sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Empossados novos conselhos de administração das empresas municipais


Os Conselhos de Administração das empresas municipais Hortaludus e Urbhorta foram empossados na passada semana pelo Presidente da Câmara Municipal, numa cerimónia que decorreu no salão nobre dos Paços do Município.

O Conselho de Administração da Hortaludus – Gestão e Exploração de Equipamentos E.M. passa a ser constituído por João Luís da Rosa Morais, na qualidade de presidente, e Aline Hélène Després e Luís Filipe Goulart Botelho, na qualidade de vogais.

O Conselho de Administração da Urbhorta – Construção, Gestão e Exploração de Projectos de Desenvolvimento Empresarial E.M. é constituído, por sua vez, por Carlos Alberto Martins Soares Carepa, Presidente, e Orlando Lourenço da Rosa e Luís Filipe Madruga Vieira da Silva, vogais.

Na cerimónia de posse, o Presidente da Câmara Municipal destacou a experiência e vitalidade dos novos administradores, relevando a importância das duas empresas municipais quer na área da gestão de instalações culturais, desportivas e lúdicas, quer na área social, empresarial e de reabilitação urbana e de espaços públicos.

Referindo-se, concretamente, à Hortaludus, “uma das primeiras empresas municipais do país a ser criada na área do lazer”, João Castro realçou a particularidade da acção e a qualidade do serviço hoje prestado não só através da gestão e exploração do teatro e da piscina municipal, bem como do Centro Hípico do Capelo e dos dois parques de campismo, entretanto criados.

“Julgo que faz todo o sentido manter a existência de empresas municipais e penso ainda que todo o trabalho que tem sido feito pelas empresas municipais da Horta justifica isso mesmo” – afirmou João Castro aos jornalistas no final da cerimónia.

Relativamente à Urbhorta, o autarca fez questão de destacar “o novo fôlego que podemos dar ao concelho” através da criação do Parque Empresarial, cujas obras se encontram actualmente em curso.

Para João Castro, a empresa desempenhará, ainda, um importante papel não só ao nível da habitação social, depois da assinatura, em 2009, do protocolo com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, mas também ao nível da reabilitação urbana, área onde a cidade da Horta tem realizado grandes progressos, sendo, inclusive a única com a Área de Requalificação Urbana já definida e devidamente aprovada.

Paralelamente, adiantou o autarca, a Urbhorta poderá vir “a desempenhar um importante contributo” ao nível da reabilitação dos espaços públicos, nomeadamente com a implementação do projecto do saneamento básico na cidade da Horta.

Confrontado com as críticas do Tribunal de Contas, João Castro disse que “o reparo do Tribunal de Contas refere-se ao ano de 2007. E no ano de 2007 foi opção da autarquia não proceder a essa transferência porque ainda não havia uma consolidação de contas. A Apartir do momento em que houve essa consolidação esse foi um assunto que ficou imediatamente resolvido e sanado. Essa referência faz todo o sentido, mas em 2008, 2009 e agora 2010, as devidas transferências têm sido feitas com a devida regularidade. Por outro lado, e no que ainda diz respeito ao Tribunal de Contas, o trabalho desenvolvido refere-se desde a constituição da Hortaludus e foram feitas 4 referencias e feita uma recomendação. Não foi detectada nenhuma ilegalidade o que nos apraz registar. Há coisas que podem ser melhoradas e resolvidas e temos que trabalhar no sentido de as corrigir, mas eu diria que para uma empresa que foi pioneira nos Açores, esses resultados são muito bons e parece-me revelador da vontade desta empresa em cumprir os preceitos legais”.

No final da cerimónia, a Câmara reuniu os dois conselhos de administração das empresas municipais para uma reunião de trabalho.

Carlos Carepa – Urbhorta

Carlos Carepa mantém-se como presidente do Conselho de Administração da Urbhorta. Que balanço faz aos quatro anos de trabalho que passaram?

Foram quatro anos de organização da empresa e de início de projectos. Temos essencialmente dois projectos que não podem deixar de ser destacados. Refiro-me ao parque empresarial, cuja estrada já se encontra em construção neste momento. Adquirimos uma bolsa de terrenos que vai permitir a instalação de 45 indústrias e uma grande superfície comercial. Temos também a possibilidade de vermos com os empresários a melhor maneira de se instalarem e qual os apoios que poderão ter.

A reabilitação urbana é outra das competências desta empresa municipal. A cidade da Horta foi uma das primeiras do país e a primeira da Região Autónoma a ter uma área aprovada e publicada, destinada à reabilitação urbana. Esta área vai possibilitar isenções fiscais às pessoas que reabilitarem os seus imóveis. Esse foi um processo que desenvolvemos no anterior mandado e que irá continuar agora.

Acha que esses projectos não se concretizariam se não existisse a Urbhorta?

A verdade é que existia a possibilidade de se fazer o parque empresarial, mas economicamente ninguém se abalançou à sua realização. Foi a empresa municipal que ao adquirir uma bolsa de terrenos conseguiu avançar com o processo. Sem a aquisição dos terrenos era praticamente impossível avançar.

Quanto à reabilitação urbana, teria que ser uma entidade pública a tutelar este ponto. A empresa municipal foi a aposta mais viável e rápida.

Quais as dificuldades que a Urbhorta encontra na prossecução dos seus objectivos?

Neste momento as dificuldades que temos tido passam por levar avante os projectos. Sentimos que a sociedade tem algum imobilismo. Acho que isso tem a ver com a dificuldade que as pessoas têm em aceitar novos projectos.

Para além da requalificação urbana e do parque empresarial, há mais algum projecto para este novo mandato?

Queremos concluir e avançar com o parque empresarial e apostar em força numa campanha de divulgação e sensibilização para a reabilitação urbana.

A habitação social é outra das nossas preocupações e temos por meta dar resposta a dez famílias.


João Morais – Hortaludus

Que balanço faz ao anterior mandato à frente da Hortaludus?

É sempre difícil falar em casa própria, de qualquer forma penso que o balanço é positivo e isso reflecte-se na adesão que as pessoas têm tido aos serviços que a Hortaludus presta.

É importante referir que esta empresa tem sido alvo de um ruído público muito grande que tem perturbado o regular funcionamento duma empresa deste género.

De qualquer forma o conselho de administração tudo tem feito, nomeadamente através dos seus quadros, para que a qualidade da prestação de serviços não seja de maneira alguma afectada por estas perturbações exteriores.

O Teatro Faialense é a menina dos olhos da Hortaludus, mas existem outros projectos interessantes noutras áreas, como o Centro Hipíco que tem projectado o nome do Faial além fronteiras….

A menina dos meus olhos é a Hortaludus no seu total. Olhamos para cada uma das nossas infra-estruturas de igual forma, percebendo que cada uma tem potencialidades e que se colocam, em termos sociais, de diferentes formas.

O Centro Hípico é uma infra-estrutura muito completa pois as suas áreas de abrangência vão desde o lazer, à competição, empresarial e criação agrícola, mas isto não quer dizer que olhemos de forma diferente.

O aparecimento da Piscina Municipal possibilitou a prática corrente de natação e que hoje em dia tem um reflexo significativo nos quadros competitivos a nível local e regional.

O Teatro, depois de um abandono de 15 anos, é uma marca por si só e a menina dos olhos do Município.

Acha que esses projectos não teriam pernas para andar se não existisse uma empresa municipal como a Hortaludus?

Eu acho que estas empresas municipais, dada a diversidade de actividades que têm e a flexibilidade que é preciso ter a nível de recursos humanos, só uma empresa é que conseguiria agilizar os processos que são necessários.

Com tanto ruído e com um leque tão grande de actividades, como é gerir esta Empresa?

O ruído não nos perturba. O nosso lema diário é fazer melhor, gerir melhor e oferecer melhor produto e melhores serviços e acima de tudo, com este objectivo, satisfazer as pessoas e os nossos mais de 30 mil utentes.

Para este mandato que agora se inicia, quais são os principais desafios?

Temos que consolidar alguns procedimentos, sobretudo a nível interno. Temos uma realidade empresarial diferente, dividida em várias infra-estruturas e temos que concentrar alguns serviços, alguma informação para agilizar procedimentos a nível interno.

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