sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Francisco Lobato vai cruzar o Atlântico


Sagrado Vice-Campeão da regata Transgascogne que atravessa o Golfo da Biscaia, Francisco Lobato está agora totalmente optimista sobre a sua participação na mítica Transat 6.50, que se inicia a 13 de Setembro e para a qual foi o único português a qualificar-se.
Francisco Lobato vai repetir a “radical” aventura de atravessar o Oceano Atlântico sozinho, sem ajuda, com água e comida racionadas para 20 dias, será o único português a participar na regata Transat 6.50 agora no mês de Setembro.
As privações na travessia do Atlântico são enormes, mas o velejador solitário Francisco Lobato está disposto a todos os sacrifícios na Transat 6.50, que, a partir de 13 de Setembro, ligará França ao Brasil, com escala na Madeira.
Num barco de 6,5 metros de comprimento e três de largura, Francisco Lobato, único português a qualificar-se para a Transat 6.50, velejará sozinho durante 20 dias, sem poder pedir auxílio sob pena de ser desclassificado.
De acordo com informação disponibilizada no site do velejador, "é fundamental ser um bom velejador, mas não chega. É preciso saber resolver qualquer problema que possa aparecer. Se tivermos uma avaria na electrónica ou na electricidade, teremos de a saber resolver. Se uma vela rasgar, tenho uma linha e uma agulha para a coser”.
Para a travessia do Oceano Atlântico, o velejador solitário português levará 120 litros de água potável, uma bilha de gás, que permitirá ferver água para colocar a comida leofilizada (processo de conservação de alimentos por meio de congelação rápida) e já sabe que terá de lavar os dentes com a água salgada do mar.
"Esta é uma competição em que os concorrentes têm de optimizar o peso da embarcação e estar dispostos a sacrificarem-se", frisou Lobato, aludindo à necessidade de racionalizar a água potável e mesmo a alimentação.


Durante a Transat 6.50, Lobato dispensará somente "quatro ou cinco horas por dia" para dormir, numa "lona pendurada para não cair", por causa da ondulação. Mas os períodos de repouso não são contínuos.
"É importante dormir quatro/ cinco horas, porque, se não se dormir esse tempo, o cérebro começa a não deixar pensar e não permite um raciocínio mínimo e lógico e começa-se a fazer erros. Temos de dormir em períodos de 20, 30 ou 40 minutos, pois temos de nos adaptar aos elementos", explicou.
A despeito de todos estes condicionalismos, Francisco Lobato, nono classificado na última edição da Transat 6.50, em 2007, observou que participa "pela aventura e pelo prazer de estar no mar" e não para se superar a ele próprio.
"Há quatro ou cinco anos, tomei a opção de fazer a travessia em 2007. Quero repetir, não só porque gostei, como porque quero alcançar melhor resultado. O grande desafio é poder fazer esta prova. Estamos completamente isolados do Mundo. Todos estes ingredientes tornam a Transat completa e complexa", adiantou o velejador.

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