Doutoramento "Honoris causa" para professor Mário Ruivo
A cerimónia de entrega das insígnias de Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores (UAç) ao investigador Mário Ruivo realizou-se na sexta-feira, conforme já anunciamos, e contou com o apadrinhamento de Mário Soares, ex-presidente da República e amigo de longa data, como ficou expresso no seu discurso, do investigador.
Avelino Menezes, Reitor da Universidade dos Açores, na sua intervenção de abertura da cerimónia referiu que “os Açores são um viveiro de especificidades. As nossas especificidades configuram uma verdadeira identidade, identidade esta que justifica a existência da Universidade.”
Segundo Avelino de Menezes, “o Professor Mário Ruivo tem um curriculum que faz jus à atribuição destas insígnias. Este é, acima de tudo, um acto de reconhecimento por todo o seu trabalho nesta área”.
Mário Soares, padrinho de Mário Ruivo, “lamentou a atitude de derrotismo demonstrada pelos portugueses, que, em tempo de crise, optam por criticar em vez de aproveitarem as potencialidades dos recursos do País.
"Quando nos dizem que Portugal é um país pequeno, que Portugal não tem possibilidades de vencer a crise, que Portugal está nas piores situações, isso é completamente desmentido por aquilo que é o nosso espaço marítimo, as nossas potencialidades marítimas e a nossa posição estratégica", frisou.
O Professor Mário Ruivo foi sempre um convicto defensor das questões de desenvolvimento e projecção das ciências do mar através dos Açores.
De cima dos seus mais de 80 anos, Mário Ruivo tem um trabalho relevante desenvolvido na FAO, nas Nações Unidas e na UNESCO.
O Professor Mário Ruivo é por formação, biólogo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1950) e especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos (Universidade de Paris Sorbonne, Laboratoire Arago: 1951-54).
Foi Director da Divisão dos Recursos e Ambiente Aquático da FAO (1961-74), tendo participado na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Estocolmo, 1972). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO (1980-89) e Professor Catedrático Convidado da Universidade do Porto/ICBAS (Curso de Política e Gestão do Oceano).
É, actualmente, Presidente do Conselho Científico das Ciências do Mar e do Ambiente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e Presidente do Comité Português para a COI/MNE, tendo sido eleito Vice-Presidente daquele organismo intergovernamental (COI/UNESCO), em 2003. Foi membro da Comissão Estratégica dos Oceanos, criada na dependência do Primeiro-Ministro do XV Governo Constitucional.
O governo português já atribuiu a Mário Ruivo as condecorações de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada: e Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Recebeu das mãos do Presidente da República do Brasil em Outubro de 1998 a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 1997 recebeu o Açor de Cristal atribuído pela Mostra Atlântica de Televisão - MAT97.
Exerceu inúmeros cargos e funções relevantes no governo português, tendo sido Secretário de Estado das Pescas e Ministro dos Negócios Estrangeiros no período 1974/1975. Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar no período 1974/1978. Presidente da Comissão Nacional da FAO de 1974 a 1980. Director-geral da Investigação e da Protecção dos Recursos do Meio Aquático (Ministério da Agricultura e Pescas no período 1974/1979). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental - COI, da UNESCO no período 1980/1988.
Conselheiro Consultivo da EXPO98 Os Oceanos - Um Património para o Futuro. Membro e Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos de 1995 a 1998. Além de numerosas publicações científicas no campo da oceanografia biológica e gestão de pesca, é autor de estudos, ensaios e artigos sobre política e gestão dos oceanos, ciência, sociedade e ética, aspectos institucionais da cooperação internacional em assuntos do mar e ambiente.
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Há 13 anos
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