quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Projecto Democracia Participativa e Igualdade de Oportunidades


No passado dia 28 de Janeiro a APADIF, em parceria com a Rede Inducar e a Team Mais, organizou na Junta de Freguesia da Conceição um Workshop - “Plano B”, no âmbito do Projecto Democracia Participativa e Igualdade de Oportunidades.
Este projecto está a possibilitar a criação de um trabalho conjunto entre a APADIF, os moradores do Bairro das Angústias, a PSP da Horta, o Instituto de Acção Social, a Junta de Freguesia das Angústias e a Câmara Municipal da Horta.Tribuna das Ilhas esteve à conversa com Ana Fernandes, Assistente Social da APADIF e apurou que “sendo os principais objectivos do Projecto a promoção da Democracia Participativa como factor de integração social e promoção de igualdade de oportunidades e a capacitação de agentes de intervenção social ao nível de conhecimentos teóricos, competências técnicas e atitudes, considerou-se pertinente o recurso aos princípios da Educação Não Formal.”
A possibilidade de se realizar o Plano B surgiu, “com o intuito de explorar o comportamento de cada um, no processo de tomada de decisão e as consequências destas decisões na sociedade criada, dos participantes descobrirem oportunidades e limitações dentro da democracia participativa, promover o poder, a capacidade, dos participantes no seu próprio papel de cidadãos em contexto local, nacional e global, oferecer aos participantes não só uma experiência concreta, mas também algumas ferramentas práticas e recursos para poderem utilizar no futuro, e por fim promover, entre os participantes presentes, futuras cooperações no campo da democracia participativa.”
Este evento teve um impacto bastante positivo junto dos participantes, Técnicos da Área de Intervenção Social, da APADIF e 2 Jovens integrados nos Projectos da mesma, sendo um deles morador no Bairro das Angústias, elemento parceiro no Projecto.
A APADIF tem-se empenhado em procurar melhorar as práticas interventivas, de forma a ajustar a sua intervenção às reais necessidades da população. Assim, deu-se mais um passo na formação para a inclusão de pessoas com características de maior vulnerabilidade a fenómenos de exclusão social.
Futuramente, pretende-se que a participação na concretização de acções, por parte de todos os intervenientes, possibilite o acesso igualitário às oportunidades e que contribua para uma maior qualidade de vida dos cidadãos.
Ana Fernandes está a representar a Região Açores, através da APADIF, no Projecto Democracia Participativa e Igualdade de Oportunidades é uma formação de Longa Duração que envolve formadores com diferentes perfis e experiências, contempla seminários residenciais, práticas no terreno, tutoria, oficinas virtuais e uma plataforma de aprendizagem online.
Foram seleccionados 20 participantes, de norte a sul do país, estando eu a representar a região dos Açores através da APADIF.
De acordo com a profissional, “o que se pretende é estender a Democracia à esfera social. Através da criação, e posterior participação de um conjunto de instituições ligadas entre si em torno de um objectivo comum, da parceria é possível que todos sejamos agentes mais activos nas tomadas de decisão na nossa comunidade, e não só.”
Ana Fernandes disse ainda à nossa reportagem que foi já elaborado um diagnóstico local do Bairro das Angústias, onde constam as prioridades e necessidades da população. Este instrumento torna-se fundamental quando o que se pretende é a integração e a promoção de igualdade de oportunidades. Sem conhecermos a realidade não podemos participar nem contribuir na resolução dos problemas da comunidade.
Realizaram-se reuniões entre os parceiros institucionais, Instituto da Acção Social da Horta, PSP da Horta, Junta de Freguesia das Angústias e Câmara Municipal da Horta e uma reunião com os moradores do Bairro.
Nesta Reunião estiveram presentes 13 moradores empenhados em aperfeiçoar aspectos do Bairro, que não sua perspectiva estão menos bem, a título de exemplo o melhoramento e expansão dos espaços verdes, a colocação de lombas nas ruas para que os automobilistas reduzam a velocidade dentro da zona residencial; a construção de uma cozinha que sirva a população no decorrer das festas do Império e noutras situações.
“A participação dos cidadãos na esfera democrática não se deve reduzir ao voto, à eleição de governantes. O orçamento participativo é um exemplo fidedigno da concretização de uma democracia participativa, pois o governo possibilita aos cidadãos um espaço de encontro, onde estes podem levantar propostas e elegerem prioridades da sua comunidade, para que parte do investimento público atenda às necessidades enunciadas” – vinca Ana Fernandes.
“Antes de realizarmos o workshop realizamos uma reunião com os moradores do bairro e essa reunião foi muito proveitosa. Os moradores aderiram, falaram, concordaram com as prioridades que foram apresentadas no diagnóstico, e, aliás, levantaram outras questões. E é exactamente isso que se pretende, que as pessoas participem” – afirma a Assistente Social.
A APADIF tem como papel em todo este processo, difundir a democracia participativa como factor de integração social e promoção de igualdade de oportunidades, potenciar a criação de uma parceria que possibilite e desenvolva acções que promovam a participação social e cívica dos cidadãos na comunidade, colaborar na criação de estratégias de continuidade e sustentabilidade do trabalho desenvolvido até então.

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