecunda desta área do arquipélago ao conhecimento, à economia e aos assuntos do Mar”, como também disse

Carlos César manifestou ainda a sua confiança nas capacidades da instituição, antevendo o nascimento, na Horta, de um pólo de excelência ligado às tecnologias do mar profundo, mercê dos saberes e do prestígio já consolidados do DOP, bem como do empreendedorismo dos seus docentes e bolseiros.

Para além das suas fontes hidrotermais – em cujo estudo o DOP pode e tem de estar implicado – os mares dos Açores encerram o que qualificou de “assombrosa riqueza em recursos com potencial valor económico, científico e cultural”, pelo que considerou que “o potencial de desenvolvimento que esses recursos representam precisa de ser rapidamente apropriado pelos açorianos, sob pena de outros o fazerem.”

E, para o presidente do Governo, não se trata apenas da questão das pescas. “Trata-se, também, da defesa do princípio de que os recursos biológicos marítimos são um bem público que deve ser usufruído com protecção face a potências e actividades depredadoras.”

Para Carlos César, é igualmente importante aproveitar o enorme potencial para as actividades de lazer, razão pela qual o Governo tem apoiado iniciativas “que permitam aos pescadores entrar no mercado marítimo-turístico e promover o aparecimento de uma fileira de valor que integre essas actividades com a observação de cetáceos, os desportos náuticos e as actividades de lazer ligadas à fruição do mar.”

A qualificação dos recursos humanos suscitou ao governante a advertência de que “não podemos continuar a depender de outros na formação e certificação dos nossos recursos humanos ligados ao mar”, defendendo por isso a ideia de que a Horta e o DOP estão, naturalmente, na linha da frente da resposta a esse desafio, para o que podem contar com todo o apoio do Governo.

“Agora que em matéria de instalações estão reunidas as condições para que o DOP se consolide e cresça, chegou o momento da Universidade dos Açores assumir, de forma descomplexada, o lugar que também aqui no Faial e nas ciências do mar lhe cabe enquanto instituição de elite capaz de colaborar com o Governo dos Açores no desenvolvimento das nossas ilhas – neste caso, na tarefa difícil, mas irrecusável, de criar as condições materiais e, acima de tudo, humanas, para que os açorianos possam ocupar o seu mar, retirando dele o melhor proveito e cuidando para que cuidem dele”, concluiu Carlos César.

Ainda neste dia as Universidades dos Açores e de Coimbra procederam à assinatura de uma adenda ao protocolo do Ciclo Básico de Medicina, que acresce a duração daquele curso para 3 anos na universidade açoriana.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


A Distância que nos uniu

A Distância que nos uniu é o primeiro livro da jovem jornalista Patrícia Carreiro. Foi lançado no passado mês de Novembro, pelas Edições Macaronésia, em Ponta Delgada. A apresentação esteve a cargo da jornalista da RDP - Açores, Margarida Pereira.

O romance, A distância que nos uniu, pode ser comprado nos Açores, na Madeira, em Cabo Verde e em Portugal Continental.

Patrícia Carreiro tem 23 anos e é formada em Comunicação Social e Cultura pela Universidade dos Açores. Desempenhou funções no jornal semanário "Expresso das Nove" e no "Jornal Diário.com". É colaboradora do jornal mensal "As Flores" e do Tribuna das Ilhas.

Tribuna das Ilhas - O que versa A Distância que nos Uniu?

Patricia Carreiro - A Distância que nos Uniu narra a história de um casal de jovens estudantes que, como todos os casais, se conhecessem por acaso.

Porém, este amor sofre muitas peripécias e sobressaltos no seu percurso. Vive altos e baixos, mas sempre com o mesmo objectivo: encontrar uma forma de superar a distância.

O livro tem como personagens principais a jovem Inês e o Tomás. Ao longo da história, outras personagens, como Maria Leonor, entram na acção para piorar o cenário ou para torná-lo mais complicado.

Todo este trama é narrado por Inês à sua filha, Matilde, com o objectivo de mostrar o poder do amor e a sua capacidade de união.

A principal mensagem que quero transmitir com este livro é que a distância só separa aquilo que o Homem não quer unir, ou seja, por mais barreiras que tenhamos no percurso da nossa vida, se quisermos muito alguma coisa, de certo que vamos conseguir. É a persistência que faz a nossa vida tomar outro rumo.

T.I. - Como surgiu a ideia e a vontade de escrever um livro?

P.C. - Eu sempre gostei muito de ler e de escrever. Escrevia desde há muito tempo pequenos textos, mas nada de relevante. Então, num simples dia, por conselho de uma amiga, comecei a escrever este romance. Isto aconteceu em 2005, quando tinha cerca de 20 anos. É claro que escrevi mais por ‘desporto’, sem pensar que pudesse ser possível um dia lançar um livro, apesar de ser um grande sonho.

No fundo, pensava que editar não fosse assim tão fácil, muito menos nos Açores.

Volvidos alguns anos, a vontade de editar um livro cresceu e foi então que contactei as Edições Macaronésia.

A resposta foi quase imediata. Entreguei o livro à editora para ser avaliado e depois de uma avaliação do mesmo, as Edições Macaronésia aceitaram o meu livro.

A fase seguinte cingiu-se à procura de patrocínios para a impressão da obra. Estes vieram do Governo Regional e da Junta de Freguesia de Covoada, terra que me viu nascer. Aproveito para agradecer os apoios dados, sem os quais este sonho não seria possível.

Pedi apoios a muitas entidades. Porém, de quase todas recebi uma resposta menos positiva, por falta de verba para apoiar projectos desta natureza. Também me aconteceu não receber sequer resposta de algumas entidades, mas, no meu entender, isso só revela a falta de vontade de investir nos talentos açorianos.

Seguidamente, começamos a tratar da capa do livro. Nesta fase tive a sorte de ter a ajuda do Manuel Silva, um fotógrafo amador muito promissor. As fotos são de São Miguel, o que facilita a ligação entre o livro e os leitores açorianos. Espero que, por este motivo e por outros, as pessoas sintam a cumplicidade suficiente com a minha obra para poder lê-la.

Agradeço ainda a toda a minha família, que sempre me apoiou na idealização do meu projecto. Agradeço ao meu pai, Samuel Carreiro, à minha mãe, Fátima Carreiro, ao meu irmão, Henrique Carreiro, e à minha avó, Fernanda Cabral. Agradeço ainda à minha irmã, Cláudia Carreiro, que sempre foi, e será, a minha revisora pessoal. Ela sempre me ajudou na minha escrita e desta vez não foi excepção. Leu o livro e deu a sua opinião sobre o bom e sobre o menos bom, para que eu pudesse melhorar a minha primeira obra. Obrigada irmã.

Mas é claro que não tive apenas o apoio da minha família. Agradeço ainda a alguns amigos que, apesar da distância, sempre se uniram comigo neste projecto. Agradeço à Berta Correia, à Ana Fialho, à Tânia Silva, à Carolina Carreiro, à Ana Rita Neves, ao Jorge Cordeiro e a todas as pessoas que acreditaram em mim, que foram muitas.

Ao professor Machado Pires aqui fica uma palavra de carinho pela frase escrita na contracapa do livro, a qual teve tanto significado para mim.

Logicamente, agradeço às Edições Macaronésia por me terem apoiado neste projecto e por terem acreditado em mim.

T.I. - Como jornalista, esta obra retrata alguma da sua experiência ou é ficção?

P.C. - Acho que na maioria das vezes, os escritores baseiam-se em pequenos factos da sua vida para começar um romance. Este livro contém factos verídicos, mas a maioria da narrativa baseia-se na ficção, no imaginário e no enredo.

Aproveito para dizer que acho que é muito mais favorável basearmo-nos em factos reais, em histórias que nos rodeiam, para escrever romances. E digo isto porque assim, o leitor sentir-se-á muito mais familiarizado com a história do que com alguma narrativa que seja totalmente ficcional.

Quanto mais reais formos nos nossos livros, mais vontade o leitor terá de ler o nosso trabalho.

T.I. - É o primeiro de muitos?

P.C. - Espero que seja. Já tenho mais dois escritos e estou a trabalhar no quarto.

O segundo foi escrito em 2008, com o qual concorri para a edição deste ano do LabJovem, e o terceiro ficou pronto este ano.

Com este, Os Limites do Coração, concorri ao Prémio Gaspar Fructuoso, da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Tenho o prazer de dizer que fiquei entre os seis finalistas que irão disputar este prémio, situação que me honra muito e que me deixa muito satisfeita com o meu trabalho.

Escrevo, porque para mim a escrita é quase uma terapia e pretendo manter este hábito por muito tempo.

Sinto-me livre enquanto escrevo e isto porque posso criar mundos só meus, que mais tarde serão partilhados com os meus leitores.

Escrever é mais que uma arte: é uma forma de vida.

T.I. - Como correu a apresentação?

P.C. - A apresentação do livro decorreu no dia 20 de Novembro, no Edifício dos CTT, em Ponta Delgada. O evento foi extraordinário. Correu tudo como imaginei. O discurso da Margarida foi completamente envolvente e aliciante. Até eu própria que, logicamente, já li o livro imensas vezes, senti vontade de o devorar novamente. Escolhi a pessoa certa para a ocasião.

Senti-me realizada e, claro, um pouco emocionada. Na plateia estavam as pessoas que mais gosto, o que facilitou o discurso, apesar dos nervos iniciais. Foi um momento único que, com certeza, marcou a minha vida.

Sempre sonhei com este dia e, agora que ele chegou, parece mentira.

T.I. - Como foi escolhido o título?

P.C. - Esse é um pormenor que não sei narrar muito bem. Sei que o título foi uma das primeiras coisas que defini neste projecto. Toda a essência do livro já estava mais ou menos traçada desde o início, por isso foi mais fácil encontrar o título. Acho que é um título empolgante e até um pouco “poético”, como me disse uma pessoa muito querida quando lhe pedi para ler a obra. É um espelho completamente transparente da narrativa que faço neste primeiro livro e espero que seja um caminho para as pessoas verem a distância como um factor de união e não de separação.

CAMPANHA “UM BRINQUEDO UM SORRISO”


A Juventude Socialista da ilha do Faial promoveu, mais uma vez, a Campanha denominada “Um Brinquedo, Um Sorriso”.

Esta iniciativa consiste na recolha de brinquedos que serão distribuídos nas vésperas de Natal para todas as crianças carenciadas residentes na nossa Ilha.

Esta Campanha, idealizada pela JS Faial, teve inicio no ano 2000 e hoje é realizada em todas as ilha do Arquipélago.

Este ano a Juventude Socialista fez a recolha de brinquedos no Modelo nos dias 9, 10,11 e 12 de Dezembro, bem como no Comercio Tradicional, nomeadamente nas lojas Gameover, Ortins e Duarte, Lda, Mário Brás da Silva e Ourivesaria Reguladora até ao próximo dia 16 de Dezembro.

Todos os interessados em contribuir com um donativo poderão contactar o responsável pela campanha através do número 969008410.

A distribuição das prendas será feita porta a porta pelas freguesias e esta agendada para os dias 19 e 20 do corrente mês.

Campanha “Natal em Segurança”

O Comando Regional dos Açores da Polícia de Segurança Pública entre os dias 08 de Dezembro de 2009 até ao próximo dia 07 de Janeiro de 2010, estará em toda a Região a promover a Operação Natal em segurança, este ano com o lema JUNTOS, PREVENIMOS MAIS!

Este ano, a PSP pretende incrementar as acções de sensibilização no âmbito rodoviário e junto das comunidades mais vulneráveis, incentivando-as a adoptarem comportamentos de segurança.Neste âmbito, dentro desta Operação Regional, a PSP irá incrementar a sua acção de policiamento, aumento da visibilidade policia junto ás áreas comerciais, sistemas de transportes públicos, locais de grande concentração de pessoas (turismo, eventos natalícios, etc.), áreas residenciais, estabelecimentos de diversão nocturna e artérias onde se possa verificar a ocorrência de ilícitos criminais.

A PSP vai igualmente aumentar a acção policial nas principais artérias de entrada e saída dos grandes centros urbanos, fluxo de trânsito em zonas de diversão nocturna, fiscalização rodoviária principalmente nas zonas de acumulação de acidentes e pontos negros.

O Comando Regional dos Açores pretende neste Natal, para além de uma colaboração efectiva de todos os cidadãos, atingir outros objectivos, tais como diminuir os crimes contra o património; diminuir os crimes contra pessoas e diminuir o número de acidentes rodoviários e vítimas daí resultantes.


TI em Bruxelas no dia de entrada em vigor do Tratado de Lisboa


O Tratado de Lisboa, que alguns preferem designar como «tratado Reformador» entrou em vigor no dia 1 de Dezembro de 2009, dois anos depois de ter sido aprovado.

Tribuna das Ilhas esteve em Bruxelas no dia em que entrou em vigor este tratado que pretende, acima de tudo, que União Europeia se torne mais «democrática, mais transparente e mais eficaz», ideais políticos e jurídicos que se tornaram num objectivo formal desde o início da década com a Declaração de Laeken.

Um grupo que integrou jovens de todas as ilhas dos Açores e jornalistas esteve de visita ao Parlamento Europeu, numa organização da eurodeputada social-democrata Maria Patrão Neves.
Os deputados europeus promovem, ao longo dos respectivos mandatos, visitas ao órgão legislativo da União Europeia (UE), nas quais costumam incluir representantes dos mais diversos grupos com intervenção na comunidade.
Maria Patrão Neves que está a cumprir o seu primeiro mandato e proporcionou aos jovens açorianos uma visita ao centro político da UE porque os considera “os cidadãos mais exigentes e os mais dinâmicos construtores da Europa”, conforme referenciou na ocasião.

O convite a jornalistas baseou-se no facto de constituírem “um sector profissional da sociedade indispensável para que a necessária comunicação entre as instituições europeias e nomeadamente entre os deputados e os cidadãos se efective”.

Durante a visita a Bruxelas, os jornalistas assistiram à apresentação do Livro Verde da PAC, apresentação essa que esteve a cargo da relatora eurodeputada Maria do Céu Patrão Neves e que foi marcada por um episódio polémico entre esta e o eurodeputado socialista e anterior ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos.

O socialista quebrou a posição de consenso relativa ao documento, manifestada por todas as famílias políticas representadas na Comissão de Pescas, ao defender que as propostas de Patrão Neves contradizem o princípio da estabilidade relativa. Capoulas dos Santos referia-se concretamente à questão das quotas, argumentando que o facto destas deixarem de ser trocadas e passarem a poder ser alvo de venda beneficia os países mais ricos, onde não se inclui Portugal.

Capoulas dos Santos abandonou a sala onde era debatido o projecto de relatório logo após proferir estas críticas, facto que foi visto com maus olhos por Patrão Neves, que considera que este nem lhe deu oportunidade para responder.

“Fiquei surpreendida mas satisfeita por ver Capoulas dos Santos, que é um deputado suplente do grupo socialista na Comissão das Pescas, porque nunca o costumo ver na Comissão das Pescas. Agora, face ao que sucedeu, pode ser ingenuidade política, mas prefiro ser acusada de ingenuidade política toda a vida do que ter uma atitude aberta de crítica frontal a um colega mas depois virar as costas. Isso não quero aprender”, disse aos jornalistas, no final de uma visita à REPER:

No projecto de relatório a eurodeputada defende a descentralização e regionalização da gestão das pescas, frisando que o modelo “vertical e hegemónico em vigor” não satisfaz. “Não podemos ter um modelo único para todos os mares, para todas as regiões”, disse, em declarações a jornalistas do arquipélago, que participaram, ontem, numa visita ao Parlamento Europeu, em Bruxelas. “O princípio da estabilidade relativa como está não serve, tem de ser repensado. É o que acontece também com o sistema de táxi- quotas. Sem abandoná-lo é preciso estudar alternativas. Todos os pescadores dizem e mesmo quem não percebe muito de pescas sabe que este sistema é prejudicial para a maior parte das pescas, com excepção apenas de alguns casos pontuais, como o da captura de goraz”, concluiu.

Patrão Neves defendeu ainda no projecto de relatório que se deve ter em especial conta as especificidades das Regiões Ultraperiféricas (RUPs), promovendo uma discriminação positiva destas face à reforma da Política Comum das Pescas.

Tratado de Lisboa

Entre as novidades introduzidas pelo Tratado de Lisboa destacam-se a substituição da unanimidade pela maioria qualificada na adopção de novos acordos e regras para a Europa, o aumento das competências do Parlamento Europeu e a criação de novos cargos institucionais.

Aprovado em Outubro de 2007, o Tratado de Lisboa adopta grande parte do articulado que esteve vertido no projecto de Constituição para a UE, um instrumento jurídico que chegou a ser impresso e distribuído aos cidadãos em 2004, mas que nunca entrou em vigor.

O Tratado de Lisboa altera, sem os substituir, os tratados da União Europeia e da Comunidade Europeia actualmente em vigor. O Tratado confere à União o quadro jurídico e os instrumentos necessários para fazer face a desafios futuros e responder às expectativas dos cidadãos.

As dez mudanças do Tratado de Lisboa

1. Regra de cálculo da maioria qualificada

A ponderação do Tratado de Nice prevê para o Conselho 345 votos. A Alemanha tem 29, o mesmo que a França, enquanto Portugal tem 12. No futuro, a maioria exige acordo de 55% dos países somando 65% da população.

2. Presidência fixa do Conselho Europeu

Actualmente, em cada semestre há presidências rotativas. No futuro, haverá um presidente escolhido pelo Conselho Europeu, com mandato renovável de dois anos e meio. Tony Blair é o candidato mais forte até agora.

3. Manutenção do número de comissários

Após negociadas as garantias para a Irlanda, o Tratado de Lisboa permite que cada país mantenha o seu comissário europeu.

O Tratado de Nice obrigava a fazer uma redução e um sistema rotativo.

4. Direito de petição

Quando o tratado entrar em vigor, bastará um milhão de cidadãos de países da UE para fazer uma petição.

5. Novo Parlamento Europeu

O tratado obriga o PE a reduzir-se para 750 deputados (mais o presidente).

6. Carta dos Direitos Fundamentais

A Carta dos Direitos Fundamentais da UE fica de fora do tratado. Mas mantém todo o seu valor jurídico.

7. Reforço da componente externa

Criação do cargo do alto-representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

8. Regra da unanimidade

Os Estados membros deixam de poder usar o direito de veto em mais de 30 áreas. Uma delas passa a ser a da energia.

9. Cooperação reforçada

Estas formações já existem: o exemplo mais famoso é o da moeda única. Mas será mais fácil organizar uma.

10. Cláusula de saída da UE

Os países passarão, pela primeira vez, a poder sair voluntariamente da UE.

Açores premiados na VI Gala Nacional do Desporto Escolar

Uma aluna, uma professora, uma escola e uma autarquia dos Açores foram distinguidas, quinta-feira, em Lisboa, no âmbito da VI Gala Nacional do Desporto Escolar, uma homenagem que deixa o Governo açoriano muito satisfeito.

A Gala Nacional do Desporto Escolar, organizada pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação, atribui anualmente prémios a entidades que se distingam no âmbito do Desporto Escolar. Em causa estão seis categorias: “Aluno”, “Professor”, “Escola”, “Internacional” e “Autarquia”, que são atribuídas ao nível de cada uma das cinco Direcções Regionais de Educação (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e da Região Autónoma dos Açores e, ainda, uma categorial “Especial”, a ser atribuída a nível nacional.

Por se ter notabilizado pela dedicação e empenho em prol do Desporto na Escola, a aluna da Escola Secundária Vitorino Nemésio, Joana Lopes, será distinguida na categoria “Aluno”.

No prémio “Professor” a escolha açoriana recaiu sobre a docente Marta Freitas e Sá, da Escola Básica Integrada dos Biscoitos, na ilha Terceira, por se ter evidenciado ao nível do empenho e dedicação na organização de todas as actividades desportivas escolares.

A Escola Básica Integrada de Arrifes, na ilha de São Miguel, vence a categoria “Escola”, uma vez que tem participado regularmente nos Jogos Desportivos Escolares, obtendo bons resultados, e organizado com excelência as diferentes fases dos jogos que acolhe nas suas instalações.

A Direcção Regional do Desporto entendeu, ainda, nomear para a categoria “Autarquia” a Câmara Municipal da Praia da Vitória, pelo apoio que tem dado às actividades do Desporto Escolar no concelho.

Para Lina Mendes a distinção açoriana na Gala Nacional do Desporto Escolar “é o reconhecimento do esforço que tem sido desenvolvido no arquipélago”, pela Direcção Regional do Desporto e escolas, “para promover a actividade física e hábitos de vida saudáveis”.

“Estamos a atravessar uma época de grande promoção do desporto”, afirmou a governante, recordando que os Açores vão ser palco, em Maio de 2010, dos Jogos das Ilhas, um evento desportivo que vai reunir cerca de 1.500 participantes.