quinta-feira, 14 de maio de 2009


 Entrevista ao Candidato do PSD Faial  - Paulo Oliveira

“Queremos uma mudança de Atitude”

 

“Concorro para ganhar e não estou habituado a perder, mas cabe ao povo decidir!”

As declarações foram de Paulo Oliveira na sua primeira entrevista, na qualidade de candidato à Câmara Municipal da Horta, como independente, encabeçando a lista do Partido Social Democrata.

 

Que razões sustentam a sua candidatura à Câmara Municipal da Horta?

São duas espécies de razões. Uma prende-se com o apelo continuado que as pessoas me têm feito no sentido de me candidatar à Câmara e ao qual não pude ficar indiferente; e a outra tem a ver com a situação do Município que se tem vindo a agravar e que constitui, por si só, um desafio.

 

Nunca exerceu cargos políticos. Como está a ser esta experiência?

Políticos não, mas associativos sim. Já estou na Câmara do Comércio e Indústria da Horta há três anos a esta parte, primeiro na Presidência da Mesa do Turismo e agora na Vice-Presidência da Direcção. Penso que exercer um cargo político é como exercer qualquer outro cargo, desde que se o exerça bem, e para isso estamos motivados para fazer um bom trabalho.

 

Não tem receio que as pessoas, no dia das eleições, utilizem a sua inexperiência política para não irem votar?

Penso que o facto de eu ter obra feita pode ser um ponto a meu favor. As pessoas conhecem-me de um ponto de vista profissional. Toda a equipa é notável e tem provas dadas no concelho, contra outras equipas que podem ter muita experiência política, mas sem experiência de obra e sem resultados práticos.

 

Por detrás da sua candidatura está o PSD. Porquê desta escolha e não uma candidatura independente ou mesmo escolher outra fracção política?

Analisando um pouco os últimos quatro anos, o Partido Social Democrata ficou com a grande responsabilidade de ser a única oposição e alternativa ao governo municipal de maioria plural, por isso penso que é o melhor enquadramento para conseguirmos alcançar o objectivo.

 

Não o preocupa que no final de todo este processo as pessoas o possam conotar de “Laranja”?

Não vejo nenhum handicap a essa situação, muito pelo contrário.

 

Muito se especulou em torno de quem seria o cabeça de lista do PSD às autárquicas de 2009. Como foi todo esse processo e encontrar esta equipa?

Creio que não foi muito difícil chegar aos quatro elementos. Foram os nomes escolhidos e que se foram disponibilizando aos poucos para a equipa, fui eu o cabeça de lista, podia não ter sido, mas o que importa é o trabalho de equipa desenvolvido e essa também vai ser a atitude na CMH. Um trabalho de grupo e não só baseado na pessoa do Presidente.

 

Caso seja eleito, quais vão ser as suas grandes prioridades?

Uma diferença de atitude no dia-a-dia.

Temos uma obra grande pela frente que é o saneamento básico, obra sob a qual temos grandes expectativas. Como eu costumo dizer, a obra tem 4 R’s: Rede de águas residuais, Rede de abastecimento de águas, Rede de águas pluviais e o Recalcetamento. É contra esse recalcetamento que lutamos porque não nos queremos limitar a recalcetar as ruas, mas sim em requalificar toda a cidade. A obra apesar de ser difícil e extensa, trará grandes constrangimentos aos visitantes e habitantes, mas não deixará de ser uma grande oportunidade para darmos um salto qualitativo e entrarmos definitivamente no Século XXI, já que esta é uma obra do século passado que ninguém teve a coragem de efectuar.

 

Quando fala em dar o passo em frente que medidas concretas propõe?

Esse passo teria que passar por um alindamento das ruas da cidade, são os passeios, a questão do estacionamento, a prioridade à pedonalização de algumas artérias citadinas, zonas de estar e lazer, esplanadas, toda a frente mar. Há muito para fazer nessa área, não só na cidade mas também nas freguesias.

 

Com o saneamento básico e com as obras do Porto, a cidade da Horta vai ficar muito condicionada. Está ciente da dificuldade que tem entre mãos?

Estou muito ciente dessa dificuldade, mas também estou muito consciente das soluções e das alternativas. Ponta Delgada teve, em simultâneo, a obras das Portas do Mar e toda a requalificação urbana e tudo foi ultrapassado. Acompanhei de perto a reabilitação das cidades do Porto, Braga e Guimarães, onde tudo foi resolvido, pelo que não vejo porque isso não  poderá acontecer cá também. O sucesso da obra depende do planeamento.

 

Recentemente, o candidato socialista veio a lume contestar o que tem acontecido em Ponta Delgada em termos de investimento. Concorda com isso ou acha que o Faial tem que lutar para tentar chegar ao mesmo patamar?

Em todos os desenvolvimentos se correm alguns riscos e há soluções que não são as mais acertadas, agora usar a obra feita para justificar a falta de obra, acho que foi um erro tremendo. Por outro lado, o que temos visto é que existem outras cidades, da dimensão da cidade da Horta, que estão a apostar no desenvolvimento, e que estão muito bem. Falo da Praia da Vitória, Angra do Heroísmo e Ribeira Grande, em que há um crescimento acentuado do centro urbano, enquanto       que na Horta isso não se verifica. Vamos “dar corda ao relógio” para entrar num novo tempo.

 

Todavia, de acordo com declarações proferidas anteriormente, os vossos anseios não são só relativos à cidade. Que preocupações têm para com as freguesias rurais?

Para já sentimos que há um certo desencanto das freguesias e pode-se assistir até a uma certa desertificação das freguesias para a cidade, até com os bairros que foram construídos para realojamento pós sismo. A nossa ideia é que cada freguesia tem a sua identidade e os seus objectivos, pelo que temos que identificar os pontos fortes para que cada freguesia assuma um desenvolvimento nessa área. Esse desenvolvimento das freguesias vai-se traduzir num reordenamento que poderá incentivar à fixação de pessoas.

 

No dia da apresentação da sua candidatura disse que era seu objectivo ouvir as pessoas, perceber os seus anseios e só depois tomar decisões. As pessoas têm-no abordado?

Inicialmente houve uma grande manifestação de apoio. Neste momento estamos numa fase de trabalho intenso, em que estamos a receber contributos de várias pessoas e também estamos a organizar a restante equipa autárquica, quer para a CMH, Assembleia Municipal e freguesias.

As reacções têm sido muito boas e estamos confiantes, apesar de estar ciente de que é complicado fazer passar a mensagem numa situação de oposição, como a combater uma abstenção que tem sido muito elevada e importa baixar.

 

Vamos ter um combate renhido nestas eleições?

Eu espero que sim, sem dúvida, mas um combate de ideias e de propostas exequíveis e que as pessoas saibam distinguir o que é uma promessa do que é uma obra. Nós vamos apresentar projectos muito concretos para a qualidade de vida e bem-estar das pessoas e vamos apostar nessa vertente.

 

E que projectos são esses em concreto?

Ao longo da campanha vamos fazer várias apresentações, quer por freguesia, quer temáticas, das nossas propostas, muito direccionadas para as pessoas, para o seu bem estar, por forma a perceberem o que vai mudar na sua qualidade de vida, no dia a dia.

O povo está ávido por ver algo de novo, algo que não seja prometido e adiado há 20 anos.

Pelos Faialenses, vamos fazê-lo, vamos dar-lhes esse prazer, essa alegria, e verão que não custa nada..., o que é preciso é que acreditem, que mais vale tarde do que nunca, e que o desenvolvimento que nós vemos mesmo aqui ao lado e por esses Açores fora, que aqui, também é possível, e já!

Em breve, dá-los-emos a conhecer, a todos, e ninguém ficará esquecido!

Defendemos uma nova urbanidade para a cidade da Horta, próxima do triângulo, cosmopolita e turística, aberta ao mundo enquanto interface no Atlântico Norte.

Por outro lado, e conforme já referi, vamos procurar valorizar as freguesias rurais através do fomento das suas tradições, identificando os seus pontos fortes, potenciando a sua identidade, a sua atractividade como garante do seu desenvolvimento futuro sustentado.

Defendemos uma política descentralizadora e de proximidade, privilegiando as acessibilidades, a relação com o mar, o respeito pela natureza e a genuinidade do Faial. Vamos ainda apostar numa política de incentivo à natalidade, à fixação da população, ao regresso dos nossos jovens, à criação de novas oportunidades, e, claro, uma promoção da Horta enquanto destino, opção de residência segura e global.

 

Qual vai ser a sua maior aposta para vencer o PS?

A minha maior aposta vai ser combater a abstenção e cativar os desencantados, e não tanto o PS ou a CDU. Nesta campanha cada um dos candidatos vai apresentar os seus argumentos e vamos ser julgados pela população. Caberá ao Povo decidir, se continua a optar pela obra não feita, pelos silêncios comprometedores, pelas promessas por cumprir, ou se acredita num projecto de alternância democrática com uma nova atitude e com mais obra. No dia das eleições, os resultados ditarão o veredicto.

 

O que faz falta ao Faial?

Para já, e reforçando um dos chavões da nossa candidatura, falta uma Atitude. Uma atitude forte, não só interna, de termos mais obra e menos planos, mais acções e menos promessas. Bem como a nível regional na defesa daquilo que nos interessa e que contribui para o nosso bem-estar e qualidade de vida.

É claro que também temos em mente os investimentos estratégicos, ou seja, acompanhar as obras estruturantes do Porto, Aeroporto, Frente-Mar, e esse acompanhamento tem que ser feito com mais-valias e contributos que permitam encontrar as melhores soluções que correspondam às nossas necessidades e não ficarmos pura e simplesmente satisfeitos a bater palmas a tudo o que nos oferecem sem equacionar se é uma boa ou má solução. A Obra do Porto foi uma delas. A suspensão do Complexo Desporto Mário Lino contra, não se sabe bem o quê da escola, em que se troca uma obra quase em fase de execução por um projecto que não se conhece.

Uma das nossas debilidades tem a ver com a falta de atitude e com a nossa falta de pujança económica.

 

Fala de envolvimento regional. Sente o apoio do PSD Açores?

Sem dúvida, há um apoio total e incondicional, ao mais alto nível. O partido está unido e, apesar de não ser militante, sinto todo o apoio do partido.

 

O que acha da forma de se fazer política no Faial?

A política não é a minha profissão, mas é uma profissão e como tal deve ser trabalhada em função dos “clientes”. Temos vindo a assistir que, em termos políticos, nomeadamente na CMH, o cliente nem sempre tem razão e isso faz com que os clientes “fujam”, e fogem não votando e desinteressando-se um pouco dos destinos e dos interesses do Faial. É precisamente contra essa atitude que nós estamos. Vamos motivar as pessoas e fazer com que elas participem nos destinos do Faial.

 

Porque é que Paulo Oliveira e o PSD são a melhor alternativa? Porque é que as pessoas devem ir votar em Outubro próximo?

Por dois motivos: Atitude e Obra. Atitude porque, esse tem sido o feedback que temos recebido, com o apoio de pessoas de vários partidos, de pessoas que nunca votaram e outras que deixaram de votar e que vão voltar às urnas. Isto são mensagens muito fortes que nos fazem acreditar que vamos conquistar não só aos demais partidos votos, como vamos conquistar uma nova faixa do eleitorado.

Depois, porque as pessoas conhecem a obra feita e conhecem o nosso trabalho. Tenho algumas obras da minha autoria que as pessoas conhecem e que podem servir de exemplo para o modelo que vai ser utilizado. Falo, por exemplo, do Jardim Público dos Flamengos, os arranjos urbanísticos em frente à Quinta das Buganvílias, os passeios da Conde d’Ávila e da Vasco da Gama, os parques infantis das Angústias, Praia do Almoxarife e das escolas primárias do concelho, entre outras.

Recentemente, mostrámos um projecto, com 14 anos, para a nossa Avenida, e que os Faialenses perderam... Não o vamos executar, porque está desactualizado, mas vamos construir um alternativo para o século XXI.

Estou certo de que a exequibilidade da obra que anunciamos vai ser logo percebida pelas pessoas, quase no dia a seguir às eleições.

Sabemos que a CMH tem imensas dificuldades financeiras, sabemos que existe um comprometimento de orçamento para diversas áreas, mas com uma melhor gestão, menos desperdício, melhor aplicação dos dinheiros públicos, vamos primar pela diferença, e as pessoas vão aperceber-se disso rapidamente.

 

Gerir uma câmara não é só fazer obra. Há toda uma componente humana à qual tem que ser dada especial atenção. Apesar do Faial ser uma ilha pacata e sem graves problemas sociais, eles já existem…

Esses problemas existem porque os nossos pilares económicos falharam. Ou seja, falhou a agricultura, as pescas, o artesanato… daí que defendamos um apoio desses sectores que possibilite um desafogo económico. Por exemplo, tivemos uma paragem no desenvolvimento e no investimento por causa do sismo, e isso foi um erro tremendo em termos de solução governativa.

 

Quando vão apresentar o manifesto eleitoral?

Neste momento estamos a preparar uma “Carta aos Faialenses” e uma página de Internet que acompanhará todo este percurso. Novas tecnologias, muita imagem, acções freguesia a freguesia, para fazer passar a mensagem a toda a população.

 

Que análise lhe apraz fazer das sondagens que tem sido publicadas virtualmente?

Julgo que as sondagens quando começaram eram verdadeiras mas agora já começo a duvidar disso porque num minuto sobem cinquenta votos.

Apesar disso tudo, o mérito destas sondagens, que sabemos não serem oficiais, prende-se com o facto das pessoas estarem motivadas, e, só por isso, já valeu a nossa candidatura.

Na rua, já se nota um novo entusiasmo, cheira a esperança, e os olhos voltaram a brilhar.

Estou confiante, porque temos uma equipa de valor, com provas técnicas dadas, com propostas inovadoras e que trarão mais valia, valor acrescentado à qualidade de vida dos Munícipes, e porque a reacção já demonstrada pelos Faialenses permite-nos acreditar que é possível o Faial descolar de uma passado sem chama, sem atitude, sem obra.

Vamos cumprir junto dos Faialenses as nossas propostas, vamos fazer obra que enriqueça a nossa economia e maior pujança a nível regional, vamos trazer aos Faialenses mais alegria, mais bem estar, mais qualidade de vida, e, acima de tudo, aumentar a nossa auto-estima, o orgulho em sermos Faialenses.

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